No princípio era o verbo

No princípio era o verbo Douglas Rodrigues Barros


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No princípio era o verbo


as desventuras de Teotônio, o filho do homem




A situação sem saída do indivíduo limitado a esfera do metabolismo mercadológico é estendida à situação humana, a todo indivíduo. A longo prazo, todavia, é em vão: Teotônio, com sua forte e brava amiga Alexandra, evidencia a esvaziada forma do indivíduo em época de degradação neoliberal. Não faz isso com qualquer proselitismo, somente demonstra a forma sem sustentação como a existência sem sentido, sem sujeito, tornou-se reduzida. A falta de subjetivação, reflexão, é, ela mesma, tanto por seu conteúdo quanto em termos temporais, a mais intolerável, o absolutamente insuportável da vida no século XXI. É por isto que a loucura das personagens, tem de trabalhar com uma reflexão fora do esquadro normativo para demonstrar o quão imbecil é esta normatividade. O dia que começa com Teotônio, mesmo na protelação que lhe inflige a noite da suposta loucura que se prolonga por todos os capítulos, dá ouvidos a outras coisas além do repicar mediano e medíocre, putrefato e vazio, da vida voltada para a mercadoria. O verbo se inicia como aquilo que pode implodir as limitações dessa vida degradada através da ação tresloucada desse grande personagem que encontramos não apenas na praça da Sé, mas em todas as praças do mundo. Verbalizar a loucura encontra seu pensar mais preciso nessa obra que denuncia nosso vazio cotidiano enquanto não nos voltamos contra essa carnificina chamada capital.

Ficção / Literatura Brasileira

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Cardoso
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03/06/2020 18:04:12

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