O Paraíso na Outra Esquina

O Paraíso na Outra Esquina Mario Vargas Llosa




Resenhas - O Paraíso na Outra Esquina


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Serdeira 20/08/2022

Triste e intrigante
Esse é provavelmente um dos livros mais pesados que eu já li. Esse livro é dividido em dois povs: Flora e Paul - pessoas reais - avó e neto. Eles nunca se conheceram e viveram vidas de modos completamente diferentes. Por se tratar de um livro baseado em pessoas reais, os capítulos de Paul são extremamente pesados, com cenas próximas a estupros, foi difícil digerir o personagem ainda mais lembrando que ele realmente existiu. Já os capítulos referentes a Flora eu devorei avidamente, a personagem é cativante mesmo quando comete erros. Sentia que nela havia um propósito e uma força de luta maiores que em seu neto. Se for ler, esteja preparado pra embarcar numa escrita densa e com histórias de vida reais, apesar de eu não saber distinguir até que ponto é verídico e até que ponto foi imaginação do autor.
Boa sorte!
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Nivia.Oliveira 06/08/2022

Mario Vargas Llosa funde de forma brilhante as histórias do pintor Gauguin e de sua avó Florita, uma mulher sofrida que se torna feminista, que luta não só pela escravidão da mulher pelo casamento, mas do trabalhador em geral. Em se tratando de século XIX imagine o que ela passou ao enfrentar o poder do machismo, da indústria e da Igreja no Peru e na França...

O escritor separa os capítulos para um e outro, intervalando-os. Literalmente conversando com os protagonistas, nos mostra aos poucos, as similitudes e as diferenças entre ambos.(* abaixo fiz um comparativo! Deixe nos comentários se concorda ou não).

Quanto ao Koke, apelido de Gaugin no Taiti, também abandonou tudo por um ideal: uma nova arte, mas também o desmistifica: de “crucificado” a sádico em busca do prazer e... para quem o culpa sobre a morte de Van Gogh, o “holandês louco”, há sua versão dos fatos.

Esse livro é incrível!

Flora Tristán (avó de Gauguin) Paul Gauguin
Dores no útero “Doença impronunciável” - Sífilis
Ideal socialista - Ideal arte moderna
Íntegra - Promíscuo
Violentada Violador
Contra a Igreja Comprado pela Igreja
Entrega vital Entrega vital
Alma selvagem Alma selvagem
Bi-sexual Bi-sexual
Espírito insubmisso Espírito insubmisso
Altruísta Egoísta
Não se manteve casada Não se manteve casado
Sexo: traumatizada Sexo: depravado
Luta pelo interesse coletivo Luta pelo interesse próprio
Fiel Infiel
Abandona a pátria: França Abandona a pátria: França
Coleção de livros marxistas Coleção de fotos eróticas
Amizades intelectuais e artísticas Amizades intelectuais e artísticas
Morreu com 41 anos Morreu com 55 anos
Sucesso post mortem Sucesso post mortem
Sem espaço para a filha Sem espaço para os filhos
Rodeada de miseráveis. Rodeado de miseráveis.
Prefere o risco pela mudança. Prefere o risco pela mudança.
Paixão por Olympia (real) Paixão por Olympia (figura de Manet)
Vivia em pensão barata Vivia em casa de bambu
Presava a liberdade. Presava a Liberdade.
Charme e sedução. Charme e sedução.
Choque de culturas. Choque de culturas.
Em busca do paraíso: socialmente aceitável Em busca do paraíso: colorido e libidinoso




site: https://www.instagram.com/niviadeoliver/?hl=pt-br
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Raphael.Machado 30/10/2017

Fantástico
Sou fã do Llosa e confesso que esse é um dos top 5 da minha lista. A maneira de narrar uma história que só ele tem, indo e vindo em flashbacks, trazendo à tona questões e ao mesmo tempo nunca fica só no debate filosófico ou político. Ele é acima de tudo um romancista.
Aqui ele equilibra de uma maneira ideal ideias e ações sem nunca perder o timing. A vida interessantíssima do pintor Paul Gauguin e de sua avó Flora, que tinha a coragem e um pensamento super moderno e libertador pra sua época, cativa qualquer um.
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Caroline 30/01/2011

Ao Encontro do Fascínio.
Ouvi nos jornais o nome de Mario Vargas Llosa. Interessou-me por duas razões: a óbvia, o Nobel de Literatura e uma mais sentimental, essa história de ex-candidato à presidência que hoje vive em exílio. Uma relação tão intensa com a pátria só pode resultar em uma obra espetacular, pensei.
Numa ida ao sebo, encontrei um livro do escritor peruano, que julguei pela capa e pelo autor, assumo, mas foi uma ótima escolha. Na primeira página de O Paraíso Na Outra Esquina já me senti absolutamente seduzida pela Flora Tristán de Llosa. Enquanto lia o livro, procurava artigos sobre sua existência real e me fascinava cada vez mais.
O modo que o autor transita livremente entre a realidade e a ficção é incrível. O mais encantador sem dúvida é essa cortina que nos impede de saber o limite da verdade: até que ponto Flora e Gauguin são o que descreve Llosa? Veio em mim um súbito interesse pela causa de Flora e pela arte de Gauguin, e várias vezes me pegava pensando, “será?” para alguns fatos citados no romance e em outros, mais esclarecidamente fictícios, tinha a deliciosa sensação de imaginar que de fato aconteceram, como o encontro tempestuoso de Flora com Marx em uma gráfica.
Isso sem falar na forma de Llosa manter um diálogo com suas personagens,tratando-as pelos apeidos, tão natural que torna a leitura mais que agradável, viciante. Mistura maestralmente vários estilos sem que haja confusão alguma e nos torna íntimos de Flora Tristán e Paul Gauguin.
É um daqueles livros que te deixam uma herança e cuja última página provoca certa tristeza e a vontade de reler aparece logo depois de tê-lo terminado. Daqueles que a gente sai indicando pra todos os amigos e receia emprestar, com medo de perder de vista.
Desde o título até o enredo, um livro fascinante.
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Letícia 26/06/2010

O livro no início me decepcionou um pouco, pois imaginava que os personagens em algum momento se encontraiam. Cada capítulo conta um pouco a história dos dois personagens principais, Flora Tristán e Paul Gauguin, avó e neto. A partir da metade da leitura o livro começou a me prender de uma maneira que fiquei muito triste quando cheguei a última página. Acabou virando um livro adorado! Fiquei muito curiosa com relação à história de Flora Tristán, e ainda mais fascinada pelas obras de Paul Gauguin, que morreu esquecido nas Ilhas Marquesas.
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