Considerado um dos romances mais inventivos da América Latina e o fundador da modernidade literatura argentina, a obra-prima de Macedonio começou a ser escrita em 1904 e foi publicada 15 anos após sua morte. Nela, está presente uma série de prólogos anunciando uma história que parece nunca chegar: a de um homem que, após a morte da esposa, decide deixar a cidade e se refugiar no campo, numa estância chamada “O Romance”.
Anarquista, Macedonio apresenta aqui um romance que é uma verdadeira crítica à instituição do romance. Incompleto, fragmentário e insatisfatório, ele luta contra a escrita tradicional ao criar uma narrativa que, pelas palavras de Joca Reiners Terron, faz um libelo “contra as imposições da relação de causa e efeito determinadas pelo papel da trama na concepção do relato”. Aqui, a ficção é também um tratado etnográfico e um ensaio sociológico que fez o escritor Juan José Saer afirmá-lo como “um monumento teórico sem precedentes na literatura de língua espanhola”.
Literatura Estrangeira