Sobre os ossos dos mortos

Sobre os ossos dos mortos Olga Tokarczuk




Resenhas - Sobre os ossos dos mortos


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Lais544 14/11/2020

Mesmo com todas estas referências astrológicas irritantes, o melhor do livro são as tiradas filosóficas que ele solta entre uma cena e outra, quando menos esperamos.
Existe, ao final, uma metáfora sobre envelhecimento. Apesar da obra falar sobre a falta de respeito com os animais, é nítido como o conceito sobre a terceira idade,a solidão e a loucura se destacam.
Readhim 27/11/2020minha estante
Isso me irritou amargamente no livro, o que me fez tirar uma estrela. Tem um capítulo que ela só fala sobre astrologia Zzzzzz


Eduardo 14/08/2021minha estante
Também não gostei da parte de astrologia. Mas, a meu ver, isso faz parte do disfarce da Sr. Dushenko. Acho que o propósito da autora foi nos irritar, do mesmo modo que as personagens do livro se irritavam com a Sra.Dushenko.


Raul.Correia 05/02/2023minha estante
Ela é uma fanática por astrologia, assim como existem fanáticos por Deus, o "Deus" dela seria a astrologia. Praticamente tudo o que acontece ela joga a responsabilidade dos seus atos na astrologia, assim como crentes ditam suas vidas a partir de um livro antigo. Acho que justamente a parte da astrologia é a coisa mais genial desse livro, pois é ela quem "guia" a personagem principal, mostrando a sua insanidade e fanatismo dela pelo espiritual




Ana Sá 01/03/2022

Sobra ética e falta estética
O enredo de "Sobre os ossos dos mortos", publicado originalmente em 2009, é promissor: numa região florestal da Polônia, uma aposentada apaixonada por animais e por astrologia segue uma vida de poucos amigos, marcada por sua oposição a tudo que envolve a caça local, até que (já no início do livro) ocorre a misteriosa morte de um de seus vizinhos, morte esta que dá início ao ar de suspense que conduz a narrativa até seu final.

Sendo direta: tinha tudo pra eu ter gostado deste livro, mas não rolou! Pra mim, sobrou comprometimento ético da autora com o tema dos direitos dos animais e faltou um compromisso à altura com a estética do romance.

Na minha (sempre) humilde opinião, a construção do suspense foi rasa e previsível, pois aquilo que senti e suspeitei no primeiro quarto do livro foi o mesmo que senti e confirmei no desfecho da história. O discurso eco-militante da protagonista aparece descolado da narrativa e cheio de clichês, o que, por vezes, reduz uma questão complexa a ideias soltas e superficiais do tipo "comer bife é uma atitude egoísta" ou "qual a diferença entre um cachorro e uma vaca?". E o pior, a meu ver, foi a parte da astrologia, que aparece sempre desarticulada de qualquer elemento do texto. Sério, os mapas astrais se fazem presentes DO NADA, chegando a LUGAR NENHUM, e não estou dizendo isso só para ser a aquariana diferentona!

Acho que existe uma linha tênue que separa uma personagem excêntrica de uma personagem sem nexo, e aqui me pareceu que tudo acaba descambando pra imagem da velha louca dos signos e dos cachorros. É verdade que o próprio livro ironiza essa condição, quando, por exemplo, esse estereótipo é reproduzido nas falas dos policiais a quem Dusheiko (nossa protagonista) recorre para fazer as suas denúncias. É possível que a protagonista, com sua personalidade caótica, convivendo em um ambiente masculino e masculinizado, simbolize o modo como o discurso ambientalista é ridicularizado pela sociedade? É possível sim, mas, a meu ver, faltou a autora gastar caneta para sair de uma intenção literária e conseguir provar isso na materialidade do texto, deixando sua digital na escrita.

