Assassino Branco

Assassino Branco Philip Kerr




Resenhas - Assassino Branco


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Fabio Shiva 01/03/2024

SÓ COM MUITO CINISMO PARA SER UM BOM DETETIVE EM UMA NAÇÃO DE ASSASSINOS
Gostei demais desse livro, que me pegou totalmente de surpresa. São muitas camadas possíveis de leitura e reflexão que podemos fazer, e isso em uma história de suspense arrebatador, que nos faz virar compulsivamente as páginas.

“Assassino Branco” é o segundo volume da trilogia “Berlim Noir”, do escritor escocês Philip Kerr. Foi realmente um achado a ideia de ambientar tramas policiais noir na Alemanha Nazista. Nesse volume dois estamos no ano de 1938, pouco antes da infame “Noite dos Cristais”, que de certa forma dá o mote do enredo. Kerr surpreende na vívida reconstrução histórica, que nos faz vivenciar o ambiente progressivamente asfixiante do nazismo em ascensão, com a perspectiva da guerra cada vez mais iminente e a banalização da violência, da truculência, da estupidez arrogante.

O detetive Bernie Gunther é outro achado. Mesmo contra a vontade, ele prospera nos círculos da polícia nazista, por possuir uma qualidade rara nesse meio: a inteligência. E para defender a própria sanidade, ele se vale da ironia, do sarcasmo e do cinismo. O que nos brinda com tiradas como:

“Ter muito dinheiro não é garantia de bom gosto, mas pode tornar sua falta muito mais óbvia.”

E aí chegamos aos assassinatos, que são especialmente brutais para conseguir chamar a atenção em uma época de tanta brutalidade: belas adolescentes arianas são encontradas mortas após um ritual de tortura que sugere ritos satânicos. Convocado para deslindar os crimes, Gunther se empenha de corpo e alma na missão, mesmo questionando a ambiguidade moral de perseguir um assassino em uma nação que exalta e celebra o assassinato:

“Qual a importância de mais um psicopata entre tantos?”

Em outras palavras, como estabelecer os imprescindíveis limites entre “certo” e “errado”, que nos definem como humanidade, quando a maioria das pessoas (ou ao menos das pessoas em posições de poder) defende as maiores vilanias como atos de heroísmo e a canalhice como sinônimo de virtude? Essas reflexões suscitadas por um romance ambientado na Alemanha de 1938 não deixam de evocar um espaço-tempo bem mais recente: esse parágrafo poderia estar muito bem descrevendo o Brasil de 2018. E aí nos deparamos com essa pérola, que para mim sintetiza o brilho de “O Assassino Branco”:

“A vida é apenas uma batalha para manter uma pele civilizada.”

Ainda tive um ganho a mais com essa leitura, que quero registrar aqui. Em dado momento, fiquei impressionado com a finesse da construção da trama, unindo diversos elementos colocados no início do livro às complexas consequências que afloram no final. E pensei, cheio de admiração: “Deve ter dado um trabalho e tanto escrever esse livro.” Pois bem, pouco depois me vi entretido em solicitar a criação de imagens por meio da Inteligência Artificial, e notei um curioso fenômeno: os desenhos, belíssimos, foram progressivamente me causando tédio. Isso me deu um vislumbre de nossa interação com as obras criadas por IA em um futuro próximo: à medida em que seu uso for se banalizando, ficaremos cada vez mais indiferentes e apáticos diante de uma arte destituída por completo de sua “aura” (no sentido dado por Walter Benjamin). Veremos.

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2024/03/so-com-muito-cinismo-para-ser-um-bom.html




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Jansen 04/10/2015

Bom
Achei melhor que o anterior, Violetas de Março também com aventuras do detetive Bernie Gunther, que abandonou a polícia para ser detetive particular e foi chamado de volta para resolver um caso que estava preocupando os alemães, na Berlim de 1936. Em principio seria um serial killer que estava matando e torturando jovens alemães nazistas. A policia esperava que isso pudesse ser visto como algum assassino judeu, o que poderia causar uma comoção pública com depredação dos estabelecimentos judeus e uma perseguição a este povo.
O autor, um escocês, tem uma escrita fácil e descreve seus personagens de maneira jocosa e divertida.
Eduardo 15/03/2021minha estante
Na verdade, foi em 1938. Foi o ano em que aconteceu a "Noite dos Cristais Quebrados" e é nos doismeses que antecederam a trama é que ocorreu este fato.




Bells 18/09/2012

Muito bom
Muitas pessoas desconhecem esse livro; achei ele um dos melhores livros policiais que já li; li poucos confirmo, porém li o grande Sherlock holmes e o achei inferior a este, não o desmerecendo. Esse é um livro mais adulto que descreve cenas mais grotescas e situações realisticas pouco antes da segunda guerra mundial; ambiente muito bem descrito; o escritor philip kerr é fantástico senão um dos melhores do estilo.
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