Meu Mestre De História Sobrenatural

Meu Mestre De História Sobrenatural Luiz Roberto Guedes


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Meu Mestre De História Sobrenatural





Não parece nada provável que um leitor juvenil, em formação, se aventure na literatura pela "prateleira de cima", onde se alinham os grandes clássicos, de Homero a Guimarães Rosa. Normalmente, o acesso ao livro por parte de um ávido leitor de quadrinhos se dá via literatura de entretenimento, universo onde pululam, hoje, os Harry Potters, ao lado de Conans, magos, vampiros, alienígenas, viajantes do tempo e outros avantesmas. Ou seja, a leitura é uma aventura continuada. Não nos esqueçamos de que A Ilha do Tesouro, de Stevenson, hoje uma jóia da literatura universal, era "entretenimento" no século 19.

Este circunlóquio serve para abordar a aventura empreendida por Luiz Roberto Guedes em Meu Mestre de História Sobrenatural, destinado ao público juvenil, mas não somente. Qualquer um que tenha sido encantado pelos seriados Além da Imaginação e, mais recentemente, Arquivo X, reconhecerá esse universo literário "alternativo" nessa novela composta de histórias avulsas, que mescla o fantástico, o sobrenatural e a ficção científica. Um jovem narrador recorda uma figura de sua infância, o livreiro Alpheu Gotardo Rangel, dono do "sebo" Bazar Bizarro, que se torna o mestre de cerimônias de um autêntico rito de iniciação literária. Esse "Tio Bizarro" é o mítico narrador de histórias fantásticas, que encantam uma turma de jovens, atraindo-os para o convívio com as letras. O livro coleciona alguns temas emblemáticos das weird tales, como o contato com alienígenas, a humana engravidada por um extraterrestre, a mansão assombrada pelo fantasma de um escravo supliciado ou a "maldição do cacique Calavera", um extinto chefe indígena, do norte da Argentina, que teve seu túmulo profanado. Nesse bazar bizarro, destaca-se o conto "Torneio Cósmico de Xadrez", em que o primeiro encontro entre terráqueos e alienígenas, no século 24, é mediado pelo escritor Antoine de Saint-Exupéry, devolvido pelos aliens depois de ter sido abduzido, em 1944. O livreiro Alpheu protagoniza duas histórias, "O Livro Negro de Necronus", e, em especial, "A Última Viagem do Capitão Jonas", um possível manuscrito inédito de ninguém menos que Machado de Assis, cujo fantasma trata de entrar em ação para manter esse conto perdido para sempre.

Ao fim e ao cabo, o próprio autor parece empenhado em "reencantar-se" com histórias que pagam tributo a uma literatura dita menor, e a pioneiros da ficção científica no Brasil, como Orígenes Lessa, Jerônymo Monteiro, André Carneiro e Rubens T. Scavone, entre outros. Incursionando no território do fantástico, Guedes já havia publicado Treze Noites de Terror (Editora do Brasil), cujos treze contos abordam esses gêneros pouco estimados por uma crítica mais aferrada a juízos de valor. Com esse novo vôo de imaginação, Guedes parece alinhar-se, sem preconceitos, com o poeta e tradutor José Paulo Paes, que em seu ensaio "Por uma literatura de entretenimento", deu um piparote nos pruridos hierarquizantes de ficcionistas nativos que querem ser James Joyce, mas jamais Agatha Christie. Para o poeta Rodrigo Petronio, que assina a apresentação do livro, a matéria-prima de Meu Mestre de História Sobrenatural é a própria literatura, com seu poder de encantamento, pois cada história leva o leitor a experimentar o pleno prazer da narrativa.

(Este livro pode ser adquirido diretamente com o autor, através do facebook do mesmo: https://www.facebook.com/luizroberto.guedes).

Ficção / Infantojuvenil / Literatura Brasileira / Suspense e Mistério

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