O pórtico, já fora do mundo, sem uma envoltura de paredes, anuncia uma extensão ilimitada. O carrilhão, nunca visto, soa nas proximidades, sem ter sido construído. Não há um caminho que venha ter aqui. Talvez exista a sombra de um caminho, com todos os seus arredores, onde caminhamos como sombras. É necessário apenas um passo. Naqueles breves momentos em que os guardiães se afastam, o pórtico abre. Alcançá-lo é esquecer o caminho, esquecer a passagem, esquecer de guardar. Há, então, uma inesperada inversão, deixamos de ser os esmerados caminhantes até ao absoluto, porque ele aparece em nós.
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A obra - O eixo do tempo - aborda a questão existencial relacionada com o percorrer de um caminho de vida. Para abordar um tema tão complexo, a autora utiliza uma escrita simbólica e imprevisível, que integra o lógico e o ilógico, a lucidez e o devaneio, a vigília e o sonho.
Filosofia / Literatura Estrangeira / Romance