Clube do Farol 08/08/2022
Resenha por Elis Finco @efinco
Quem conhece a história do Clube do Farol sabe que nós amamos clássicos e leituras conjuntas. Por isso, quando a nossa editora parceira lançou um livro que foi escrito pela Jane Austen e ganhou uma adaptação toda especial pela Lis Wey, com certeza não iríamos resistir a leitura desse livro.
A edição se divide em duas partes. A primeira é a história escrita por Jane Austen e a segunda a versão da Lis Wey, continuando a partir do ponto onde Jane Austen parou. Vamos conhecer a história de 04 irmãs e 02 irmãos que são filhos de um viúvo adoecido.
Claro que o foco é nas quatro irmãs, dentre elas a irmã mais nova, Emma Watson que, depois de anos vivendo sob a tutela de uma tia na Escócia, foi enviada de volta para casa e encontrou suas irmãs, descobrindo inimizades, desentendimentos, rancores e mal-entendidos. Influenciada pelas percepções da irmã mais velha, Elizabeth, Emma passa a observar as pessoas e formar a própria opinião sobre elas.
Elizabeth, a irmã mais velha e responsável pelos cuidados com o pai, sofreu uma desilusão causada por Penélope, outra de suas irmãs, que a afastou de Purvis, o grande amor de Eli. Depois disso, Penélope partiu atrás de um marido. Outra de suas irmãs, Margareth, disputa com todas as moças solteiras o amor do galanteador Tom Musgrave. No primeiro baile que comparece, Emma conhece a família Edwards e os Osbornes, família mais abastada da região, além do antigo tutor de Lorde Osborne, o Senhor Howard, personagens cruciais no desenrolar da trama.
Trama que continua na versão da Lis Wey dessa história. Mesmo ela mantendo a base da narrativa dada por Jane Austen, ganhou os contornos da própria história, dando mais vida e personalidade a personagens que apareceram no baile e desenrolando à sua maneira as histórias começadas. Assim como o desenrolar da história das irmãs, Margareth, que conseguiu superar Lydia em meu ranço eterno, e a Penélope que, apesar da desavença com Elizabeth, tem um segredo que minha nossa!!!
Como alguém que já leu todas as histórias completas de Jane Austen, pude perceber várias referências a essas histórias na narrativa da Lis Wey, nada que desabone, ok?! Mas houveram algumas coisas que, por ser uma história ligada a Jane Austen, me incomodaram bastante por não ser algo que Austen escreveria. Mas aqui fica algo muito pessoal. Como a história é da Lis Wey, nessa parte, entendo perfeitamente que a escrita seja dela.
Creio que o título do livro retrata muito bem a segunda parte da história, sendo audácia e presunção sentimentos marcantes nos personagens. Assim como algumas emoções dignas dos romances que tanto amamos escritos por Austen como finais felizes. Confesso que terminei a leitura sem conseguir cumprir as metas. Ok, podem me julgar, mas foi impossível parar para deixar para descobrir depois como a história iria terminar e o final de cada personagem.
AH! E, durante essa leitura, a autora lançou o e-book Entrelinhas, histórias de época retiradas do Wattpad da autora, com um spin-off da história de Elizabeth, com conto de mesmo título. Neste breve spin-off de Audácia e Presunção vamos conhecer mais sobre o que aconteceu e como ela chegou ao surpreendente final na obra.
Acho que o fato da autora não tentar ser Jane Austen, e sim uma autora escrevendo a partir de uma história dela, é muito honesto e faz com que a diagramação da editora seja ainda mais perfeita do que já foi. Com imagens, boa fonte e espaçamento, uma capa lindíssima e papel e revisão confortáveis para leitura. A tradução foi feita e adaptada pela própria autora, o que mostra seu total e pleno envolvimento pelo projeto.
site: http://www.clubedofarol.com/2021/02/resenha-audacia-e-presuncao.html