xzsatur.no 27/05/2024
?Como não se alegrar com a morte,
[...] seu repouso??
?Sentia uma inquietação estranha: como se eu tivesse ido para um encontro, acabasse ficando sozinho e apenas houvesse passado perto da felicidade de outra pessoa.?
Ivan Sergeiévitch Turguêniev (1818-1883) é um dos grandes nomes da literatura russa. Ele iniciou sua carreira literária no século XIX, nascido em 09 de novembro de 1818, na cidade de Oriol, no Império Russo. Sua escrita deixou uma marca indelével no cenário literário do século XIX, explorando temas profundos como o amor, a natureza humana e as tensões sociais da Rússia pré-revolucionária. Turguêniev foi um dos principais representantes do realismo russo. Seus romances e contos mergulharam na vida dos camponeses, na sociedade russa e nas complexidades das relações humanas. Sua sensibilidade para os detalhes da condição humana e seu compromisso com os direitos das mulheres contribuíram para um legado literário duradouro que continua a inspirar leitores em todo o mundo.
?Primeiro amor?, de Ivan Turguéniev, é um conto que nos transporta para as agruras do primeiro amor. Publicado em março de 1860, com apenas 112 páginas, essa obra-prima narra a história do jovem Vladímir Petróvitch, filho único de uma família tradicional, que se apaixona perdidamente pela princesa Zinaida. Um apaixonante e trágico relacionamento entre dois opostos.
Vladímir Petróvitch, um jovem de 16 anos, vive em uma família tradicional. Seu pai é educado, frio e imponente, enquanto sua mãe, frustrada, desconta suas raivas em Vladímir. Quando a família se muda para uma casa de veraneio nos arredores de Moscou, Vladímir tem o privilégio de conhecer a belíssima Zinaida, uma moça encantadora, porém impetuosa e cheia de ambição. Zinaida, uma verdadeira princesinha falida, reside com a mãe em uma casa suja e desprezível aos olhos da mãe de Vladímir. Essa situação contrasta com o lar aristocrático do próprio Vladímir.
No entanto, o jovem se aproxima cada vez mais dessa família misteriosa, cujos modos e estilo de vida são bem diferentes dos seus. A descrição da jovem princesa é feita com perfeição, pelos olhos de um apaixonado e desconsolado Vladímir, que se sente considerado apenas um garoto por Zinaida. Na casa de Zinaida, vários homens se aglomeram, todos encantados por ela. Ela se sente uma princesa superior, conquistando vários corações. O ingênuo Vladímir é um desses homens, que perde o sono, confronta a mãe e faz de tudo para agradar o seu primeiro amor, sua grande paixão: Zinaida.
?Tenha medo do amor de uma mulher, tenha medo dessa felicidade, desse veneno??
?Primeiro amor?, de Ivan Turguêniev, é uma obra atemporal que explora as complexidades do coração humano e a beleza e a dor do primeiro amor. O autor nos envolve em uma narrativa cativante, explorando os sentimentos e emoções dos personagens de maneira íntima e realista. Através dessa história, somos convidados a refletir sobre os anseios, aspirações e dilemas da juventude, bem como a natureza efêmera e transformadora do amor. Turguêniev habilmente tece críticas sociais e políticas de forma sutil, enriquecendo a trama. A passagem do tempo e as escolhas que definem nossas vidas são temas centrais, e o autor nos convida a mergulhar profundamente nessa experiência universal.
O primeiro amor é uma experiência que transcende o tempo e deixa marcas profundas em nossos corações. O primeiro amor é como uma cápsula do tempo que nos conecta com versões passadas de nós mesmos. Uma eterna lembrança.
Um ótimo livro para começar a ler clássicos russos, sem dúvida! Apesar de algumas avaliações negativas, eu gostei muito. Muito mais do que eu achei que gostaria, exatamente por causa dessas avaliações. Uma leitura super rápida e curta. Recomendo muito para todos!
?Ah, juventude! Juventude! Você parece não ligar para nada, parece possuir todos os tesouros do universo, até a tristeza lhe traz contentamento, até o desgosto lhe cai bem, você é confiante e ousada, você diz: Só eu vivo ? cuidado! Mas também para você os dias correm e somem, sem conta e sem deixar vestígio, e tudo em você desaparece, como a cera sob o sol, como a neve? E talvez todo o segredo de seu encanto consista não na possibilidade de fazer tudo, mas na possibilidade de pensar que você fará tudo ? consista justamente em que você solte aos ventos forças que não saberia empregar de outro modo ? consista em que cada um de nós se considere a sério um perdulário, e acredite a sério que tem o direito de dizer: ?Ah, quanta coisa eu faria se não tivesse desperdiçado meu tempo!?.