Eu, Tituba

Eu, Tituba Maryse Condé




Resenhas - Eu, Tituba


611 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Bookster Pedro Pacifico 20/04/2020

Eu,Tituba - bruxa negra de Salém”, de Maryse Condé - Nota 10/10
Como é bom descobrir uma autora e uma obra tão incríveis! Esse foi um livro que conheci no final de 2019 e, desde que recomendei aqui no #desafiobookster2020, só recebi feedbacks positivos! Autora caribenha, nascida em 1937, Maryse Condé foi vencedora de diversos prêmios literários, tendo em 2018 recebido o New Academy Prize (Prêmio Nobel Alternativo).

A obra pode ser enquadrada na categoria de ficção histórica, em que a autora parte de um fato histórico verídico - a morte de Tituba, uma mulher negra e escravizada, condenada por bruxaria pelos tribunais de Salém - e utiliza a ficção para preencher as lacunas dos registros históricos.

A vida de Tituba é marcada por rejeição, perdas e sofrimento. O início do livro já nos antecipa o destino triste traçado para a personagem: "Abena, minha mãe, foi violentada por um marinheiro inglês no convés do Christ the King, num dia de 16**, quando o navio zarpava para Barbados. Dessa agressão nasci. Desse ato de agressão e desprezo.”

Escravizada ainda na infância, Tituba perde a sua mãe em um triste ato de violência e abuso. A partir disso, descobre e aprende com Man Yayá o poder das plantas e do “invisível” para fazer o bem ao próximo. E é justamente essa sua cultura, essa sua outra forma de enxergar a morte e a ciência, que são utilizados pelo grupos puritanos do século XVII para enquadrá-la como bruxa. Então ser bruxa é ser alguém que se pensa diferente e se coloca em risco para poder ajudar o outro?

E apesar do sofrimento desde o primeiro momento de sua vida, encontramos em Tituba uma mulher guerreira e que não se cala ante às discriminações que enfrenta ao longo da sua vida. Isso, na minha opinião, deixa o livro menos angustiante - embora não menos doloroso. Leitura incrível, que nos faz refletir e aprender sobre um período histórico a partir da perspectiva de uma personagem por muito tempo esquecida.

site: https://www.instagram.com/book.ster
Roberta 30/05/2020minha estante
Obrigada pela indicação! A história é uma lição de vida! Quanta coisa pra pensar, refletir, discutir e mudar depois dessa leitura.


Ricardo 07/07/2020minha estante
Pedro, obrigado pela indicação. Livro maravilhoso. Acho que o melhor que já li. Em tempos como o que estamos vivendo, é fundamental!!


Thárin 01/08/2020minha estante
Comprei esse livro pela indicação do desafio, acabei de ler ontem e simplesmente amei! Muitíssimo obrigada por essa obra prima!


Rocha 25/11/2020minha estante
Comecei a ler hoje


Carlos e Elo 15/03/2022minha estante
Não amei


Micaela 13/12/2023minha estante
Fiquei com muita vontade de ler




Rosangela Max 27/09/2022

Poderia ser melhor.
Comecei lendo a história achando que se tratava de uma não-ficção, depois entendi que era uma ficção baseada em um fato histórico.
Mesmo se tratando de uma ficção, achei a personagem Tituba bem diferente do que eu tinha imaginado. Estava esperando uma mulher bondosa, dedicada a prática da cura, que foi uma vítima inocente da loucura de outros, e me deparei com uma personagem que vivia no conflito entre querer abençoar algumas pessoas e amaldiçoar outras.
Ela tinha seus desvios, mas certamente não era nenhuma bruxa maldosa.
Recomendo a leitura.
comentários(0)comente



Ju.amorim 07/01/2021

Leitura forte e fluída
Ótimo livro, forte, importante e a escrita da autora é tão fluída e instigante que não da vontade de parar de ler.
comentários(0)comente



