spoiler visualizartriz44 04/06/2024
Império de Tempestades
A leitura de "Império de Tempestades" foi inconsistente para mim. Demorei a me adaptar ao ritmo do livro e, depois de vários meses avançando lentamente na história, finalmente, nos últimos três dias (finally ?) consegui pegar o ritmo e devorar mais de 50% restantes.
O início da trama é muito lento, com poucos acontecimentos relevantes, o que parece pura enrolação. Essa demora para chegar a uma parte realmente interessante me desanimou bastante, resultando na minha demora para concluir a leitura. No entanto, os últimos 40% do livro salvam a obra, pois é nesse ponto que tudo começa a ficar mais envolvente. Quando os vários pontos de vista da história se encontram, a leitura se torna mais fluida e dinâmica.
Contudo, houve alguns aspectos durante a leitura que me animaram bastante, sendo um deles a construção da relação entre Lorcan e Elide. Ambos são personagens muito interessantes, e acompanhá-los em uma viagem juntos foi, sem sombra de dúvidas, uma das minhas partes favoritas. No geral, o desenvolvimento dos relacionamentos dos personagens foi muito divertido. As relações interpessoais são algo que Sarah J. Maas faz com muita maestria, tanto no aspecto romântico quanto nas amizades (como Rowan, Dorian e Aedion ?, por exemplo).
A protagonista, Aelin, é impecável em todos os aspectos. Quando seu plano foi finalmente revelado, assim como os personagens, fiquei completamente em choque, o que só reafirma sua inteligência e habilidade estratégica. Após Aelin ser capturada, Sarah J. Maas constrói um clima de tensão e melancolia com muita maestria. Enquanto lia, pude sentir a angústia e o desespero dos personagens, e me emocionar junto a eles. Foi uma das cenas mais bem escritas até o momento da série, evidenciando a habilidade de Maas em criar momentos profundamente tocantes.
Uma crítica que tenho sobre a escrita, são as cenas de embate, que, em minha visão, poderiam ser muito melhores. Ao longo de boa parte da narrativa, a tensão para um confronto entre Fenrys, Gavriel e Lorcan é construída. Quando Fenrys e Gavriel aparecem pela primeira vez, fica claro que estão ali por ordem de Maeve para matar Lorcan. Devido ao juramento de sangue à rainha e à falta de autonomia dos personagens, surge uma narrativa intrigante sobre o desenrolar dessa história. No entanto, a resolução foi extremamente frustrante. Com uma única frase de Rowan, um problema complexo que poderia ser explorado de várias formas é solucionado de maneira banal. O que quero dizer é que Sarah J. Maas desenvolve tensões com profundidade e instiga a reflexão sobre as possíveis direções da narrativa, apenas para, no final, desperdiçar toda essa construção com uma solução simplista.
Em suma, apesar dos pesares, esse foi um dos melhores livro da série e só me fez amar mais trono de vidro. Mal posso esperar pra ler Reino De Cinzas.