Sabe qual foi a minha sensação? Que a autora sentou e listou os elementos (interessantes) com os quais queria trabalhar (direitos dos animais; astrologia; suspense; velhice) e não teve tempo de definir qual seria a cola que daria liga a tudo isso! E pode ser que eu tenha alguma razão, sabia? Vou me explicar:

Em um dos meus históricos de leitura, me alertaram aqui no Skoob que este romance tinha sido escrito sob encomenda. De fato, considerando as entrevistas e biografias às quais tive acesso após a leitura, me parece que não apenas o livro passou por certa pressão editorial, como a autora nem tinha muito interesse pela escrita de um romance policial naquele momento. "Sobre os ossos dos mortos" é, inclusive, pouco lembrado quando a crítica faz menção a seus títulos mais aclamados. Ou seja, "Sobre os ossos dos mortos" é o livro que ganhou mais popularidade no Brasil provavelmente por ter sido o primeiro (um dos primeiros) traduzido por aqui, mas talvez ele tenha pouco a nos dizer sobre o porquê de Tokarczuk ter ganhado o Nobel.

Mas o livro é de todo ruim? De jeito nenhum! Ele flui tanto que é possível ler a obra em dois ou três dias. A ambientação dessa reserva florestal em algum lugar isolado de uma Polônia gelada é um ponto forte. Rapidamente nos sentimos dentro da paisagem. O modo como Dusheiko vai construindo amizades com outros velhos solitários e desajustados é muito interessante e, em algumas passagens, muito carismático. O capítulo "O canto dos morcegos", no qual ela e seus amigos dançam, bebem, fumam, rindo de si mesmos, tem sua beleza! Aliás, o envelhecer, o ser velho, é um ponto a favor do livro, de modo geral. Compartilho um grifo meu:

"Quando chegamos a uma certa idade, precisamos entender que as pessoas sempre ficarão irritadas conosco. Antes, nunca tinha percebido a existência ou o significado de gestos como acenar com a cabeça rapidamente, desviar o olhar, repetir "sim, sim", feito um relógio. Ou checar as horas, ou esfregar o nariz. Mas agora entendo muito bem que esse teatro todo só quer expressar uma simples frase: 'Dá um tempo, sua velha!'".

Em suma, não é de todo ruim de ler, mas é ruim com certa frequência! rs

Para fechar esta resenha, quero deixar claro que eu sou do time que anda de mãos dadas com Lima Barreto no que diz respeito à defesa de uma literatura militante para os nossos tempos. Mais do que na época do autor de Policarpo, acredito que o século XXI é o século dos enfrentamentos, das desconstruções, então não tenho nenhuma ressalva (pelo contrário!) às literaturas com viés militante. Sendo assim, a eco-militância presente em "Sobre os ossos dos mortos" foi um ponto que encarei, inicialmente, como positivo. Contudo, minha implicância veio depois, quando notei que sobra ética e falta estética no romance. Pode ter sido tudo culpa da expectativa que criei por causa do selo do Nobel? Pode ser sim, mas o fato é que assim foi... Não recomendo não! rs

Obs.: pensando essa temática, eu sou muito mais "Oryx e Crake", de Margaret Atwood, por exemplo, que, mesmo longe de ser perfeito, consegue trazer pra ficção questões importantes relacionadas à bioética e à indústria da carne sem perder de vista seu projeto ficcional.
Jacy.Antunes 02/03/2022minha estante
Ótima resenha Ana.


Joao 02/03/2022minha estante
Bela resenha, Ana. Além de bem escrita, foi muito útil pra mim, pragmaticamente falando hehehe.
Tinha interesse na leitura principalmente por causa da questão animal, mas panfletagem por panfletagem, não curto muito não :/.


Kênia 03/03/2022minha estante
Adorei a resenha, Ana e agora acho que zerou minha intenção de ler mesmo (já era bem pequena).


Ana Sá 05/03/2022minha estante
Obrigada, gente, tentei ser justa na resenha rs... Espero encontrar outro livro com esse recorte temático, mas que seja mais envolvente...


thamyres 06/03/2022minha estante
eu abandonei esse livro logo no começo pq achei a atmosfera muito desconfortável e não conseguia me sentir bem lendo e não tenho nenhuma vontade de tentar novamente


Mari Pereira 14/03/2022minha estante
Ana, eu acho que eu gostei exatamente dos pontos que você não gostou. Eu me envo


Mari Pereira 14/03/2022minha estante
Eu me envolvi muito coma personagem principal e suas "esquisitisses", talvez por ter me identificado muito com ela, pela sua dificuldade em se conectar e se relacionar com as pessoas.
Eu adoro a forma como ela vai conseguindo superar essas dificuldades ao longo do livro... Senti muita empatia por ela.
Também adorei a ambientação, toda a reflexão sobre o território Polônia, a fronteira com a Alemanha. Achei os trechos que tratam disso muito interessantes.
Pra mim o texto tem sim uma proposta de pensar a questão animal, mas não achei que foi panfletário ou militante por ser militante. Acho que para além da questão animal, o livro traz questões também sobre nossas escolhas e nosso posicionamento enquanto espécie e enquanto comunidade nesse mundo que está no caminho do colapso...

