guibre 20/01/2010
Trata-se de uma narrativa que aparenta muitas vezes ser repetitiva, confusa e enfadonha, mas retrata efetivamente a angústia de um indivíduo diante da necessidade de resolver uma obrigação pecuniária sem que tenha condições para lograr êxito em tal intento por si mesmo.
As introspecções psicológicas são contínuas e potencialmente transmitem a angústia do personagem ao leitor.
O contexto em que se desenvolve o dia do protagonista é por vezes opressivo, mas bastante diferenciado do "clima" de O Processo, por exemplo. Sem dúvida, constitui-se em uma obra que retrata consistentemente o cotidiano daqueles que se veem diante de problemas financeiros.
Como observação final, deve-se observar a proclamada ineficiência e corrupção do serviço público, especialmente na "célebre" menção ao fato de Naziazeno estar com "meros" dez meses de serviço atrasado.