Jaqueline 21/01/2021
A difícil missão de dizer adeus
Saga vem nos preparando desde cedo para a perda repentina de personagens queridos, porém não nos preparou para o momento da despedida. Até agora, nos afeiçoamos aos personagens e só depois tivemos que lidar com a morte deles, mas neste volume temos uma virada: nós sabemos que um personagem está morto, só não estamos prontos para o adeus. O mérito deste volume vai para a forma sutil e até mesmo delicada com que a despedida é retratada. Um tema difícil, ainda mais quando envolve crianças tendo que lidar com a perda.
Da mesma forma, Saga mantém sua qualidade ao tratar temas polêmicos de forma plausível e não desrespeitosa. O autor não bate o martelo para o que acha certo ou errado, ele abre uma discussão sobre o que as personagens pensam sobre o assunto. Inclusive, é sempre importante lembrar que as personagens têm fortes características humanas e por isso são suscetíveis a erros, mau julgamento, mudanças de opinião e assim por diante. A situação aqui não poderia ser diferente: discutir sobre o aborto. E quanto a isso, Marko e Alana tem os seus momentos de reflexão e interação a fim de tomarem decisões sobre o futuro deles.
Por outro lado, o núcleo do The Will continua me desagradando. O caminho dele em Saga ainda não está claro para mim, mas confesso que estou curiosa para saber o destino do personagem...
De forma geral, foi um volume que retomou a qualidade que havia sido perdida (na minha opinião) nos volumes anteriores. O ritmo, embora lento, necessita ser assim por causa dos temas complexos com que a história está relacionada e já nos dá uma ideia do que podemos esperar no próximo volume: provavelmente um desfecho cheio de sentimentos envolvidos.