Quando o trabalho de uma pessoa se torna arte? O que faz de uma pessoa, artista? O que uma obra precisa ter para ser perene? São perguntas pertinentes ao jornalismo cultural, campo ao qual Bruno Ribeiro pertence e representa com maestria. Meu amigo de faculdade, meu amigo do coração, Bruno marcou nossa convivência com poemas, textos jornalísticos cheios de estilo e um vasto conhecimento musical, principalmente da nossa música. Amante do samba e dos botequins, o autor se debruçou com respeito sobre o fenômeno Marília Mendonça, para nos brindar com uma reportagem à altura do talento da jovem compositora e cantora goiana. Por meio de uma escrita envolvente, Bruno inicia a narrativa com a partida precoce e definitiva da artista, aos 26 anos, no trágico acidente de avião, em 5 de novembro de 2021. Com domínio admirável das técnicas do jornalismo literário e da grande reportagem, o autor envolve o leitor ao trazer informações das mais diversas fontes, incluindo a própria artista, em uma entrevista exclusiva. Ele nos leva a um mergulho na trajetória da compositora, que teve início com as pequenas apresentações na igreja que frequentava com a mãe. Como um observador onisciente, Bruno Ribeiro narra a evolução da jovem artista tímida para a "rainha da sofrência" por meio de falas, informações, opiniões e estado de espírito da artista, de fãs e de pessoas que trabalharam ou conviveram com ela, num mosaico impressionista cheio de cor e luz. Este livro é mais do que uma reportagem, é um retrato de uma jovem mulher que se fez artista por necessidade de expressão, que viveu pouco, mas largamente, que tinha a sensação de carregar o mundo em si porque conseguia traduzir os mais variados sentimentos humanos - sobretudo o do brasileiro - em poesia e melodia, em uma obra que será perene porque fez história
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