Vida após o Gospel

Vida após o Gospel Marco Telles Belohuby




Resenhas - Vida após o Gospel


12 encontrados | exibindo 1 a 12


NatSantosBooks 13/12/2023

Somos mendingos, essa é a verdade.
Abriu os meus olhos em relação ao mercado Gospel. Quais músicas são coerentes para estarem na Igreja. E outras para relaxar em casa.

Quais adoram ao Senhor, e quais apenas querem produzir "mais uma música Gospel" em meio a tantas outras para ganhar um dinheiro. Está totalmente certo, todo crente deveria ler para seu próprio bem e conhecimento espiritual.
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Maria 08/12/2023

Para pensar o cenário mercadológico do gospel
Esse livro, escrito por Marco Telles, conta a trajetória da música cristã brasileira até a formação de um mercado nichado que, como qualquer outro mercado, visa a padronização dos seus produtos para gerar lucro. Observando essa história e toda essa construção, nós podemos ter um olhar crítico para a realidade atual de músicas repetitivas, estrangeiras e que perderam a cara de Brasil e a poesia que louva a um Deus criativo. Esse é também um convite para artistas cristãos que desejam ser diferentes do mercado e fazer a sua arte para glorificar a Deus com qualidade e temor.
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Yann.Lessa 31/07/2023

Libertador
Quando se critica boa parte da produção da indústria gospel, com suas músicas repetitivas e sem criatividade, parece que nadamos contra uma maré forte demais. Falar de canto congregacional, músicas com poesia e coisas do tipo te faz se sentir um E.T. "Como assim você não ouve fulano? Como assim você fica consumindo essa galera alternativa sem muita qualidade de gravação?"

Marco faz um trabalho maravilhoso em seu livro, passeando pelas cenas da música cristã no Brasil, com muita honestidade, respeito e coragem. Temos aqui um bom manual para pensarmos adoração, louvor e canto cristão. A parte teológica não deixa a desejar! Vale a pena a leitura. Vale a pena descobrir que há vida após o gospel.
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Tamy Sousa 26/03/2023

Se fosse tão fácil achar um adorador, Deus não estava procurando.
Recebi esse livro na Box95 (nem lembro quando) e quando o li me questionei o porquê de não ter feito isso antes!

Acredito ser um livro indispensável a qualquer cristão, em especial aos músicos e líderes de equipes de louvor.
Aos mais novos, diria que é leitura obrigatória.

Marco Telles trata da história da música cristã brasileira de forma leve, séria e em alguns pontos bem crítica, mas necessária.

Aborda temas como a nossa idolatria ao "gospel" e seus representantes, traz várias referências musicais e conta com uma playlist no Spotify (de mesmo nome) maravilhosa, autêntica e especial.

O autor nos apresenta a diferença entre adoração e louvor, hino e corinho, música secular, música no culto, trabalho autoral e ao final do livro nos apresenta uma lista de cantores que vão "além do gospel". Inclusive explica a origem do termo e como ele foi banalizado em nosso país.

Particularmente, a relação do cristão com a música é algo que me encanta, e ver que não estou só naquilo que penso, me conforta. É como se Marco tivesse colocado em palavras tantas conversas que já tive ao longo dos anos.

Nas considerações finais nos fala sobre o Coletivo Candiero, que na época ainda era um embrião, por assim dizer, e hoje já é um espetáculo de cultura, arte e poesia à serviço do reino.

Marco aborda o tema da graça comum existente no meio secular, imprime muito a importância das músicas autorais e os ritmos nacionais presentes em nossa cultura.

Me trouxe muito a memória do livro de "Gerson Borges: Ser Evangélico sem deixar de ser brasileiro", igualmente musical e singular, porém mais voltado à ritmos e a relação SagradoxProfano.

