Um enterro egípcio era a uma só tempo lúgubre e pitoresco. Os membros da família davam um espetáculo ao soluçar e gesticular durante todo o trajeto. Além disso, para demonstrar bastante dor, alugavam carpideiras e carpideiros profissionais. Estas últimas, sobretudo, eram infatigáveis. Com o rosto lambuzado de lama, os seios descobertos, o vestido rasgado, não cessavam de gemer e de bater na cabeça. As pessoas sérias que faziam parte do cortejo não se entregavam os gestos tão excessivos, mas, enquanto caminhavam, relembravam os méritos do defunto.
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