Não se trata de uma simples exposiçao do pensamento filosófico. Nem de um comentário pessoal de uma leitora prazerosa. Lembrando Merleau-Ponty, vemos, aqui, realizada a máxima fundamental da pesquisa em filosofia: pensar de novo. Novidade paradoxal, poi, a par de se embrenhar na rede conceitual do filósofo, utiliza-o para pensar o objeto de sua predileção: a educaçao. Após Foucalt e Deleuze,a filosofia como ferramenta já não provoca tantos pudores. Um autor, uma obra, nao sao propriedades nossas. Ao contrário, diz aquele , sua companhia termina quando nao mais se presta, quando não mais serve ao nosso pensamento. Um filósofo, retruca este, precisa ser desfigurado por seus leitores. Antes que preservar seu pensamento, deve sair de nossas maõs irrecinhecível, um monstro. É que a verdade é sempre nossa verdade, apesar da história da filosofia. Gizele, com este livro, ao colocar em discussão a possibilidade da "proposta dialógica de Buber como referencial da açaõ educadora" na atualidade, assume o risco desse gesto.
Educação / Filosofia