A arte do cinema, a indústria do filme são apenas as partes que emergem à nossa consciência de um fenômeno que devemos tentar apreender na sua plenitude. Mas a parte imersa, essa evidência obscura, confunde-se com a nossa própria substância humana, evidente e obscura, como o batimento do nosso coração, as paixões da nossa alma. Com o cinema, entramos nas trevas de uma gruta artificial. Uma poeira luminosa é projetada e dança numa tela; os nossos olhares nela se saciam; ela ganha corpo e vida; levando-nos numa aventura errante - atravessamos o tempo e o espaço, até o momento em que uma música solene dissolve as sombras na tela que fica novamente branca. Saímos e falamos das qualidades e defeitos de um filme. Interrogar o cinema, considerá-lo na sua totalidade humana, essa é a intenção da presente obra.
Cinema