Larica 14/08/2021
Juliet nunca me decepciona!
Vidente de Sevenwaters, o penúltimo livro da saga, não poderia ser melhor. Ele acompanha a trajetória de Sibeal em busca de mais certezas sobre a sua vocação como druida. Ela passaria o verão em uma ilha chamada Inis Eala, cuja liderança está sob as mãos de Johnny, seu primo, filho de Liadan e "Bran" (O Chefe), com o intuito de encarar aquilo que ela perderia se optasse pela vida druidesa: a família. A princípio nada abalava Sibeal, afinal, pra uma garota de apenas 16 anos, ela realmente parecia ter certeza sobre o que queria para sua vida. Desde os 12 anos seguia esse caminho, acompanhada de Ciarán, seu mestre.
A história se desenrola de um jeito lento, o que me deu a impressão de que provavelmente me causaria algum incômodo, mas Juliet soube usar os capítulos do livro e, no final das contas saciou a minha cede por suspense, ação, romance, entre outras coisas mais, pois conforme Sibeal se questiona sobre a sua própria vocação, mais ela conseguia entender sobre si mesma, revelando-se (e abrindo-se) cada vez mais. Isso abriu portas para que muitas coisas pudessem acontecer nesse livro.
O que motivou tudo isso? Ah, um homem, é claro. Assim como todos os outros livros, a protagonista é diretamente ligada a um homem que, de início, não lhe cai bem e passa até a odia-lo em certos momentos. Juliet usou essa tática em todos eles e, claro, deu certo. Realmente, as mulheres da família Sevenwaters têm muita força de vontade e, principalmente, coragem. Elas salvam vidas arriscando as próprias, e isso foi passado de geração a geração.
Sendo assim, repetiu-se em Vidente de Sevenwaters. Sibeal salva a vida de um homem e passa a se conectar com ele cada vez mais, descobrindo sentimentos que nem sabia que poderia ter e até achava que seriam impróprios para uma druida. Bem, infelizmente não se pode ignorar aquilo que vem do coração, e conforme as coisas evoluem dentro da história, Sibeal percebe isso e se questiona frequentemente.
Toda vez que eu lia um livro da saga eu dizia: "esse é o meu casal favorito", mas nunca imaginei que Vidente de Sevenwaters poderia revelar uma conexão intensa como essa, levando em consideração que Sibeal tem um talento peculiar que a permite sentir aquilo que o outro sente (é o que chamamos de pessoa sensitiva, suponho). O envolvimento dos dois foi algo que me prendeu demais nesse livro, e toda aquela lentidão no início valeu a pena.
Além do romance entre Sibeal e seu amado, podemos acompanhar a trajetória de outros personagens já vistos nos livros anteriores, dentre os principais está Clodagh, a protagonista do Herdeiro de Sevenwaters, e Cathal, seu parceiro que também está envolvido no quatro livro da saga. Isso mexeu comigo e me deixou um tanto emotiva, porque desenvolvi certo apego por todos os personagens envolvidos com a família Sevenwaters. Foi bom ver eles de outra perspectiva e ainda acompanhar essa nova fase de suas vidas.
Tirando isso, Juliet soube introduzir muito bem a cultura irlandesa, e logo nos agradecimentos, onde ela menciona as referências para o desenvolvimento do livro, prova que sempre pos a estudar e escrever uma história envolvente. Os deuses, as runas, os rituais; tudo baseado em uma cultura antiga. Esse é o mínimo a se esperando lendo um livro que diz se passar em uma outra época e num local cuja a cultura era arcaica.
Juliet mais uma vez provou que o amor pode unir as pessoas de forma inexplicável. No aguardo da Chama de Sevenwaters.