Paula1735 13/09/2020Há brasileira com ótima crítica social.Nessa Hq com pegada de Black Mirror, o Felipe Cagno cria uma espécie de futuro distópico, cyberpunk, com uma ambientação bem convincente, bem feita de Sara Prado e Brao com cores da Natália Marques, que casaram muito bem a arte.
Nesse futuro, as pessoas só querem saber de assistir os sonhos umas das outras, através do rede social "Adagio". Aqui, as pessoas não tem mais o hábito de ler, assistir filmes e séries ou praticar esportes, o que mais importa é a quantidade de visualizações, comentários e compartilhamentos desses sonhos.
A protagonista da estória, é uma jovem que não consegue formar sonhos lúcidos, não conseguindo se tornar famosa, mas ela conhece pessoas e coisas ocorrem mudando tudo isso.
A Hq trás uma crítica social bastante interessante e bem explícita no enredo: a crítica ao consumo e dependência das redes sociais, no qual as pessoas buscam de toda forma estar sempre publicando, sempre divulgando, em busca do maior número possível de visualizações, utilizando até de drogas ou substâncias que façam sua popularidade aumentar, sem pensar nas consequências.
De forma sutil o Felipe Cagno fala de temas como dependência das redes sociais, drogas e estupro. Apesar de trabalhar bem os personagens, deu a impressão que o final foi muito ocorrido, deveria ter sido melhor trabalhado, mas não podemos negar que é um ótimo material.
Sobre o material editorial, a editora Avec manteve o padrão das suas HQs, com capa cartão, papel couchê de alta gramatura e colorida, sobre a versão digital (que sempre crítico a resolução ruim dos materiais da Avec), dessa vez acertaram, a Hq está perfeita para ler no app do Kindle, a resolução e formatação estão ótimas para o formato digital, tudo bem nítido e confortável de ler. Parabéns a editora pelo capricho nas duas versões: física e digital.