Partindo de uma árvore em flor, de flores amarelas, a história teve um começo. Essa árvore, plantada num lugar árido e sem um pingo de poesia, teimou em florescer.
A história também.
Alimentada com silêncio, pesar, angústia e incerteza, esperança e possibilidade floresceram mesmo assim, teimosas que são. Cresceram em energia e intensidade para chegar a um clímax, uma conclusão. Que não aconteceu.
A história também não floresceu. A energia vital que estava destinada a ela transformou-se em poesia, como as orquídeas que se utilizam da casca morta das árvores para nutrir suas flores.
Magistralmente, sublimou-se, transformou-se em sublime, que é o que a arte é.
Em "O Livro das Flores Amarelas", Antonio Ladeira não conta uma história. Como não é uma história, não tem final feliz.