O texto mais conhecido de Paul Lafargue é, provavelmente, O Direito à Preguiça, publicado em Paris em 1880; um panfleto que Kautsky considerou "uma sátira política magistral", Charles Rappoport chamou de "obra-prima de crítica ao regime capitalista" e Jean-Marie Brohm exaltou com o um "clássico de literatura francesa".
Na época, os trabalhadores nas oficinas parisienses ainda trabalhavam em média 12 ou 13 horas por dia e, às vezes, as jornadas de trabalho se estendiam a 15, 16 e até 17 horas. A essa situação monstruosa ainda se acrescentava a circunstância de muitos operários estarem convencidos de que o trabalho em si mesmo era uma atividade dignificante e benéfica.
No irreverente manifesto “O direito à preguiça” Paul Lafargue faz a defesa do direito ao ócio, em oposição ao tão proclamado “direito ao trabalho”. A luta pelo “direito à preguiça” é, segundo ele, a luta verdadeiramente libertária, por meio da qual se construiria uma sociedade mais justa, regida pelo aproveitamento do tempo livre e não pela lógica de um esforço irracional e desumano. Filho de pai mulato e de mãe caribenha, Lafargue. Genro de Karl Marx, tornou-se um marxista singular no movimento socialista internacional e foi um dos fundadores do Partido Socialista francês.
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