spoiler visualizarRaony.Lima 22/05/2024
A pobreza não é contagiosa
Meu primeiro contato com Dostoiévski tinha sido em 2017 quando comecei a ler Crime e Castigo, mas parei por algum motivo, não lembro o porquê.
Confesso que romance epistolar não é muito meu estilo e algo que eu goste tanto, mas quis dar uma chance ao livro, e no final das contas acabei gostando bastante.
Não consegui ter nenhum tipo de apreço à Varvara, não sei o porquê, apesar de saber que muito da angústia que ela passava se dava por conta da agonia do seu presente, onde acabou se ninguém, e das memórias que teve do passado, como ela mesmo falou ?eram tempos dourados?
Acho que a parte que ela conta do passado poderia ter sido mais bem explorada pelo autor, a relação dela com Anna Fiodorovna e Bykov poderia ser melhor explorada, algumas coisas ficaram nebulosas.
Makar é o melhor personagem do livro, seu amor e doação por Varvara, tirando o que não tem pra dar a ela, é fazendo ao máximo para que sua ?pombinha? ficasse pelo menos um pouco mais feliz. As suas últimas cartas ajudando-a para o casamento e consequentemente sua partida, apenas para deixá-la feliz, mesmo que por dentro ele estivesse acabado, foi bem triste.
Sua felicidade no encontro com sua excelência, que após ganhar os rublos, ganhou também um aperto de mão e o fez reagir a si, foi um dos momentos mais lindos do livro, onde ele realmente percebeu que era gente, apesar de extremamente pobre.
Na sua última carta ficou nítido o quanto ele estava mal e o quanto sua vida sem Varvara não fazia nenhum sentido pra cabeça dele.