Nado 31/01/2022

Premiado romance francês que é de autoria de uma das mais importantes autoras negras da atualidade.
A trama de ?Eu, Tituba: Bruxa Negra de Salem? é narrado em primeira pessoa pela personagem que dá nome à obra. Essa personagem forte tem um passado sofrido do qual ela sempre se lembra e correlaciona com o seu presente.
Tituba é filha de uma mulher preta escravizada que teve a vida tirada depois de ter se defendido de um e$tu9r0 sofrido por um homem branco, mais tarde, o pai dela tirou a própria vida por conta das maldades deste mesmo homem. Os anos se passaram com ela crescendo sob os ensinamentos de uma mulher que tinha o poder de cura, iniciando-a nesse mundo de mistérios. Já adulta, se apaixona e abdica da própria liberdade para viver esse grande amor.
Escravizada e levada para a Nova Inglaterra por seu novo ?patrão?, ela não conseguiu se livrar das mentiras e acusações que uma sociedade puritana e histérica é capaz, mesmo sendo protegida por espíritos. A protagonista desse livro foi uma das primeiras mulheres negras julgadas em Salem, no ano de 1692, sendo acusada da prática de bruxaria.
A história de Tituba consegue exemplificar todas as vivências das pessoas pretas que seguem a sua verdade e das suas minorias, e não a do seu dominador. No caso dessa narrativa, o dominante é o homem branco colonizador. É uma leitura extremamente válida que tem uma trama complexa, pesada e ao mesmo tempo, admirável.
Essa leitura fez parte da leitura coletiva do incrível grupo @lendomulherespretas. Tive a oportunidade de lê-lo em 2021 e agora, uma releitura rápida para conseguir processar e digerir melhor essa história que me deixou com o coração na mão em tantos momentos.
comentários(0)comente



Mi Rubin 06/11/2023

Que livro bom!
Impactante na sua forma crua de contar a história de Tituba.

Que mulher, de história tão triste, que nos incomoda em ver como uma sociedade pode ser cruel com os seus.
Diferentes ou semelhantes, parece que sempre haverá quem quer se sobressair sobre os demais.

Difícil ver que mesmo passando séculos, a caça às bruxas se mantém, causando histeria na sociedade e perseguindo qualquer um que seja o alvo da vez.

Judeus, pretos, comunidade lgbtqia+ e tantos outros... parece que nada muda e isso é assustador demais.

Um excelente livro para fazer pensar e não nos deixar esquecer que devemos ser melhores como pessoas.
comentários(0)comente



Isabella.Wenderros 15/10/2020

“Essa é a história da minha vida. Amarga. Tão amarga.”
Na aldeia de Salem, em março de 1692, uma histeria coletiva fez com que várias mulheres fossem acusadas de bruxaria. Ao longo dos séculos, vários livros, filmes e documentários foram produzidos na tentativa de explicar o que fez com que dezenove mulheres – e um homem – fossem condenadas à morte, entretanto, quase nada se fala sobre a mulher negra que foi uma das primeiras “bruxas” presas. Em “Eu, Tituba”, a autora Maryse Condé decide dar voz à essa personagem que foi apagada da história através de um romance.

Fruto de um estupro, Tituba conheceu desde cedo os horrores em que as pessoas escravizadas viviam. Aos sete anos presenciou o momento em que o dono da plantação tentou violentar sua mãe e foi apunhalado pela mulher que não aceitava reviver aquele trauma. Como consequência, Abena foi enforcada, já que cometeu o maior crime de todos ao levantar a mão contra um homem branco, que apenas estava querendo usufruir de sua ‘propriedade’ – simplesmente pensar nisso já me dá ânsia.

Após a morte da mãe, Tituba é acolhida por uma curandeira da região que conhece as ervas, mantêm vivo o conhecimento e realiza os rituais ancestrais. Anos depois, ao conhecer John Indien, a jovem abandona a pequena liberdade conquistada para seguir aquele homem e é através dessa decisão que Tituba será vendida para o Reverendo Samuel Norris e levada para os Estados Unidos.

