Flavio Assunção 03/08/2011Após ler o excelente "Os Mortos Vivos", resolvi partir para mais um livro do autor. De fato existem poucas opções em português, então não foi difícil chegar a "Koko". O livro acompanha a vida de quatro veteranos do Vietnã: Michael Pool, Conor Linklater, Harry Beevers e Tina Pumo. Todos eles acreditam que um ex-combatente é responsável por uma série de assassinatos que vêm ocorrendo no sudeste asiático, já que o assassino coloca nas bocas das vítimas uma carta de baralho escrita com o nome Koko, que era bastante usado na guerra para denominar a morte de um inimigo. Assim, o grupo parte em busca de capturar o serial killer antes da polícia, para que, com isso, consigam fama e dinheiro.
Decepcionante do início ao fim, "Koko" não tem de longe a trama amarrada e tensa como aconteceu em "Os Mortos Vivos". Em dado momento sentimos que mostrar ao leitor a desestruturação psicológica por parte dos personagens é mais importante do que o desenvolvimento da história em si. São páginas e mais páginas de pura enrolação.
O livro até possui algumas qualidades. Straub consegue, por exemplo, transportar o leitor para a guerra, sentindo através dos personagens como se fizessemos parte dela. Mas apenas isso não é suficiente e não seria difícil o leitor mais impaciente largar a obra na metade.
Ao contrário de "Os Mortos Vivos", "Koko" não mexe com elementos sobrenaturais. É mais um romance policial disfarçado, mais dramático e mais sangrento que o normal. No final das contas, o leitor sentirá que poderia ter deixado na livraria.