Priih | Blog Infinitas Vidas 15/02/2020
Um singelo retrato sobre formas de ser família
Bobby Nusku é um garoto solitário, que vive apenas com seu pai (que frequentemente o agride) e sua madrasta desde que sua mãe partira. Como companhia ele tem um único amigo, Sunny Clay, e também seu hábito de guardar pequenos “fragmentos” da casa e das coisas da mãe para quando ela voltar. Porém, quando a mãe de Sunny decide se mudar, Bobby se vê na posição de ter que enfrentar a solidão e o bullying sozinho. Até que ele conhece Rosa Reed, uma menina doce e muito especial que traz Bobby para dentro de sua família (composta pela própria Rosa, pela sua mãe, Val, e pelo seu cachorro preguiçoso, Bert). Quando Val se depara com sua demissão iminente da biblioteca itinerante na qual trabalha, somando-se ao fato de que Bobby apresenta hematomas causados pelo pai, a personagem decide tomar uma decisão impactante: colocar todos na biblioteca e partir.
Biblioteca Sobre Rodas é uma história sobre formas de ser família. O livro questiona de maneira sensível esse conceito: a família não precisa ser tradicional, mas sim feita de pessoas que se amam e se apoiam. Convivendo uns com os outros, Bobby, Val, Rosa e Bert aprendem a respeitar suas particularidades, apreciando cada instante que vivem juntos e aceitando verdadeiramente uns aos outros. Quando um quarto elemento, Joe, se une ao time, a dinâmica entre eles sofre alguns ruídos mas, mesmo nesse novo contexto, os personagens aprendem a conviver em harmonia.
[...] Entretanto, é importante ressaltar que, apesar de ser um livro doce e gentil, Biblioteca Sobre Rodas carece de ganchos que deixem o leitor ávido por continuar. Mesmo sendo curtinho, eu levei um tempo pra ler devido a essa característica.
Acho que o ensinamento mais valioso de Biblioteca Sobre Rodas reside no fato de que não importa muito o destino ou os desafios no caminho, mas sim quem você tem ao seu lado pra se agarrar e se amparar. E essa lição já é suficiente pra deixar um quentinho no coração ao fechar das páginas – lembrando que, segundo a Val, as histórias nunca têm fim; elas continuam mesmo quando as páginas terminam. E eu gosto de pensar que a história de Bobby Nusku e sua família continua. :)
Resenha completa no blog!
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