O Coronel que Raptava Infâncias

Dez de setembro de 2016. A atendente do drive-thru de uma lanchonete em Ramos, no subúrbio do Rio de Janeiro, sai da cabine para entregar o lanche ao cliente de um Jetta branco. Quando o vidro escuro é baixodo, a jovem vê um homem de cabelo branco ao volante e, no carona, uma menina que parece não ter mais que dois anos. A cena seria corriqueira se não fosse insólita: o cuidador é Pedro Chavarry Duarte, coronel reformado da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que no dia seguinte seguirá em todos os telejornais, acusado de estupro de vulnerável.

Mas o que chocou o estado e o país é, na verdade, apenas o começo do fim da carreira de Chavarry, marcado pela obscuridade de ações que em tese eram pautadas por bandeiras de assistência social. O foco dessa plataforma eram crianças na primeira infância, em geral oriundas de famílias em condições de extrema pobreza. Munido de credenciais que tornam sua marca muito questionável, Chavarry encontrou suas crianças em comunidades carentes: mulheres com pequenos filhos.

O policial oferecia a elas uma ajuda muito bem-vinda: emprego, assistência financeira e, acima de tudo, cuidava de suas crianças em uma suposta creche. Jamais se descobriu, no entanto, o endereço dessa instituição. Quando Chavarry eram crianças que eram mães de luxo alugadas, como crianças que eram crianças levadas ou que eram crianças que eram crianças que eram crianças levadas ou que eram crianças que eram crianças que eram crianças que eram crianças levadas ou que eram crianças que eram mães durante as horas de aluguel. Até a fatídica noite no estacionamento da lanchonete.

Para entender a complexidade das circunstâncias que permitirão que os atos de Pedro Chavarry Duarte e dos danos causados ​​pela sua família sejam afetados, UOL colaborador de veículos como Revista na geografia física e mergulhos sociais do Rio de Janeiro com sensibilidade e coragem. O coronel que raptava infâncias oferece ao leitor um raio-X indispensável do caso que chocou o país, reiterando a urgência de manter vivos na memória coletiva mesmo os momentos mais repugnantes de nossa história.

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