O ovo apunhalado

O ovo apunhalado Caio Fernando Abreu




Resenhas - O Ovo Apunhalado


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JJ 13/04/2017

Talvez O Ovo Apunhalado tenha sido lido em um momento muito propício, uma vez que passa pouco mais de um ano do novo golpe na democracia de nosso país. Os contos começaram a ser redigidos em 1969, também um ano após o endurecimento do "regime" militar, que desnutriu nossa capacidade de se articular como sociedade. É dividido em três partes: alfa, beta e gama.

Na primeira já é possível observar semi-metáforas quase brilhantes (comparando os resistentes a robôs, por exemplo). Mas Caio Fernando Abreu inteligentemente traz uma obra de dentro para fora, aumentando a introspectividade e já beirando a abstratividade logo de início. Se revela muito maduro (e bem resolvido) para a idade.

Na fase Beta o realismo fantástico aflora e a leitura se torna mais inquietante. Destaca-se a passagem Sarau, o auge da narrativa experimental, instigando o leitor cada vez mais. Traz ainda alguns protagonistas em momentos de descobertas (muito sobre a sexualidade, até porque vivemos o auge da repressão).

Já na parte Gama a introspectividade se mantém, mas a partir de abordagens mais mundanas, menos extraordinárias e ficcionais, apesar de bastante abstratas. Este conjunto se mantém mais atual ao tratar do consumismo, da solidão de uma grande cidade, do conflito de gerações e da fugacidade das relações humanas. Chega ao auge na aventura lisérgica urbana que dá título ao livro.

É uma obra inquietante e que deve servir de desafio a quem necessita de mente aberta. Ao gosto pessoal, prefiro uma objetividade e uma concretude maior. O Ovo Apunhalado é o tipo de produto em que termino de consumir tecendo enormes reverências, mas não acolho com tanto prazer ou levo com tanto carinho quanto outros tipos de literatura.
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Jessna 05/02/2017

Espirituoso e intenso, os contos deste livro exige um certo fôlego a mais do leitor e uma versatilidade ao terminar cada conto, se dilacerar inteiro e se recompor ao mesmo tempo por estar ansiosa para o próximo. É mais que uma leitura, é um combo constante de amores ou acontecimentos que não são feitos para durar mas que tem sua profunda particularidade que, pegando o gancho em clichês, te devoram até a ultima página.
Deixando aqui por ultimo uma referencia ao título e uma espécie de conselho, que estejam preparados para serem apunhalados com as frases e as imagens em chamas, até a casca mais grosa e resistente de suas almas.
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Douglas Brilhante 12/11/2023

Esse é, cronologicamente, o segundo livro publicado do Caio Fernando Abreu. O próprio autor parecia não gostar mais do livro quando fez essa edição que eu li. Mas que representava o momento e maturidade na época em que escreveu.

Eu fico meio ?desconfortável? em dizer que não gostei de um livro de um autor que costumeiramente me inflexiona.

Mas.. Infelizmente, não gostei.. não consegui me conectar. Gosto da abstração, mas não em demasia. Um fluxo atrás do outro faz perder um pouco a conexão com algo palpável..

Alguns contos são razoáveis, a maior parte deles são menos que OK e alguns parecem repetidos.

Quase toda leitura é válida. No entanto, se você tiver uma lista, pode deixar esse lá para o final.
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Silvana (@delivroemlivro) 25/11/2012

Quer ler um trecho desse livro (selecionado pelos leitores aqui do SKOOB) antes de decidir levá-lo ou não para casa?
Então acesse o Blog do Grupo Coleção de Frases & Trechos Inesquecíveis: Seleção dos Leitores: http://colecaofrasestrechoselecaodosleitores.blogspot.com.br/2012/09/o-ovo-apunhalado-caio-fernando-abreu.html

Gostou? Então também siga e curta:
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Tks!
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Victoria.Olzany 25/04/2023

O que mais me chamou a atenção nesse livro de contos foram as várias (e pouco comuns) experimentações com a forma. Alguns exemplos: recuos para remeter ao visual de um vocábulo de dicionário (em "Gravata"); um parágrafo inteiro com somente dois pontos como única pontuação (em "Eles"); conversa entre dois personagens divididas em duas colunas paralelas (em "O Afogado", dando a impressão de que o diálogo se desenrola "um por cima do outro", os dois falando ao mesmo tempo).

Alguns trechos que me marcaram especialmente, do conto "Eles":
"E quando te ferirem, deixa que o sangue jorre enlouquecendo também os que te feriram."
"(...) e se isso que aconteceu é loucura, quem enlouqueceu foi o real, não eu (...)".
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Léia Viana 19/09/2012

Caio é Caio.
“...quando se quer explicar o inexplicável sempre se fica um pouco piegas.” E tentar explicar o que eu sinto quando leio Caio é tornar-me um ser completamente piegas. Caio me deslumbra, me encanta, me deixa nostálgica, reflexiva, me causa dor e alegria, com suas palavras ‘agridoce’.

As palavras do prefácio de Lygia Fagundes Telles, expressa bem o estilo literário e o fascínio que Caio desperta em muitos, inclusive em mim: “O que me inquieta e fascina nos contos de Caio Fernando Abreu é essa loucura lúcida, essa magia de encantador de serpentes que, despojado e limpo, vai tocando flauta e as pessoas vão-se aproximando de todo aquele ritual aparentemente simples, mas terrível porque revelador de um denso mundo de sofrimento. De piedade. De amor.”

