O grande pensador alemão declara, enfaticamente, que as suas sentenças políticas, "ao contrário da habitual fala dos políticos, procuram conduzir o leitor não perante o Teatro do mundo, mas perante a sua consciência totalmente pessoal", e nesta sua obra faz uma decidida profissão de fé: "Creio nos homens".
Hermann Hesse não foi, em realidade, um teólogo, tampouco um especialista em enigmas da vida, contudo os seus julgamentos sobre a fé são decisivos e têm sido consistentemente impregnados de relevância política.
A sua formação inicial - preparou-se para seguir os passos do pai e do avô, ambos pastores protestantes - e uma visita que fez à Índia e que, aparentemente, deixou marcas profundas em seu espírito, permitiram-lhe pontilhar os seus posteriores escritos de exemplos das tradições cristãs e orientais, tornando conhecido o que há de comum entre as religiões do mundo.
Hesse compreende assim, não a dedicação a cultos solenes, mas o "respeito do indivíduo diante do conjunto do mundo, diante da natureza, diante do próximo"; ele acredita no "sentimento de pertencer e de ser co-responsável".
As profundas considerações de Hermann Hesse fazem de "Minha Fé" um livro de leitura absorvente e o colocam lado a lado, em excelência, com o melhor que sua pena produziu, com obras consagradas entre as quais se contam "Para Ler e Pensar", "O Último Verão de Klingsor", "Obstinação" e a "Arte dos Ociosos", todas publicadas pela Record.
Literatura Estrangeira