Tamirez | @resenhandosonhos 21/08/2018RANGERS #5: O Feiticeiro do NorteNo último livro vimos mais um arco se fechar e nossos personagens encontrarem desfecho para o problema central que os cercava. Essa parece ser a fórmula do autor, não estender um problema por mais de dois livros, e aproveitá-los para, através de histórias diferentes mas que se interligam, nos mostrar mais a mais facetas sobre seu mundo e povo.
Aqui já temos um Will formado. Ele não é mais o aprendiz de Halt e está recebendo sua primeira atribuição oficial, como Arqueiro responsável pelo feudo de Seacliff. Junto com isso veio todas as orientações de que, apesar de olhar pelo feudo, sua devoção deve ser com a Ordem e com o Rei. Ele entende que não deve se aproximar demais das pessoas do castelo e precisa manter todo o mistério que repousa nos arqueiros.
Will é um personagem encantador desde o primeiro livro e aqui não foi diferente. Enquanto ele está seguro sobre suas habilidades como jamais o vimos antes, ele se vê questionado pela corte do Rei sobre sua idade, pois não possui o mesmo ar autoritário de um arqueiro mais velho. Sua cabeça fica no vai e vem entre achar engraçado e se sentir ofendido. Além disso, tudo é novo pra ele, e ele vai ter que se habituar a essa nova realidade.
“Mais acostumada a estar perto de arqueiros do que a maioria das pessoas, gostou do que viu no rapaz.”
Mas a história fica pouco nesse ponto e logo já teremos o jovem arrastado de seu feudo para uma nova aventura. Apesar das criaturas aqui apresentadas, como os orcs, a magia nunca foi algo trabalhado verdadeiramente, e tanto Will como Halt não acreditam em feitiçaria. E é baseado no ceticismo que esse segundo manda nosso protagonista investigar os boatos que rondam Macindaw.
O legal desse plot é que Will não vai como arqueiro, e sim como outra coisa, que vai desafiá-lo em um outro nível. É super engraçado ver toda a sua “preparação” e de como ele duela em sua mente sobre essas outras capacidades que ele vai ter que mostrar.
Porém, mesmo ele sendo nosso protagonista, quem ganha os olhares mais atenciosos nesse livro é a cadelinha que Will encontra em seu caminho para Seacliff. Apesar de um leve desconforto de Puxão no começo, ele também logo se afeiçoou a ela, e a personagem canina já ganhou sua importância na trama com truques e alertas. Outra personagem que eu adorei ver aqui foi Alyss. Ela dá um pouco mais de vida à Will, faz parecer ao leitor que ele é mais profundo do que somente o que é nos passado através das páginas, e isso é muito bacana. Ambos possuem sentimentos que coexistem com seus deveres e há naturalidade nisso, sem exageros.
E, por mais que a história pudesse caminhar para se encerrar aqui mesmo, no final se desenvolvem mais coisas que estendem a trama mais um pouco e, portanto, só teremos o desfecho do que vimos em Feiticeiro do Norte no próximo volume, Cerco a Macindaw.
A escrita do autor é super fluída e essa é uma história muito rápida de ler. Apesar do tom mais juvenil, o autor não simplifica a trama e sim sua forma de contá-la, deixando a narrativa leve. Pra mim que leio vários livros por mês e encaro umas fantasias mais pesadas, Rangers tem sido uma ótima opção para intercalar com esses outros livros.
Em Feiticeiro do Norte somos apresentados a um novo elemento e a um protagonista bem mais maduro. Will não é apenas mais um aprendiz, ele agora é um Arqueiro e sabe muito bem a responsabilidade que carrega. Aqui podemos ver o quanto ele tem confiança em si e no que aprendeu sem de tornar arrogante. E já estou bem curiosa pra saber o que mais John Flanagan inventou nessa história para nos prender por mais tantos livros que ainda faltam. E agora, depois de 5 livros, já posso entender porque tanta gente adora essa trama.
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