Enfim, pra mim foi uma leitura muito agradável!
Ah, e também adorei Oryx e Crake!


Ana Sá 15/03/2022minha estante
Mari, entendo você ter gostado exatamente por causa desses pontos! Acho que nossa diferença de leitura está mais no grau de identificação e no quanto consideramos desenvolvidos certos pontos, né? Obrigada pelo comentário, eu gosto muito de ter esse tipo de troca por aqui!


Suzanie 03/03/2023minha estante
Ana, suas resenhas são demais, e esta está incrível. Unico ponto de discórdia é que amei o livro! Rsrsrs


Marina 04/03/2023minha estante
nossa você resumiu oq eu senti por esse livro!! obrigada


Ana Sá 04/03/2023minha estante
Suzanie, eu acompanhei seus históricos da leitura deste romance e foi legal ver que vc tinha tido uma experiência boa com o livro! Essas trocas de impressão aqui no Skoob são a melhor parte, né? ?? Fico feliz que gostou da resenha! Acho que agora estou voltando pro Skoob e já ansiosa pra gente trocar mais!!


Ana Sá 04/03/2023minha estante
Marina, smp bom saber que a resenha faz sentido pra outras leitoras, principalmente qdo a avaliação não é de todo positiva! rs Obrigada pelo comentário! ?


Suzanie 05/03/2023minha estante
Ana, fiquei uns 8 meses longe daqui e das leituras tb ?, como faz falta. Bem vinda de volta!




Bookster Pedro Pacifico 03/01/2020

Sobre os ossos dos mortos, de Olga Tokarczuk
Resenha no @book.ster !

Nota 8,5/10 - Quando a gente começa uma leitura de uma ganhadora do Prêmio Nobel, é difícil deixar as expectativas baixas. No caso da escritora polonesa, não conhecia o seu trabalho até o anúncio do prêmio em 2019 - mas, para a nossa sorte, a @todavialivros já estava editando esse livro.

Vamos à obra... Com uma temática bem atual, ligada ao direito dos animais, laços de amizade e à própria condição humana, Olga nos coloca para seguir os passos de Dusheiko, uma professora aposentada e astróloga, cujas ideias causam estranhamento nos habitantes de uma fria e remota cidade da Polônia.

Já no início, um assassinato intriga os moradores do vilarejo e os principais suspeitos são, na opinião da protagonista, os próprios animais da região. E nesse cenário de incertezas, novas mortes vão sendo denunciadas - sempre em condições misteriosas.

Em paralelo aos crimes cometidos, a autora desenvolve a personagem de Dusheiko e suas relações com os demais moradores. E esse foi, na minha opinião, o ponto mais interessantes da narrativa. Dusheiko é má compreendida, sendo taxada de “doida” quando, na verdade, tem apenas uma visão de mundo mais dolorosa. Ela parece entender o que está por trás das ações do ser humano e reconhece o seu dever e responsabilidade com o meio ambiente.

A obra também é muito bem escrita, com passagens carregadas de um humor ácido e inteligente. No meio da leitura, senti uma maior lentidão no desenvolvimento da história... mas, como disse, acho que a intenção da autora não foi criar apenas um livro de suspense, e sim despertar reflexões atuais no leitor. •

site: https://www.instagram.com/book.ster/?hl=pt-br
Eva Luna 17/10/2020minha estante
Gostei do livro, tem um final surpreendente, mas achei meio arrastado.


