Gabriel Abib 02/05/2024
Queria eu, viver toda essa aventura e conhecer a Islândia... ou ter a imaginação e técnica desse gênio francês
Dificil por em palavras as emoções que fluem ao fim dessa história, a algumas leituras não derramava sinceras lágrimas, sendo honesto, a história é muito mais eletrizante do que dramática, mas o êxtase da jornada, somado a sua conclusão e as sucintas, mas belas palavras, de Axel sobre Hans me emocionaram, lágrimas de alegria.
Nunca fui um adepto do gênero fantasia, mas a partir de agora, tenho que dar o braço a torcer, quanta criatividade, ação, conflitos, cenários, ciência, audácia, fé, imprudência, tudo isso junto é a receita de uma obra-prima, ingrediente por ingrediente. Surreal a quantidade de eventos que o Verne introduz em tão poucas páginas, a parte em que Axel e o professor se separam, por exemplo, é algo que a essa altura é inimaginável, portanto, aterrorizante. SIM, tem terror no meio de metódicas descrições geográficas, descrições cientificas, uma Islândia paradisíaca. Tem até o romance do pupilo com sua virlandesa, os momentos de oscilações (impossível cunhar a palavra fraqueza para tão determinado e cego líder, o impetuoso austero, mas indubitavelmente, formidável personagem) mediante as mais cruéis fatalidades ou fatos inegáveis, que nos fazem refletir até onde é possível ter força contra os fatos que se apresentam, convicção para manter a vitalidade mediante desvantagens (como a figura narrativa do Axel que constantemente caia em desespero). A história tem absolutamente tudo.
Podem apontar toda conveniência da erupção ou sua falta de verossimilhança com o realismo cientifico, podem questionar a cegueira do Hans (que não era dependente ou sobrinho do louco patrão), com todos suas vastíssimas qualidades e microscópicos defeitos, eu tenho a minha opinião. É um dos melhores livros que já li em toda minha vida, e com toda certeza, um dos meus favoritos a partir de agora.