Narrativa da Análise de uma Criança

Narrativa da Análise de uma Criança Melanie Klein


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Narrativa da Análise de uma Criança





Aqui estão registrados, com grande riqueza de detalhes, os aspectos fundamentais da técnica psicanalítica de Melanie Klein, cuja obra inscreve-se entre as mais marcantes e fecundas da psicanálise. Sessão após sessão, podemos acompanhar a evolução do tratamento de uma menina que, embora de pouca duração, pela excepcional sensibilidade do paciente às interpretações da analista, serviu a ela de modelo de seu procedimento analítico. Richard tinha dez anos quando iniciou Seu tratamento. o desenvolvimento de seus sintomas, desde a idade de oito anos, o impedia de freqüentar a escola, e a eclosão da Segunda Guerra Mundial, que passou a acompanhar detalhadamente, fez aumentarem suas ansiedades. Alem da diminuição de seus interesses desde a idade de quatro anos, temia ainda a companhia de outras crianças e era bastante hipocondríaco e sujeito a depressões. Ainda que, desde o início, paciente e analista soubessem que a análise não teria solução de continuidade, Melanie Klein não modificou sua técnica nem mesmo na interpretação de profundas ansiedades e correspondentes defesas. Ao contrário do que se postulava nas primeiras tentativas de analise de crianças, isto é, que o ego da criança é muito imaturo e o superego muito fraco para estabelecer um processo psicanalítico, e que portanto o analista deveria adotar o papel de guia para sustentar o ego e fortalecer o superego, Melanie Klein sustentava que o superego de uma criança é mais perseguidor e rude do que nas fases posteriores do desenvolvimento, e assim o papel do analista seria diminuir a severidade do superego, permitindo com isso que o ego se desenvolva mais livremente. Esta questão, bem como outros aspectos teóricos da obra de Melanie Klein, levantaram contra ela forte oposição nos meios psicanalíticos, tendo sido mesmo proposta, em 1945, a exclusão dos kleinianos da Sociedade Britânica de Psicanálise. A análise aqui descrita é esclarecedora de várias maneiras, ainda que tenha permanecido inacabada; corrobora suas teses, por exemplo, o fato de que, tendo penetrado em camadas muito profundas da mente do paciente, este pôde libertar muitas de suas fantasias e tomar-se consciente de algumas delas, bem como de algumas defesas --sem contudo, em tempo tão exíguo, ter-se mostrado possível uma elaboração adequada. Bem compreendidas pelo paciente as interpretações de Melanie Klein, a análise revelou-se útil, já que algumas modificações ocorreram em camadas profundas da mente. Ao paciente, como a própria analista ressalta, não faltavam sensibilidade e inteligência para permitir que uma análise tão curta tivesse sido tão proveitosa. Neste livro, após cada registro da sessão, extensas notas da analista esclarecem questões relevantes da técnica e da teoria aplicadas ao material apresentado pelo paciente; o leitor pode, assim, seguir os tópicos fundamentais do procedimento analítico de Melanie Klein, que "consiste em selecionar os aspectos mais pregnantes do material e interpretá-los com precisão", competindo ao analista "associar seu conhecimento teórico à sua compreensão interna em relação às diferenças individuais apresentadas par cada paciente". A Narrativa da Analise de uma Criança vem agora em nova edição, coordenada pelo Dr. Elias M. da Rocha Barros, com nova tradução realizada par Claudia Bacchi e coordenada e revisada par Liana Pinto Chaves, e passando a integrar a prestigiada Biblioteca Internacional de Psicanálise - Jayme Salomão

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Pedro Bernardes
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30/11/2009 12:43:28