Resenhas - Vale Tudo: O Som e a Fúria de Tim Maia

Samara 28/11/2016

Mais grave! Mais agudo! Mais eco! Mais retorno! Mais tudo!
Confesso que não sou fã de Tim Maia, conheço algumas de suas músicas, porém não se pode negar a importância que ele teve para a música brasileira. Sua trajetória é marcante e difícil, por vezes muito penosa. O livro escrito por seu amigo Nelson Motta, que além de jornalista é produtor musical, trás um cenário marcante da música brasileira. Desde criança a música esteve presente na vida Tim, e com ele o sonho de se tornar presença no cenário musical. A Bossa Nova, estilo musical da zona sul, desanimou Tim, que aos 16 anos partiu para Morar nos Estados Unidos, foi lá que ele foi introduzido ao mundo das drogas, experimentou maconha, que a batizou de baurete, e também cocaína, não parou mais. Também nessa época sofreu muito preconceito por ser negro.

Ao voltar para o Brasil, já que saiu dos Estados Unidos praticamente expulso, encontrou um cenário bastante diferente, no lugar da Bossa Nova, surgiu a jovem guarda, com seu estilo juvenil e característico da época. Mesmo assim ,Tim não se enquadrava naquele padrão, mas foi no final dessa época que surgiu uma de suas músicas mais famosas, Azul da cor do mar. Com isso sua carreira musical começou e consequentemente os escândalos envolvendo seu nome e sua banda.

Os sucessos se sucediam, e as crises tanto financeiras quanto amorosas também, Tim faltava muitos a shows e com isso foi ganhando mal fama. A medida que o tempo passava suas músicas mudavam, e as canções de cornologia ganhavam mais adeptos. Ele criou músicas dançantes, como Descobridor do sete mares e Não quero dinheiro, e românticas atemporais, como Me dê motivo e Gostava tanto de você. Amo biografias e não poderia perder esse clássico, desse cantor negro, que marcou gerações e até hoje suas músicas tocam no rádio.

E. Dantas 31/05/2010

FÃ
Duas considerações inundaram minha cabeça nessa madruga de Domingo as 3:24 da manhã após terminar a leitura dessa obra fantástica:

1 - Tim Maia era um cara, literalmente Formidável.
2 - Minha admiração por Nelson Motta cresceu.

Quando à primeira, explico: Durante toda obra o que vemos é um "dono da bola" que nunca cresceu. Mas não aquele dono da bola que é chacotado pela galera quando vai pra casa chorando com seu tradicional mocasim-de-ir-pra-igreja incendiado pelos "amigos da rua" ( pelo menos na minha galera isso acontecia), e sim aquele "dono da bola" que de uma forma curiosa e grotesca, através de gestos inusitados e jeito turrão, virava um serzinho imprescindível em qualquer momento da turma. Toda turma tem um.
A turma de Tim era simplesmente o país inteiro, que adotou o gordinho como síndico-porra-louca e uma espécie de anti-herói do povo, muito embora o próprio povo fosse o primeiro a se dar mal com suas faltas, doideiras e atrasos.

O livro é uma vida curiosa. Envolto de sorrisos e piadas, a história de Tim é quase uma tragédia, ou melhor, mais que isso, é uma mega dúvida daquelas que deixam a gente pensando sobre muitas coisas.

Já a segunda consideração é só e tão somente ( tô inspirado ) a brilhante visão que nos traz esse reflexo da vida de Tim.

Uma vez, em roda de amigos, alguém me perguntou:
"Afinal, o que que é o Nelson Motta? Ele faz o que da vida? Que que esse cara estava fazendo no meio da galera da bossa-nova, e depois do tropicalismo, do funk, do Soul, da MPB, da jovem-guarda e etc, se ele não cantava, não atuava, não fazia porra nenhuma?!?!"

Eu não soube responder a questão em si, mas me senti muito mal com aquele comentário, descobrindo então que eu tinha me tornado um fã do cara...foi ai que eu tentei defender da melhor forma possível:

- O que ele tava fazendo eu realmente não sei, mas graças a Deus ele estava lá. Porque só ele sabe contar com paixão e gosto sobre a nossa cultura...e pra falar de arte, meu amigo, eu prefiro ouvir "um cara qualquer" que esteve lá do que um jornalistazinho qualquer que resolveu pesquisar um "teminha interessante e vendável".

Bom...a tréplica foi "foda-se, mas o que ele fazia?!?!" e eu preferi me calar.

Mas não aqui. Leiam, porque é um encontro histórico que vale muito.

Beijos e inté!

Zanini 16/03/2011

O Grande Tim e o Velho Lobo

Dois dos mais controversos e talentosos expoentes da música popular brasileira tiveram suas justas e bombásticas biografias lançadas nos últimos anos: Tim Maia (Vale Tudo: O Som e a Fúria de Tim Maia) e, mais recentemente, Lobão (50 Anos a Mil).

