Segundo Karl Kraus, "o aforismo jamais coincide com a verdade; ou é uma meia-verdade ou uma verdade e meia". Se fosse uma verdade completa, é o que pretende dizer o velho Kraus, seria um oráculo entendiante; metade da verdade é um exercício mais pormenorizado, e verdade e meia é bem mais criativo e instigante. Por que então desperdiçar o nosso talento em artigos maçantes, em ver de recorremos ao aforismo? Talvez porque seja um gênero para alguns poucos escolhidos. Influenciado por La Rochefoucauld, La Bruyère, Chamfort, Nietzsche, Cioran, Pascal e Schopenhauer, Hilton Valeriano, é um desses "escolhidos", com talento e persistência para este que é, ao lado da poesia, o mais exigente dos gêneros literários.
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