Eu acredito que mesmo se não soubesse o que aconteceu no vilarejo de Salém ,poderia perceber que algo ruim estava se aproximando. Desde o momento em que pisa naquele lugar, Tituba era vista como ‘a enviada do demônio’ por causa da cor de sua pele. Todos os moradores eram tão obcecados pela presença de Satanás, que não olhavam para as pequenas – e logo grandes – crueldades que faziam diariamente. Além da maldade que existia entre eles, também reinava a hipocrisia: assim que a onda de acusações começa, todos apontam para a negra que com certeza tinha levado o capeta até suas casas, mas quando ninguém estava olhando, corriam até ela desejando poções de todos os tipos e ainda se sentiam indignados quando recebiam um ‘não’. Também fica claro o machismo que corria sem rédeas por lá, já que o marido de Tituba, também um homem negro, é recebido com um pouco mais de simpatia entre os moradores e em nenhum momento acusam o rapaz de ser o enviado disso ou daquilo.

O que me fez gostar um pouco menos dessa leitura foi a escrita da autora. Embora eu tenha visto beleza, a narrativa foi tão lenta que em alguns momentos quase desisti, precisei forçar para continuar e descobrir o que aconteceria com a protagonista, nessa versão romantizada de sua vida. Também achei a parte histórica fraca, mas sei que o objetivo da autora não era criar uma biografia, já que não existem provas de nada.

Acontece que depois de sua prisão e soltura, se perde o rastro de Tituba. Como disse a autora, seja por um racismo consciente ou inconsciente, ninguém achou importante registrar o destino de uma escrava. Alguns dizem que ela foi comprada por um tecelão e terminou seus dias em Boston; outros que foi vendida a um comerciante e voltou à Barbados. Espero que um dia documentos, se existirem, sejam encontrados e que essa mulher ressurja para contar sua verdadeira história.
camila 16/10/2020minha estante
Isabella, só do seu ponto de vista, já fiquei curiosa.
Me lembrou a cor púrpura.


Isabella.Wenderros 16/10/2020minha estante
Oi, Camila. Fico feliz que minha resenha tenha despertado seu interesse! É aquele tipo de livro que faz a gente revirar os olhos diante de tanto preconceito e hipocrisia, mas é bom.


camila 19/10/2020minha estante
Sim. Isabella. Pois é, é incrivelmente ruim, olharmos que isso ocorre nos dias de hoje, despois de tantos anos de batalha. Boa Leitura! Bj




Rafa 10/11/2020

Sufocante
A obra percorre desde o fanatismo religioso até temas raciais que subjugaram os negros à escravidão. Além de tudo há uma grande preocupação quanto ao escarmento e a perseguição infligidos às mulheres. A narrativa descomplicada conduz uma história, que lamentavelmente, ainda possui resquícios.
comentários(0)comente



05/05/2020

Feminismo negro!
Brilhante ler uma obra que dá um justo protagonismo a um mulher negra com base em um evento histórico (as bruxas de Salem) tão marcado pelo patriarcado e pra branquitude. Obra de impacto necessário, que mistura ficção e realidade. Indico demais.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
Fernanda Taniz 17/10/2020minha estante
Amo esse livro!


Maria Ferreira / @impressoesdemaria 17/10/2020minha estante
Muito bom!




Mariana Dal Chico 19/02/2020

“Eu, Tituba. Bruxa negra de Salem” de Maryse Condé foi publicado no Brasil em nov/19 com prefácio de Conceição Evaristo pela @editorarosadostempos que me enviou um exemplar de cortesia

Ao ler a sinopse, fiquei muito interessada, mas com a vida conturbada acabei deixando a leitura para depois. No começo de 2020, ouvi um episódio do @onomedolivropodcast onde a Luana dizia ter sido sua melhor leitura, logo em seguida vi a @euslenesouza indicando a leitura. Não consegui mais adiar e devorei o livro.