Gabrielang 21/01/2022minha estante
Eu sinceramente não gostei do livro. Geralmente paro qndo a leitura não me agrada, mas como era livro premiado insisti. Só q mesmo assim o livro terminou ruim haha não gostei. Li na força do ódio


Anna Clara 02/10/2023minha estante
Adorei o livro, muitos trechos me fizeram refletir sobre como a sociedade foi se desenvolvendo, a ética e conduta do ser humano, achei muito inteligente a personagem principal e uma grande reviravolta no final. Gostei muito mesmo e penso que daria um ótimo filme.




Higor 23/11/2019

'Lendo Nobel': sobre as contradições humanas
Depois do cancelamento no Nobel de Literatura de 2018 por conta de escândalos sexuais, o nome escolhido para representar tal ano e se reconciliar com o mundo seria, óbvio, o de uma mulher, onde sua literatura se sobressaísse diante de todas as possíveis polêmicas, envolvendo seu nome e o da Academia Sueca, e agradasse tanto leitores e críticos.

Olga Tokarczuk é este nome, e, sinceramente, se mostrou uma escolha sensata e acertada, embora tal fato tenha lá suas curiosidades. Tenho seu primeiro livro publicado no final da década de 80, seu nome atingiu patamares internacionais apenas em 2018, com o lançamento do Man Booker Internacional, sendo indicada novamente em 2019, sem abocanhar, desta vez. Sucesso astronômico, a autora ganhou o Nobel com apenas quatro livros traduzidos para os Estados Unidos – dois no Brasil, sendo um esgotado.

‘Sobre o livro dos mortos’ tem então a aura de livro responsável, assim como a autora, de reconquistar a honra da Academia Sueca. E é curioso encontrar um texto leve, com pitadas de humor e acidez e, sobretudo, básico, nada experimental, como a Academia sempre prefere.

A história da Sra. Dusheiko, professora de inglês aposentada e estudiosa de astrologia, logo nos é apresentada como um potencial romance policial convencional, afinal, cidadãos estão morrendo, tendo como em comum o fato de todos serem caçadores, mas alguns leitores pareceram não entender que a autora não queria se limitar a um policial convencional, mas explorar tantas outras camadas, transportando-os para um segundo plano, colocando a prioridade nas reflexões sobre o comportamento entre homem e natureza, direito dos animais, loucura, religião e etc.

Embora de leitura fluida e sem maiores obstáculos, leitores que esperam livros redondinhos, certamente se incomodarão. O Nobel optou por ser mais moderado, mas não menos exigente ou complexo, logo, ‘Sobre os ossos dos mortos’ se mostra um livro feliz, para alguém que, de fato, merece tal prêmio.

Engraçado, reflexivo e ao mesmo tempo surpreendente, ‘Sobre o ossos dos mortos’ foi uma das melhores leituras do ano. Um tapa na cara, ou uma carta aberta e desconcertante sobre a hipocrisia humana e seus anseios.

Este livro faz parte do projeto 'Lendo Nobel'. Mais em:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
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vale refeição 20/10/2023

Foi uma leitura bem confortável para mim mas acredito que não seja uma leitura para todos; é cansativa e, apesar da proposta do livro ser pesada (no quesito terror/horror), é um livro majoritariamente parado.

Olga Tokarczuk data de uma escrita impecável, bela sem ser complicada ou repetitiva. A proposta do livro é muito interessante, e ela utiliza diversas formas para abranger esse assunto.

Resumindo, o livro trata sobre casos de homicídios de caçadores em uma cidade isolada. É narrado na visão da protagonista que defende que os assassinos são animais selvagens.

O livro é repleto de descrições de ambiente, memórias e reflexões da protagonista, uma senhora defensora de animais. O que faz dele um pouco cansativo para quem não está acostumado com esse tipo de livro. Ela acaba compensando essa extensão dos textos com um pouco de terror e outras descrições que despertam a curiosidade do leitor.

Inicialmente, achei as ideias propostas equivocadas, algo incomodo pois ela repete alguns comentários sem propósito sobre alguns assuntos diversas vezes. Isso é algo que deixa transparecer uma imaturidade na obra, ela imputa sua raiva e mágoas. Mas, com o decorrer da leitura, você percebe que é algo muito interessante.
A autora faz principalmente ataques ao cristianismo, que pouco tinham sentido na narrativa:

"- Deus criou o ser humano para ser feliz e rico. Mas a astúcia fez com que os inocentes virassem pobres - parafraseei, livremente, as palavras de Blake. Aliás, é o que eu penso mesmo. Apenas coloco a palavra "Deus" entre aspas."

"[...] queria conhecer a escrita dos animais, os sinais com os quais pudesse escrever avisos para eles: 'Não se aproximem deste lugar', 'Fiquem longe dos púlpitos, de lá vocês não ouvirão ninguém pregar o Evangelho, tampouco virá uma boa palavra, não lhes prometerão salvação depois da morte, não se compdecerão de sua pobre alma, pois eles dizem que vocês não possuem alma [...]"

Acredito que os comentários sejam devido algum trauma da protagonista, aparentemente durante um namoro e no seu meio familiar (ela comenta que sua família portava artigos da religião). É notável que não é devido a não acreditar em superstições ou religiões, já que a mesma tem uma grande crença em astrologia. Que poderia ser considerado algo perto de fanatismo, dependendo de sua visão sobre o assunto, visto que ela usa a posição dos planetas para justificar mortes e até mesmo o programa que passará na televisão.
Ela critica a doutrina cristã porém despende um capítulo inteiro fazendo a mesma coisa com a astrologia, usando argumentos semelhantes, mas tentando convencer a pessoa a acreditar em astrologia em vez do cristianismo.
Ela também demonstra uma certa aversão ao contato constante com pessoas, apontando outro possível trauma, o que simplifica todo o comportamento dela, ajuda a entender melhor a trama e suas convicções. Em certos relatos você percebe que ela não dá valor a vida humana.
Eu diria que esse livro não é sobre uma situação e sim sobre uma personagem.

Ela relata suas opiniões com muita seriedade, ao ler, você acha muito coerente devido a escrita, mas ao pensar sobre o que ela fala você questiona um pouco a sanidade da mulher.

A maior parte da ação começa no final do livro e a explicação dos acontecimentos acontece em cerca de 4 páginas, o que deixou o final muito superficial. Entretanto, o final foi satisfatório por mais que óbvio, apresentou coerência e ligações com diversos outros pontos do livro.
Manoel.Ramalho 21/10/2023minha estante
Já está em minha lista de 2024...


vale refeição 21/10/2023minha estante
Ele é ótimo!


Manoel.Ramalho 21/10/2023minha estante
Vi um reel sobre ele... já estava tentado ao ver seus históricos... após o reel e agora sua resenha, não tem como não ler...


Gerson 22/10/2023minha estante
ser crítico em relação a religião e acreditar em charlatanismo é no mínimo ilógico.


vale refeição 22/10/2023minha estante
realmente!




LAvia 16/02/2024

Subversiva e revolucionária
Único, original, místico e autêntico. Olga Tokarczuk segura firme em nossas mãos enquanto nos guia pelo misterioso e encantador mundo da Sra. Dusheiko em ?Sobre os ossos dos mortos?. Não é a toa a premiação Nobel: a obra é magnificamente filosófica, subversiva e revolucionária.
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Karla Borba 27/12/2021

Um livro peculiar, de final peculiar, para pessoas peculiares
É muito difícil descrever a experiência com "Sobre os Ossos dos Mortos" sem revelar detalhes importantes sem dar spoiler, e eu odeio spoiler. Eu posso dizer que quem gosta de se aventurar em novas escritas, suspense e surpresas vai gostar dele. Todos os personagens são ricamente construídos e assim instiga a imaginação do leitor sobre as possibilidades desse enredo que se coloca num primeiro olhar tão aberto a mil caminhos. E talvez até tivesse se os seres humanos não fossem tão confiantes e arrogantes em suas posições. Descubra!
@perdidanoslivro.s 27/12/2021minha estante
Que peculiar