Tim foi biografado pelo dispensa apresentações Nelson Motta. Já João Luiz Woenderbag – sim, é difícil de acreditar que o lobo mau do roquenrol tupiniquim tenha esse nome de almofadinha – escreveu sua epopéia a quatro mãos, em parceria do jornalista Claudio Tognoli.

Ambas são leitura obrigatória para quem curte música ou simplesmente uma história de vida interessante, que inclui envolvimento com seitas malucas, briga homéricas com gravadoras, shows e álbuns que marcaram época, altas tretas com a polícia, consumo exacerbado de entorpecentes, loucas aventuras amorosas, estrutura familiar decadente (avec elegance) e, claro, um repertório musical indelével no cancioneiro brasuca.

Depois de ler as duas obras, queria escrever algo. Mas não uma trivial resenha. Queria fazer algo diferente, condizente ao estilo Kangibrina. Pensei, pensei e decidi fazer uma brincadeira, criando uma competição envolvendo alguns quesitos dos livros, mas escolhidos aleatoriamente, sem nenhuma fundamentação teórica ou critério técnico, pela minha pessoa.

Nada sério. Just for fun, entenderam?

Abaixo, você confere o resultado:

Título: São do caralho. Fortes, bem sacados, definem com precisão o espírito da coisa. Resultado: empate

Capa: Ambas convencionais, ninguém quis reinventar a roda. O frontispício (hein?) da biografia de Tim abusa do vermelho e do amarelo, com fontes gigantes sobre uma foto sua sorrindo. Já o de Lobão é mais sóbria, um close no seu rosto com fundo negro, bem ao estilo das biografias norte-americanas. Cada um no seu quadrado, deu empate.

Texto: Aí é covardia. Não dá nem graça comparar a fina escrita do Nelsão com a esforçada dobradinha Lobão/Tognoli. Motta teve a proeza de organizar a dionisíaca vida do rei do soul brasileiro e transcrevê-la de forma linear e apaixonante. É quase impossível largar o livro. O texto de Lobão é enjoativo, pois tenta, em vão, transportar para o papel o seu jeito neologístico de de falar. Não deu certo. Resultado: vitória de Tim.

Sexo: Os dois gostavam bastante da matéria, intercalando muitos casos sérios com muito sexo casual. Mas, pelo que deu pra perceber, o Lobo do Rio se saiu melhor, pois passou a vara em quase todo meio musical (expressão com duplo sentido) nos anos 1980 e 1990. Resultado: vitória de Lobão.

Dorgas, Manolo: esse é um páreo dos bons. Lobão e Tim enfiaram o nariz e a boca (opa!) em tudo que era imoral, ilegal e engordava. Melhor sorte teve o primeiro, que conseguiu parar antes de se encontrar com o homem da foice – apesar de uma tentativa de suicídio no currículo. A vida desregrada e o consumo de tóchico (como dizem nossas avós) encurtou a presença de Tim entre nós. Mas o resultado não podia ser outro: empate.

Rock´roll: Êta vida louca, louca vida essa dupla teve. Dois roqueiros natos, praticantes do tudo ao mesmo tempo agora. Resultado: mais um empate.

Humor: O momento que mais ri no livro do Lobão foi quando o João Gilberto ligou para ele de madrugada e fez com que ouvisse as oito versões que ele fez para a música Me Chama. Detalhe: Lobão estava trincadaço. Na biografia do Tim tem vários momentos hilários, especialmente quando ele é extraditado para o Brasil vestindo…pijama. Resultado: vitória do Tim.

Bom, até o momento, o rei do soul está na frente. Mas como este é um post “working in progress” voltarei aqui outras vezes quando pensar em novos quesitos e aí o placar poderá se alterar.

Mais sobre livros, cinema, música e afins, no www.kangibrina.com.br

Cami 16/06/2020

Viciante
A história de Tim Maia é brilhantemente contada nesse livro, que além de mostrar a vida conturbada do cantor e nos fazer rir com situações hilárias pelas quais Tim passa, ainda conta muito sobre a música brasileira e principais artistas desde o começo da jovem guarda até os anos 90

Rafa 29/11/2015

Vale tudo: Tim Maia
Tim Maia soube aproveitar bem a vida, com boas músicas e muitas loucuras. Tornando um grande cantar e compositor. “Mais grave! Mais retorno! Mais eco!” Tim Maia sempre foi muito exigente quando trabalhava, quando estava ensaiando queria o melhor de tudo, para que todo o seu trabalho saísse perfeitamente.

Escrito pelo jornalista e consagrado crítico musical Nelson Motta, leva ao leitor uma biografia completa e apurada do qual todo mundo vai conhecer as facetas do genial Tim Maia.