Uma dica: não se asuste com o tamanho do livro! A leitura é demasiadamente leve e cativante, você irá se surpreender com a velocidade em que avança na leitura.
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Alberto.Tisbita 18/02/2023

Teologia protocandieriana
Manter em vista o momento e o propósito desta obra é essencial para compreendê-la sem quebras de expectativa. Diferentemente do que se poderia esperar após participar de uma conferência do Coletivo Candiero nos idos de 2022, Vida após o gospel não tem como foco a arte nordestina, antes pode ser definido como um tratado teológico, a partir do qual se analisa o uso congregacional da música cristã brasileira.

O autor dispende energia e volume em grande monta numa seção dedicada à terminologia ? algo lamentavelmente necessário, dada a diversidade semântica dos termos constantes nos dialetos do tronco linguístico evangeliquês.

A partir disso é desenhado um histórico do cenário musical evangélico no Brasil, que serve de base para a crítica teológica ? de viés conservador e calvinista ? que se segue. As considerações finais são riquíssimas, por contar com indicações úteis a mineradores musicais [como eu ?].

Podem não ser poucos os pontos de estranhamento entre a ortodoxia do livro e a disrupção característica do Candiero, levando o leitor que primeiro conheceu este a questionar o que daquele teria sido escrito diferente hoje.

A perseverança do produtor independente ante a ausência de estruturas de apoio, entretanto, se manteve intacta. Na obra de 2019 tal escassez fica nítida na profusão de desvios gramaticais presentes que seriam sanáveis num simples processo de revisão editorial.

Por terra caiam todos os bezerros de ouro; a Reforma deve continuar!
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Amos.Alves 20/12/2022

O livro possui um objetivo, ajudar os músicos cristãos em sua semanal tarefa de consumir música cristã e ofertar música cristã para a comunidade, o que é adequado o que não é, foi a tarefa que o autor se propôs a ajudar a solucionar, claro que o leitor alvo do livro são evangélicos de igrejas reformadas, mas nada impede de outros cristãos também lerem e terem muito o que agregar na sua vida como músicos de igreja.
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Mila 07/10/2022

Todo líder de louvor deveria ler.
Um livro bem completo para quem está a frente do louvor da igreja ou quer saber mais sobre o assunto. Inicia definindo e diferenciando louvor e adoracao. Aborda o histórico das músicas evangélicas no país, com os artistas que marcaram cada época e o estilo das canções, aponta para os erros teológicos nas músicas e também no viver dos "artistas". Traz as características que devem ser buscadas no louvor e no líder de louvor congregacional. E no fim, traz dicas de músicos cristãos com louvores de letra cristocentricas.
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Santos231 24/08/2022

Somos mendigos, essa é a verdade.
Esse livro abriu os meus olhos em relação ao mercado gospel, escrita descontraída e muitas vezes engraçada, com certeza essa leitura valeu a pena.
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Nice.Vitor 23/02/2022

Um livro absurdamente essencial e urgente.
O livro é o árduo trabalho de buscar trazer uma base mais sólida para o contexto da música cristã, quer seja no ambiente congregacional, quer seja no âmbito artístico de modo geral. O autor livro trata acerca dos problemas do gospel e de como temos entendido muito errado conceitos relacionados à música cristã. Por isso o autor busca apresentar uma vida após o gospel, reestabelecendo conceitos, apresentando a história do gospel, tecendo críticas e instruindo de forma prática como proceder nesse novo caminho. Alguns problemas que autor se propõe a resolver são: como foi que todo o caos gospel começou, quais os problemas que essa marca mercadológica tem apresentado, como devemos entender certos conceitos de louvor e adoração comunitária e o que fazer para uma vida após o gospel. Marco Telles é um artista nordestino, sendo o principal produtor do Coletivo Candiero, selo de uma comunidade de artistas (15, atualmente) comprometidos com boa música cristã abrasileirada, com beleza e boa teologia. Estão aí pra espalhar "Marat Sá" por todo canto. Ele tem um background de teologia reformada, que pode ser notada durante suas argumentações, principalmente no aspecto do contato e produção cultural do cristão.

Na Parte 1 desconstruindo conceitos e reconstruindo os mais adequados, sobre louvor, adoração (e qual a diferença entre ambos) e outros que envolvem esses temas, fazendo isso em três capítulos. No Capítulo 1, ele desenvolve o tema do louvor, trazendo diversas caraterísticas do mesmo (estético, mensurável, multiforme, também vem da natureza, é a riqueza na pobreza e se manifesta em inteireza) e apresentando-o como algo que é manifestado de forma exterior. No Capítulo 2, ele desenvolve o tema da adoração, buscando como apareceu biblicamente pela primeira vez o termo e abordando aquilo que a Escritura tem a dizer acerca dele (apresentando com um "prostrar-se" e fazendo uma exposição de João 4 sobre o tema) e apresentando-o como algo que se manifesta de forma interior. No Capítulo 3, ele aborda outros termos (desmistifica o uso de música, hino, corinho, levita, músico e apresenta a gênese do termo "gospel"), buscando instigar uma análise com honestidade acerca desses nossos usos da linguagem costumeiros. Na Parte 2 ele já começa as instruções práticas, sobre como deve ser o ministro de louvor, a escolha do repertório e a arte para-eclesiástica, fazendo isso em três capítulos. No Capítulo 4, ele desenvolve as características de um ministro de louvor, apresentando de fato como ele deve ser, através da pessoa de Davi (sabe tocar bem, forte e valente, homem de guerra, sisudo de palavras, de boa aparência e o Senhor é com ele). No Capítulo 5, ele aborda as questões de repertório das músicas congregacionais, acerca do que é importante (o Evangelho, a letra e a comunidade), o que é secundário (o ritmo, tamanho da música e a execução), o que deve sair (heresias, subjetividade, poesia pobre e repetitiva e o espetáculo) e o que o autor apresenta como mais aconselhável a escolher (boas músicas antigas, músicas de fora do circuito midiático e autorais). No Capítulo 6, ele lida com até que ponto a arte cristã deve ser apenas para dentro do arraial da igreja e o quanto deixamos a arte abandonada, sendo dominada pelo mundo. Na Parte 3, a central, ele tece suas críticas ao Movimento Gospel propriamente dito, traçando a história da música evangélica brasileira, apresentando os tropeços desse movimento e com algumas palavras finais sobre música secular, fazendo isso em três capítulos. No Capítulo 7, ele traça a história da música cristã brasileira em quase 50 anos, lidando, inclusive, com nomes de influências (tudo isso em 4 fases: o missionário, o ministro de louvor, o profeta e o artista). No Capítulo 8, ele aborda grandes erros do gospel, mais especificamente 3 (o super-homem gospel e o liberalismo teológico, heresias da prosperidade e triunfalismo e a arte industrial). No Capítulo 9, ele fala que tem como encontrar bom conteúdo na música gospel, como tem bom conteúdo secular produzido por descrentes, lidando com a doutrina da Graça Comum. Na Parte 4, ao final, ele tece suas considerações finais de forma geral, trazendo todos à humildade e apresentando excelentes opções de repertório. No Capítulo 10, ele faz esse chamado à humildade por nossa parte, daqueles que produzem e daqueles que consomem. No Capítulo 11, ele apresenta nomes que são excelentes substitutos e pós-gospel para que possamos consumir música cristã de qualidade.

O livro é bonito demais, a capa é simplesmente tão intensa e polêmica quanto o autor assume que é a proposta do livro. Gostei demais da organização interior. É um livro muito bonito e bem organizado. O livro é muito gostoso de se ler. Por um lado, muita descontração em dados momentos, por outro, muita seriedade para abordar os temas sérios que se propõe a tratar. De forma exímia, ele cumpre com tudo aquilo que se propõe e responde às questões que são postas à mesa. Os argumentos são muitíssimo bons, por mais que você possa discordar de alguns ou de suas conclusões, certamente a pulga atrás da orelha, como o autor propõe a gerar, será posta. Em geral, concordo com absolutamente todas as conclusões.

Esse livro é absolutamente recomendável para todo músico cristão, líderes e membros do ministério de louvor e pastores que se preocupam com o canto congregacional. Eu faço uma recomendação absolutamente especial para os muito interessados no mercado/música gospel e, principalmente para os próprios artistas do meio gospel. Se, de alguma forma, esse livro chegar até eles creio que seria muito proveitoso, nem que seja pra trazer uma pulga atrás da orelha, uma chacoalhada e/ou uma reflexão. Qualquer um que esteja de olho no gospel (gostando ou não desse meio) deve ler esse livro.
Nice.Vitor 23/02/2022minha estante
O livro é bonito demais, a capa é simplesmente tão intensa e polêmica quanto o autor assume que é a proposta do livro. Os tons predominantemente escuros contrastando com os tons de branco, já dão um impacto de primeira impressão certeira quanto ao conteúdo (isso sem contar a sacada da cabeça "estourada" saindo fumaça trazendo alguns conceitos abordados no livro de firma simples, direta e imagética). Gostei demais da organização interior, a fonte ficou bem marcante e os subtópicos todos organizados e em negrito facilitam muito a localização dos temas. Sem contar a folha amarelada que sempre dá um toque editorial especial. É um livro muito bonito e bem organizado (ainda mais sabendo que é um livro sem editora oficial).

O livro é muito gostoso de se ler. Por um lado, muita descontração em dados momentos, por outro, muita seriedade para abordar os temas sérios que se propõe a tratar. Ele não se demonstra bobo, ingênuo ou ignorante sobre nada do que trata, ao mesmo tempo que não deixa a humildade de lado durante toda a sua exposição. Ele permaneceu bíblico em toda linha de raciocínio estruturado e se apoiou no bom senso da lógica simples.

De forma exímia, ele cumpre com tudo aquilo que se propõe e responde às questões que são postas à mesa. Ele se preocupa em desenvolver os temas que abre e fecha as partes/os capítulos do livro. Se você estiver ciente das propostas do livro e essas propostas te interessarem, certamente não ficará decepcionado. Algumas questões são levantadas apenas para fazer o leitor refletir e algumas delas o próprio autor já ajuda com direcionamento.

Em momento algum o autor se faz extremamente complicado, ele mesmo se propõe a ser simples e consegue fazê-lo, sem ser simplista. Os argumentos são muitíssimo bons, por mais que você possa discordar de alguns ou de suas conclusões, certamente a pulga atrás da orelha, como o autor propõe a gerar, será posta. Ele é suficientemente bíblico, teológico e claro em suas proposições.

Em geral, concordo com absolutamente todas as conclusões. Só acredito que uma aplicação do Texto bíblico não tenha sido muito boa e uma crítica, embora eu concorde com ela, creio que foi aplicada equivocadamente a uma música. De resto, não só concordo com a obra como um todo, mas é e será extremamente relevante para o meu aprofundamento e estruturação dos temas de estudo que me propus para esse ano.




Stephanye 08/12/2021

Leitura essencial!
Fazia uns meses que uma leitura na?o me capturava tanto como ?Vida apo?s o gospel? de @marcotellesbt . A u?ltima que havia feito isso comigo foi ?Por que tarda o pleno avivamento?? de Ravenhill. Claro que li alguns ti?tulos muito bons durante esses meses, mas se me pedissem pra dizer livros marcantes do ano eu com certeza lembraria desses dois. Depois, com maior esforc?o lembraria outros.

Em ?Vida apo?s o gospel? Telles, com uma escrita leve e dina?mica te leva atrave?s de va?rios temas dentro do contexto da mu?sica crista?. Desde o sentido etimolo?gico de palavras que frequentemente usamos sem parar pra pensar em seu sentido (como adorac?a?o, louvor, hino, mu?sica), ate? uma ana?lise sobre quem deve ser o mu?sico crista?o, baseado em Davi, a escolha de reperto?rio e inclusive a arte para ale?m do ambiente eclesia?stico.
Como se na?o bastasse toda essa pesquisa, ainda nos deparamos com um relato histo?rico do cena?rio da mu?sica crista? brasileira (um recorte dos anos 70 ate? hoje) que nos faz sentir ratinhos de laborato?rio (no bom sentido?) porque nos mostra o quanto fomos influenciados pelas diversas cenas que sa?o apontadas.
Por fim, temos ana?lises do perigo de uma mu?sica que esta? carregada de ma? teologia, um relato encorajador sobre a boa utilizac?a?o da mu?sica em Lutero e uma lista de indicac?o?es de boa mu?sica crista? brasileira.

So? queria saber se @marcotellesbt teve tempo de respirar enquanto escrevia esse livro?
Valbilandia 08/12/2021minha estante
Uau! Parece interessante.


Stephanye 08/12/2021minha estante
É muito bom!




Tonny 29/08/2021

Rasgue o Gospel.
Demorei a ler o livro de Marco Telles por achar que o conteúdo não era chamativo. (Nunca, jamais, julgue o livro pela capa.)

Estou com a cara quebrada. Que ótimo.

Pra você que é músico, pra você que gosta de teologia Cristocêntrica e sadia, Marco traz uma abordagem do que cantamos e não escutamos, do movimento musical de alimento para o ego do homem, de cantores que ascenderam com suas músicas chamativas e emocionantes da boca pra fora, de escândalos, de julgamentos do que se pode e não pode.

O livro desperta o sair da caixa, o sentar-se para meditar, o excluir para recomeçar, do trabalho árduo que é elaborar uma canção. Cita Lutero como compositor de obras na sua época, cita homens que não estão detrás dos holofotes nos nossos dias, mas que adoram de verdade.

E no fim ele afirma: "Somos mendigos de verdade."
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Rafael Reis 17/03/2019

Uma crítica que soa bem aos ouvidos
Todo ser pensante possui uma trilha sonora para sua vida. Canções, álbuns e apresentações musicais podem representar marcos importantes em nossas histórias. Quem nunca associou os primeiros acordes de uma música a um exato momento da sua vida? A música que tocou no seu casamento, a poesia cantada por sua mãe na infância, a pessoa que te apresentou aquela banda favorita na adolescência. Em todo tempo a música está conectada às nossas memórias e experiências pessoais.

Se você é cristão ou já passou parte da sua vida numa igreja evangélica, deve possuir sua própria história com a música gospel. Para aqueles como eu, que cresceu e permaneceu na igreja, a música gospel deve comandar muitas faixas do “Greatest Hits” da jornada de fé. Mas por ser a trilha sonora do nosso principal relacionamento (com Deus), certamente tivemos nossas próprias desavenças com esse segmento musical.

Em Vida após o Gospel acompanhamos uma análise muito bem feita do ramo musical que começou como Música Cristã Brasileira e hoje, mesmo enfrentando uma certa crise, se denomina Música Gospel. Iniciando sua obra com a definição de conceitos bem importantes do universo musical cristão e bíblico, o autor e cantor Marco Telles apresenta pontos que faz o leitor repensar a sua teologia sobre louvor, adoração e aqueles que servem na igreja local através da música.

Na primeira metade da obra, por meio de paralelos dos conceitos e citações bíblicas com a sua própria história, o autor nos coloca dentro das suas memórias. E esse é um dos grandes trunfos do livro. Ao compartilhar sua própria experiência de ter crescido no meio eclesiástico e o envolvimento com a música congregacional desde pequeno, Marco Teles conquista a confiança do leitor sobre o tema proposto. Dessa forma ele vai sendo conduzido com propriedade por todos os trajetos da relação da música com a igreja, chegando até a experimentar alguns déjà vu de momentos pessoais ou comunitários.

Denominada Crítica ao Movimento Gospel, a segunda metade do livro, sem dúvidas é a parte mais esperada, pois os crentes gostam de ver o circo pegar fogo. Porém o autor assume uma postura muito cautelosa no conteúdo interno, apesar da sinopse do livro parecer um tiroteio de criticismo. Ao iniciar as análises das letras de músicas e seu problemas teológicos, ele primeiramente se coloca como bode expiatório, partindo de sua própria experiência como compositor. Essa é a diferença da postura de um artista entre qualquer outro crítico que poderia escrever uma literatura de tema semelhante. Uma posição bélica com certeza seria a pior maneira de fazer esse conteúdo se tornar relevante.

Através de alguns exemplos conhecidos pelo amplo público, o autor faz uma análise muito coerente dos problemas que enxerga na música gospel. No final das contas, os que se encontram nesse meio são pessoas tentando de alguma forma adorar a Deus. Porém nem todo mundo está conseguindo fazer isso da maneira certa. Críticas anteriores já foram feitas, porém Marco Telles se destaca em um ponto, mesmo usando algumas palavras escandalosas como bezerro de ouro, ele apresenta um teor pedagógico em sua obra. O autor explica com todas as letras quais são as armadilhas e desvios presentes no meio da trilha sonora da igreja evangélica brasileira. Assim como aponta um caminho mais coerente com o que Deus quer de nós segundo a Bíblia.

A experiência que o livro proporciona é de imersão e reflexão. Muitas vezes eu fiquei atônito por ter lembrado de vários momentos da minha vida com Deus, diante da exposição de algumas músicas nessas páginas. O desenvolvimento da minha fé foi impulsionando e, mais claro do que nunca, também atrapalhado por certas teologias musicais que tive acesso. Eu lamentei diversas vezes, pensando “onde estava a Liga da Justiça para me avisar que eu estava perdendo meu tempo dessa forma?”. Pois antes que nunca e de forma independente, somos indesculpáveis de concordar com certas posturas e viver desvios do caminho reto que Deus quer para seus filhos.

Mesmo sendo seu primeiro livro, o estilo do autor se assemelha a um velho amigo que já viveu o suficiente para dizer “senta aqui, precisamos conversar”. Em vários trechos me senti num diálogo muito franco. Eu gosto bastante dessa forma de comunicação, os capítulos são bem construídos com a propriedade de suas experiências pessoais e também através de conceitos que são legitimados por citações bíblicas. Um modelo abrangente que alcança o resultado proposto, me fez devorá-lo em menos de 24 horas.

Se você é um artista ou envolvido com música na igreja, esta já é uma leitura obrigatória! Nunca mais você vai subir a um palco, altar ou apresentação da mesma forma. E mais uma vez reitero, não é somente sobre criticar cantores gospel aleatoriamente, mas de ensinar a igreja como deve ser nossa relação com a música.

Todo mundo que lida com a fé evangélica em qualquer grau na sua vida também precisa ter contato com esse livro. Nossos momentos de oração, durante o trânsito, cozinhando para os filhos, cantando no chuveiro e principalmente no culto público são regados por música. O que você está ouvindo? Como essa música está moldando sua relação com Deus? A trilha sonora da sua vida realmente está saindo das páginas da Bíblia? O mercado gospel já fez muitas vítimas, não se permita ser mais uma.

P.S Tem uma playlist incrível no Spotify criada pelo autor exclusivamente para acompanhar essa leitura. Uma ideia genial que potencializa principalmente a experiência da leitura, afinal das contas estamos falando de música!
Rosane. 23/03/2019minha estante
Poderia compartilhar a playlist? Gostei muito da sua resenha!


Damiris 28/04/2019minha estante
Ótima resenha!!!


Álexx' 06/10/2019minha estante
Quero


Rosane. 06/10/2019minha estante
:(


Rafael Reis 09/11/2019minha estante
Rosane, procure por "Vida após o gospel" no spotify e vc vai encontrar a playlist


Rosane. 09/11/2019minha estante
Agradeço, Rafael :)


Alexandro.Porto 15/01/2023minha estante
Confesso que esta resenha me deixou com mais vontade de ler o livro que a própria resenha/apresentação do livro ?
Vou procurar também a playlist ??




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