Lucas Brandão 27/12/2021minha estante
Ok, me convenceu...vou procurar




Gabriel Rodrigues 19/07/2020

Escrita mais interessante do ano.
Leitura é realmente algo grandioso na vida de uma pessoa e no auxílio ao autoconhecimento, eu tinha formulado uma ideia completamente distinta do que seria esse livro e ele me surpreendeu muito, não achei que seria o tipo de livro em que eu consigo me ver refletido por várias e várias páginas e ele é sim (talvez eu me identificar em alguns aspectos com a protagonista seja um tanto problemático devido os acontecimentos finais haha), a escrita também muito única, singular ímpar... enfim foi uma boa surpresa, a minha única ressalva é em relação ao fato de existir a discussão e insinuação de que um vegetariano colocaria uma vida animal acima da humana por pior que esse ser humano seja, confesso que mesmo sendo ficção eu como vegetariano fiquei um tanto incomodado.
Gabriel Rodrigues 20/07/2020minha estante
Sim, cuidar da vida "animal" também é cuidar da vida humana, certíssima Paty :) hoje você não passa frio está coberta de razão haha




Ster 09/10/2022

Nossa narradora é a senhora Janina Dusheiko, professora de inglês em meio período e zeladora das casas da vizinhança. Dusheiko ainda se ocupa do estudo da astrologia, de traduções livres das obras de William Blake, e em proteger os animais, silvestres e domésticos, que vivem nas proximidades, sujeitos de maus-tratos e à caça.

Dusheiko é vista como excêntrica, por conta de seus hábitos e interesses, sendo constantemente constrangida pelas gerações mais jovens pelo seu comportamento inusitado ? e pelo preconceito em relação às gerações mais velhas.

As reflexões propostas pela autora estão muito além do que nos é apresentado. Janina representa tudo aquilo que gostaríamos de ser: verdadeiramente livres em nossas ações, convicções e pensamentos; expondo-nos sem a preocupação com o julgamento alheio, em maior ou menor medida.

A leitura me causou certa estranheza justamente por ter considerado Janina meio "maluquinha", e no final concordar com várias de suas reflexões "fora do padrão". Sinto, aliás, que não estou conseguindo dizer exatamente o que penso a respeito do livro.

Para quem leu: quase fui convencida que o final seria da maneira que Janina estava propondo durante as investigações. ? Mas foi melhor que o esperado, e de alguma maneira, ela não estava de todo errada.

Algumas pessoas simplesmente detestam o livro; outras conseguem captar além do que é dito. Posso dizer que estou satisfeita com a experiência, e provavelmente vou compreender um pouco mais com uma releitura. Não é o melhor livro da história da literatura, mas é sem dúvidas muito interessante.
DANILÃO1505 09/10/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




@LuanLuan7 18/05/2021

Suspense, introspecção, amizade e bom humor.
O mistério que envolve o homicídio de alguns moradores de um vilarejo no sul da Polônia é o mote inicial da obra. O vilarejo encontra-se no alto de uma planície de difícil acesso, que fica mergulhado na neve durante metade do ano.

Ao longo da narrativa a protagonista Janina Dusheiko, professora de inglês e caseira (cuidadora) de algumas propriedades vizinhas, demonstra sua forma de enxergar o mundo sob uma perspectiva pessimista e, ao mesmo tempo, de profundo amor e respeito à vida, nesse caso, a toda forma de vida: seja do lobo, da corça, do homem ou de um besouro em extinção.

Essa peculiar personagem é vegetariana e aficionada por astrologia. Com esses dois fundamentos constrói boa parte da narrativa, seja tentando descobrir quem é o assassino, ou julgando o caráter de seus vizinhos.

Com sacadas ácidas, criatividade e bom humor, o livro descortina-se como uma obra deliciosa e divertida de se ler. Ao longo do texto a autora dá apelidos a todos os personagens, além de explicar o caráter e o destino de vários deles por meio do mapa astral, garantindo uma dose equilibrada de risadas e reflexões.

O final da trama foi uma surpresa (para mim). Fiquei comovido com a força da amizade construída durante a história.

Uma obra que, certamente, merece ser relida em um momento futuro.
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Marlonbsan 27/02/2024

Sobre Os Ossos dos Mortos
Em uma região pouco povoada na Polônia, uma professora aposentada de inglês vive uma rotina tranquila entre o estudo da astrologia e poesia de William Blake. Mas tudo muda quando um de seus vizinhos é encontrado sem vida.

O livro é narrado em primeira pessoa, a linguagem é simples, mas possui uma densidade considerável.

A mensagem passada pelo livro e a história em si são muito importantes, não é à toa que ele recebeu o prêmio Nobel. As questões abordadas, a forma irônica de apresentar os fatos e mostrar a hipocrisia dos seres humanos fazem com que tudo tenha um ar de mistério a mais para atiçar a curiosidade.

Porém, a personagem principal não me cativou, não consegui me conectar com ela, e como é em primeira pessoa, tornou a leitura não tão prazerosa. As descrições acabam sendo em demasia, assim como suas digressões, o que torna a leitura mais arrastada.

Por um lado, mostra as peculiaridades de uma senhora de idade que possui suas crenças, que são fundamentais para a composição da personagem, assim como mostrar um lado que trará resposta mais pra frente. Mas por outro, essas mesmas crenças, nem sempre são interessantes de acompanhar, como foi o meu caso como leitor.

Há alguns personagens recorrentes que estão sempre ali, possuem suas peculiaridades e importância na trama. E o final pode ser surpreender com as respostas, motivações e reflexões que a obra pode trazer.
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Diego Alves Z 27/05/2022

A solidão e os questionamentos existencialistas que decorrem dessa imposição. Por que não tratar os animais como seres que compartilham conosco o mundo? Por que seriamos mais donos do mundo do que eles?
Curioso que a protagonista não gosta de fazer uso de nomes e que as pessoas devem ser definidas por suas características e pelo que fazem. Talvez seja assim entre os animais.
Livro curioso e é ótimo encontrar algo original e bem escrito.
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Gabes_Ricci 30/11/2023

Me senti enganada com o final ?
Okay então, amei a premissa e curti muito todo o desenrolar do livro. A senhora Dusheiko tem uma ideia um tanto única de enxergar o mundo, mas admito que achei ela muito hipócrita em certos momentos, ainda sim, gostei dela - sinceramente, a vejo um pouco como alguém que com certeza poderia ser uma Lovegood, então em honra a sua "filosofia" a chamarei assim.
O livro tem muito de astrologia - que por mais que eu não entenda/acredite achei que ficou muito bem posto, e com apresenta conceitos interessantes. É apresentada diversos situações que fazem questionar o envelhecimento, e a velhice, e o entendimento de onde se encaixam os animais com seus direitos - bastante interessante, bate uma reflexão.
Minha personagem favorita é a Lovegood, mas achei o seu grupo bastante marcante também, diferente personalidades se unindo de uma forma bem feita. O final definitivamente não era o que eu esperava, e admito que me decepcionei um pouco, não por ser um final ruim, mas porque minha expectativa era diferente.

Acredito que valha a pena ler, é um livro fluído com uma visão interessante do mundo, os personagens e escrita são cativantes.
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Mariana Dal Chico 02/04/2020

“Sobre os ossos dos mortos” de Olga Tokarczuk foi publicado no Brasil pela editora Todavia

A história se passa em uma pequena cidade da Polônia que faz fronteira com a República Tcheca, um local um tanto inóspito e isolado principalmente durante o inverno que leva o leitor a refletir sobre os relacionamentos interpessoais e com o ambiente.

A protagonista tem o costume de nomear as pessoas conforme suas características, se guia pela astrologia, defende que todos os animais deveriam ter o mesmo valor, é passional e luta por aquilo que acredita.

Dusheiko não me conquistou logo de cara, apesar de concordar com vários posicionamentos sobre direitos dos animais e a critica à hipocrisia, algumas coisas me pareceram muito caricatas de velha ranzinza que ninguém leva a sério por seus rompantes.

Talvez essa construção tenha sido proposital para o fechamento da obra, mas para mim pesou negativamente se levar em consideração a experiência de leitura como um todo.

Logo no início do livro há uma morte, seguida de outras que aconteceram misteriosamente, mas o suspense não é o foco, o livro não é thriller policial tradicional.

O livro está permeado de referências a William Blake, mas eu só consegui acessar as camadas mais óbvias e superficiais — como por exemplo e ele e a protagonista dividirem o estigma de loucos fanáticos por seus contemporâneos —, quem conhece a melhor o poeta e sua obra, com certeza vai conseguir mergulhar mais fundo nessa relação.

No geral foi uma boa leitura, que não me arrebatou, talvez pela minha falta de interesse em astrologia e desconhecimento blakeano.

site: https://www.instagram.com/p/B-cYUppj1m1/
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