A biografia foi lançada pela editora Objetiva, tendo feito um excelente trabalho de edição e diagramação. Cada capítulo do livro tem uma foto do Tim Maia seguido de um título e o mais engraçado, os capítulos mostram o quanto estava pesando o cantor na época. O livro possui uma boa diagramação, gostei do tamanho da fonte e com bons espaçamentos.

O livro é recheado de muitas revelações do grande cantor, momentos de total alegria e loucura e momentos tristes e sofridos. Uma obra prima da literatura que merece ser lido e após isso apertar o play e ouvir às músicas do querido Tim Maia.

site: http://www.livreando.com.br/2015/11/resenha-vale-tudo-tim-maia.html

Maílson 23/05/2019

Um louco repetitivo
Tim Maia era surreal. Um grande cantor, um grande compositor e muito louco. E é aí que o livro tem o seu grande defeito.
O começo é extremamente interessante, mas do meio pra frente as loucuras do Tim são exaustivamente demonstradas de forma repetitiva.
Várias músicas são apenas citadas e o relato de como foi o processo de composição das principais foram pinceladas superficialmente.
O final é abrupto. Um acabou, fim e é só isso.

Samis 16/01/2009

as histórias do Tim são ótimas...

mas a narrativa é muito fraquinha, meio mal escrito...
vale pela figura geniosa do lendário Tim

João Victor 30/08/2013

Chama o síndico
Tim Maia é uma figura sem uma definição. Não dá para dizer que era um bom sujeito, nem um mau sujeito. Era um cara peculiar, com atitudes marcantes para o bem e para o mal. Mas Tim era original, era sincero, de coração gigantesco de boas intenções. Revolucionou nossa música e foi o primeiro, ao lado de Jorge Ben, a trazer os ares da África negra e dos sons funkeiros do Harlem e de Chicago para a Tijuca, depois para o Rio, do Leme ao Pontal, e, por fim, para o Brasil.

Vale a pena a leitura, para conhecer mais sobra a vida do Tim Maia do Brasil, regada de misto-quente, bauretes, skunks e uísque 12 anos. Salve, Tim!

site: jornalismodepreto.wordpress.com

João 16/09/2022

Realmente, , pro Tim Maia valia tudo mesmo - e, aparentemente, pro Nelson Motta também. Isto porquê este livro, antes de ser uma biografia, é uma grande apreciação da figura do cantor.

De forma geral, são muitas páginas relatando o mais do mesmo de sua vida adulta, como as noites loucas de Maia regadas a muita droga, os shows que ele nunca fez e as vezes que ele mandou empresários e donos de gravadora à merda.

Ainda sim, Sebastião Maia foi uma das maiores vozes nesse país e talvez um dos poucos cantores que entendeu como a o indústria fode o artista - para, assim, combater isso. Mas, claro, combateu do jeito Tim Maia de lidar com as coisas.

meianoiteeum 27/01/2009

Obra-prima de Nelson Motta
Ótima biografia, retrata com fidelidade vida de Tim Maia, um personagem brilhante, uma figura rica e complexa.
Único ponto negativo do livro, é que contém poucas fotos. Apenas 1 por capítulo.
Livro bate o Noites Tropicais na minha opinião, uma Auto-Biografia que relaciona grande parte da história da música contemporânea brasileira com sua história pessoal.

Raphael Rostaizer 08/05/2021

Simplesmente sensacional
A história desse grande artista contado e narrado por Nelson Mota só revelam a grandeza que foi esse grande artista pra nossa música.

claudioschamis 10/02/2009

Um livro inesquecível. Uma história triste, com passagens cômicas de um talento sem igual. Tim Maia deixa saudades e o livro consegue fazer "um filme" de sua vida. Sem poupar nada. Tim Maia era realmente o Tim Maia do Brasil.

maria 19/01/2024

Sempre gostei muito das músicas do Tim Maia e quando ano passado descobri que meu pai tinha esse livro na estante dele e que ele tinha lido há anos, e nunca me falou eu fuquei maluca kkkkkkkk
Ele me contou sobre a leitura, falou que era muito divertida e adorava o autor, mas se eu realmente gostava do Tim Maia, era melhor não ler pq estragaria minha visão dele.
Confesso que fiquei chocada com essa informação e meu pai se surpreendeu de eu nunca ter ouvido falar das polêmicas do cantor, mas sinceramente nunca fui fã de carteirinha dele e não é como se na minha bolha social ele fosse muito citado kkkkkk
Assumindo o risco, li o livro e meu pai tinha razão em tudo, o "gordinho mais simpático da tijuca" não era a melhor nem a 100? melhor pessoa do mundo, mas a leitura valeu à pena e eu me enterti muito com a escrita, os fatos, os artistas citados e etc.

Sha 14/01/2009

Só as extravagâncias e maluquices do Tim Maia já valem a leitura. Leitura leve e divertida.

Ana Costa 1979 08/04/2009

Biografia perfeita! Nelson Motta mostra a fúria e o lado humano do rei do soul brasileiro. Uma divertidíssima leitura.