E é com esta intensidade que Caio escreve suas histórias, com uma insanidade lúcida e inquietante que perturba quem o lê. Caio é um provocador de emoções, um revolucionário dos pensamentos alheios.

“O meu nome não são letras nem sons (...), o meu nome é tudo o que sou.”

Alguns contos desse livro me perturbaram, outros nem tanto assim, mas ler Caio é uma mistura de doce com amargo, é de todo um sentimento agridoce dentro da gente.

Primeiro você cai num poço. Mas não é ruim cair num poço assim de repente? No começo é. Mas você logo começa a curtir as pedras do poço. O limo do poço. A umidade do poço. A água do poço. A terra do poço. O cheiro do poço. O poço do poço. Mas não é ruim a gente ir entrando nos poços dos poços sem fim? A gente não sente medo? Agente sente um pouco de medo mas não dói. A gente não morre? A gente morre um pouco em cada poço. E não dói? Morrer não dói. Morrer é entrar noutra. E depois: no fundo do poço do poço do poço do poço você vai descobrir quê".

Leitura recomendada!
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eu_vieiramanda 24/01/2023

Demorei mais do que o esperado, livro razoável, não gostei mas tbm não desgostei. É uma leitura tranquila, mas que não me prendeu.
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Williane 11/02/2011

Depois de tanto ler frases de CFA nessa mil redes sociais espalhadas por aí, me dediquei à sua leitura. O ovo apunhaldo foi o primeiro livro dele que eu li e não o último: Já estou à procura de Morangos Mofados.
Penso que minha imaginação foi limitava.Quando eu comecei o ler eu já sabia dos relacionamentos homessexuais, e acredito que isso influenciou muito a minha imaginação. Acredito que seria mais interessante ler sem saber disso. No mais o livro é bacana: 21 textos, alguns de uma delicadeza incrível, outros intimistas e tão metafóricos quando lhe é particular.


Trechos:

*Assustavam-me essas certezas súbitas, tão súbitas que eu nada podia fazer senão aceitá-las, como todas as outras.

*sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?

*Não havia porquê, e eu sempre pensava que devia haver uma motivação a orientar qualquer gesto meu.
Mateus 09/12/2012minha estante
Morangos Mofados é ainda mais célebre.




Giselle.Zart 24/05/2013

outubrodedoimilesete.
"O que me inquieta e fascina nos contos de Caio, é essa loucura lúcida, essa magia de encantador de serpentes que, despojado e limpo, vai tocando sua flauta e as pessoas vão se aproximando de todo aquele ritual aparentemente simples, mas terrível porque revelador de um denso mundo de sofrimento. De piedade. De amor."
Lygia Fagundes Telles

Segundo livro que absorvi do Caio. Falo absorver, pois tal livro é feito para ser degustado e não meramente escolhido ao acaso. Descobri Caio Fernando Abreu através dos livros e não por frases soltas, como praticamente todas as pessoas que o citam a torto e a direito. Meu sentimento ao lê-lo era o mais apropriado, e me fez mergulhar fundo no mundo dele, entrar por vielas escuras, sombrias, um mundo decadente e belo, um mundo de epifanias. Histórias que se desprendem da realidade, e digo que é preciso força e também angústia quando se transcorre por entre as páginas, pois assim é a verdade nua e crua da vida. O poço, primeira leitura, já nos mostra que o profundo também é abstrato, e pode sim, tirar proveito disto. Esse escritor gaúcho, que viveu em meio ao tropicalismo, no submundo, na contracultura, na letargia daqueles dias, do torpor da ditadura. Caio e profundo e apaixona, e mudou minha visão sobre mim mesma.
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sonia 27/04/2013

um autor que prometia ser bom em seus primeiros escritos, século passado...
um punhado de deliciosos contos surreais, surpreendentes e originais, bem ao sabor dos anos 70
pelas citações de músicas e coisas da época, quando o absurdo e o surrealismo surpreendiam pela novidade; hoje continuma surpreendendo, mas já não são exatamente novidade.
vale a pena conferir.
Junior 20/08/2020minha estante
óbvio que não vai ser novidade




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LaraF 06/08/2009

Caio Fernando Abreu me impressiona pela habilidade de colocar em palavras aqueles sentimentos que nos engasgam, nos calam fundo. As crônicas Para uma aveia partindo, Do outro lado da tarde, O afogado, entre outros, desse livro, conseguem tocar com sensibilidade e delicadeza esses sentimentos indecifráveis do ser humano..calam, engasgam e emocionam.
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Letti 01/03/2009

Um dos livros mais lindos e dificeis de encontrar, de CFA. Emprestei e nunca mais... :/
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juholvr 31/01/2022

♡・゚:*。livros que li em 2020。*:゚・♡
lido em 22 fev 2020

a história se passa na vida e na cabeça desse louco e fantástico escritor

só não dou mais corações porque alguns contos não entendi tão bem kkk

Caio escreve muito, aparenta ser muito inspirada pela vida e suas memórias/vivências. muita criatividade

confesso que o que mais gostei foi o fato da minha irmã ter me emprestado um livro que ela lera a tempos atrás mas que gosta muito. a cada linha riscada ou marcada em post it, me identificava com as suas entrelinhas e vivências. me senti perto e fiquei feliz por isso.


**pretendo ler/conhecer mais autores brasileiros
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Tiarajú 02/03/2022

Não é minha praia
Ganhei esse livro há uns 12 anos e fui ler agora. Nunca havia lido nada do Caio Fernando Abreu e não curti. Conto não é minha praia. Dos dezenas de contos do livro, talvez um ou dois tenham chamado minha atenção, forçando um pouco.
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