“Abena, minha mãe, foi violentada por um marinheiro inglês no convés do Christ the King, num dia de 16**, quando o navio zarpava para Barbados. Dessa agressão nasci. Desse ato de agressão e desprezo”p.25

É com o parágrafo acima que Condé abre sua história, um soco no estômago do leitor que precisa se preparar com urgência para aquilo que ainda está por vir nas mais de 220 páginas seguintes.

A autora leva o leitor por uma jornada de dor, onde a ficção e o real se encontram, dando vida para a uma das primeiras mulheres a serem julgadas durante a caça às bruxas em Salem no ano de 1692.

Condé fez uma pesquisa extensa nos documentos da época para tentar construir a história de Tituba, que havia sido esquecida. Seu interrogatório foi reproduzido a partir de documentos do seu testemunho. Após o período na cadeia, não há rastros do paradeiro de Tituba e a autora usou a ficção para dar voz e força à mulher que havia sido silenciada por tantos anos.

Escravidão, crueldade, hipocrisia, perseguição religiosa e comportamento humano são alguns dos temas explorados ao acompanharmos Tituba em sua busca por se manter fiel ao seu coração, crenças e raízes; enquanto buscava fazer o bem para aqueles que necessitavam de sua ajuda. Como qualquer humano, ela luta para manter sua integridade quando é vítima da maldade e desprezo.

Livro mais que recomendado, entrou para minha lista de melhores leituras e deixo aqui um conselho: comece a ler quando tiver tempo para ele, porque vai ser difícil deixar a história de lado para fazer qualquer outra coisa.

site: https://www.instagram.com/p/B8FJEwkjQM7/
comentários(0)comente



Bárbara 10/06/2021

Tituba
Maryse Condé é poesia, poesia sofrida
Esse resgate lírico pra preencher o que a história não conta é poesia
comentários(0)comente



Joel.Martins 11/02/2023

Leiam?
Só quero dizer:

Tituba, você é especial!????????????????????????????????
Ester71 11/02/2023minha estante
Muito especial!




laly 02/08/2021

aqui temos uma filha de escravos, que só ficar órfã, consegue sua liberdade e aprende rituais de cura com Man Yaya. Contudo, ela abdica de sua liberdade e de seus rituais ancestrais para se casar com um escravo, com o qual seu senhor se muda para os EUA. Longe de seu país, de seu povo, do seu axé, sob a condição de escrava e tendo de se adequar à religião cristã e sob o estigma de realizar "magia negra", a autora narra a vida de Tituba, que resiste à intolerância religiosa reaprendendo a usar os recursos desse país que está longe de chamar de "casa"
comentários(0)comente



Marcia 02/04/2024

Minhas impressões sobre o livro
Bruxas de Salem! Quem nunca ouviu alguma história que falasse dessas bruxas!? Foi com esse tema que a escritora Maryse Condé escreveu esse livro que considero arrebatador. Não é uma história de fantasia, muito pelo contrário. Nesse livro vamos conhecer a história de uma mulher negra, a Tituba, que quando criança viu sua mãe sendo enforcada por se defender de um estupro. Um homem branco a atacou e ela se defendeu. Nao o matou, mas pagou com a própria vida sendo enforcada.
Numa época de escravidão, Tituba aprende a riqueza das plantas medicinais e pagou caro pois será rotulada como bruxa. Passou sua vida querendo o bem, querendo ajudar a curar doenças com as plantas mas a ignorância do ser humano é enorme e a consideraram uma bruxa.
Uma jornada de vida que nos ensina muito sobre os escravizados, sobre fé, esperança, perda... Também conheceremos um pouco sobre a região de Salem, a cultura e crenças da época.
Esse livro foi uma releitura que gostei muito de fazer.
Um livro que nos emociona.
Valeu!!
comentários(0)comente



Marisa.Monteiro 16/09/2021

"Que mundo era aquele que tinha feito de mim uma escravizada, uma orfã, uma pária? Que mundo era aquele que me separava dos meus? Que me obrigava a viver entre pessoas que não falavam a minha língua, que não compartilhavam a minha religião, num país feio, nada agradável?"
comentários(0)comente



611 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR