De forma quase poética, que mescla a crueza da vida na pobreza com o romantismo de se acreditar que “um dia” tudo dará certo, Plínio Marcos traça neste romance a trajetória do negro “Catimbó” que, ao fugir de um crime; a morte de um policial; funda, juntamente com sua companheira “Bina Calcanhar de Frigideira”, uma comunidade que levará o seu nome, a Barra do Catimbó. Entrecortando narrativas sobre a vida dos moradores desta comunidade com a história do próprio lugar, o romance nos leva a uma realidade dura, de pessoas marginalizadas vivendo em mundo todo próprio, envoltas em rígidos códigos de conduta criados por elas mesmas. São homens e mulheres para quem a vida assume ares de mercadoria barata, mas que, ao mesmo tempo, são capazes de encorajadores atos de solidariedade humana.