Reparação

Reparação Ian McEwan




Resenhas - Reparação


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Inalda 14/06/2021

Reparação
O livro fala do amor de Robbie e Cecília e alterna passado e presente de um acontecimento. Bryone vê uma coisa através da janela e com sua mente de criança interpreta de forma errada. As consequências são devastadoras nas vidas de Robbie e Cecília. Devastador, emocionante.
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Júnior 16/05/2013

Quero ser Ian McEwan quando eu crescer, diria Briony Tallis, ainda pré-adolescente, ainda tecelã de peças teatrais e contos de fadas, ainda inocente e, principalmente, ainda personagem. Porque logo em seguida é impossível nominar o que Briony torna-se. E não apenas ela, mas quase todos os personagens de Reparação, romance do consagrado escritor inglês Ian McEwan, que nesta poderosa obra deslumbra ousadia e inteligência sutilmente disfarçadas numa prosa metanarrativa.

O romance se passa no turbulento período que antecede a Segunda Guerra Mundial, onde um crime de/com palavras é cometido. Então o autor começa a destrinchar todas as consequências de tal ato, perambulando pela vida dos culpados e das vítimas. Com uma narrativa bastante estética, com descrições pretenciosas e lotada de floreios, além de brilhantes construções frasais (às vezes, soando geniais) tais como abismo que se interpõe entre a ideia e sua concretização, o som líquido do canto do pássaro tinha evaporado no calor ou o simples Amá-la era um bálsamo para a alma; conduzem uma trama que especula o poder e as limitações da literatura em nossa vida.

O cuidado de McEwan a cada um de seus personagens é notável, eles parecem driblar a ficção ao percebermos suas características tão vívidas, seus anseios e pensamentos frustrantes. É como se estivéssemos lendo um relato jornalístico lírico de um crime que ocorreu no século passado e suas repercussões. Reparação também é um livro que questiona, não só o poder das palavras, mas também o perigo das imaginações férteis, a função do escritor na contemporaneidade. Há uma busca incessante, durante todo o enredo, em reparar o mal causado, até que por fim chegamos ao clímax originalíssimo que evoca toda a ousadia já mencionada. Com um desfecho que joga o leitor no limbo de perguntas sem respostas, McEwan desestabiliza o leitor, é impossível não finalizar a leitura sem antes dar um suspiro por causa da criação de uma das mais geniais personagens da literatura recente.

Briony, que não apenas almeja ser Ian McEwan, o é. E nos faz pensar o quanto é saboroso e indispensável uma vida de/com palavras, à palavra. Uma leitura altamente recomendada que, aliás, foi transformada num ótimo filme, Desejo e Reparação, pelas mãos do cineasta Joe Wright, também diretor do famosíssimo Orgulho e Preconceito.
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Mariana 07/09/2023

Leitura arrebatadora, me tirou o chão
Fui para essa leitura cega, sem saber nada sobre a história. Nem sabia que tinha filme baseado no livro. Comprei numa dessas indicações de top leituras que vi alguém recomendando e, nossa, sou eternamente grata.

Fui completamente tomada por essa obra. Foi minha primeira leitura do Ian McEwan e estou fortemente impactada. A habilidade com que ele nos envolve na história e brinca com isso. A metalinguagem do autor ser o Deus daquela narrativa e definir o que é a verdade, assim como Briony fez naquele fatídico dia, é jogada na nossa cara sem dó nem piedade. Assim como a polícia e todos os envolvidos acreditaram em Briony, nós também. Me fez terminar o livro chorando, em choque. Foi a primeira vez que eu chorei lendo. Que final cruel!

É tudo tão bem amarrado até o clímax que chega a doer relembrar as pequenas dicas ao longo da narrativa. As pequenas metalinguagens antecipando o que estava por vir. O paradoxo de sermos, como leitores, o centro da reparação, que, na vida real, nunca poderia acontecer.

Um dos melhores e mais surpreendentes livros que eu já li na vida. Confesso que o início, apesar de envolvente, não me fez imaginar ou antecipar o que estava por vir. No final, eu precisei ler as últimas páginas várias vezes para acreditar. QUE OBRA!
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Renato.Antunes 05/04/2022

Lamentavelmente emocionante
Não quero dar spoiler, mas achei "lamentavelmente" emocionante porque não terminou da forma que eu gostaria... O "final" de algumas personagens foi muito duro, muito cruel...
Méritos do imprevisível Ian McEwan.
Você já leu algum livro do Khaled Hosseini? Já leu 'A Cidade do Sol'? Então... pos é... é disso que estou falando.
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Coruja 24/11/2014

É possível existir reparação quando uma mentira não apenas destrói a vida de uma pessoa como joga à lama todo o seu caráter e seu próprio futuro, roubando até mesmo o senso de identidade de alguém?

Essa é a grande pergunta que me fiz tanto ao assistir o filme quanto ao ler, mais recentemente, o livro de Ian McEwan, Reparação.

Tudo começa num dia de verão quase insuportavelmente quente e nas ações de um trio de personagens: Briony, sua irmã Cecilia e o jovem Robbie, filho da arrumadeira da mansão da família Tallis.

Briony é uma criança precoce, apaixonada pela idéia de ser uma escritora, de manipular personagens para alcançar uma perfeita ordem. Briony detesta o caos e a incerteza e acaba sendo pega na tormenta de sentimentos conflitantes entre a irmã e Robbie.

Considerando que mesmo Cecilia e Robbie se enrolam sem saber classificar seus sentimentos, sem entender a tensão que existe entre eles, é compreensível que Briony também seja incapaz de entender a atemosfera carregada de eroticismo que existe entre os dois. Mas essa não é uma desculpa plausível para que ela meta seu nariz onde não devia e, decidida a proteger a ‘ordem’ que ela acredita ser necessária, acuse Robbie de um crime odioso – o estupro de sua prima, que estava passando as férias na mansão.

Sendo bastante sincera, não considero esse um engano honesto por mais jovem que seja Briony. Primeiro porque ela se convence que Robbie é o culpado porque essa é a melhor alternativa para a história que ela vê se desenrolando ao seu redor. E segundo porque anos mais tarde ela sabe quem foi o real criminoso, então, ao menos em algum nível inconsciente, ela sabia que Robbie era inocente.

Fora que existe uma possibilidade de interpretação de que ela mentiu conscientemente numa espécie de revanchismo: é dito claramente que em algum momento no passado, Briony nutriu uma paixonite por Robbie e o fato de ter sido trocada pela irmã provavelmente não a deixou muito feliz.

Ao ser responsável pela prisão de Robbie, Briony rouba dele seu futuro, seu respeito e sua família. Os sonhos de ir para a faculdade de medicina, de crescer e ir além do ‘filho da arrumadeira’, a paixão por Cecilia, a consideração do patriarca dos Tallis que até então fora seu principal protetor – Robbie perde tudo isso e, quando estoura a guerra, é despachado como um soldado raso, bucha de canhão basicamente.

O mesmo destino tem Cecilia, que rompe com a família e sai de casa para nunca mais retornar. De certa forma, a mudança é benéfica para Cecilia, que amadurece e encontra seu próprio caminho – mas essa é uma mudança que vem à custa da separação com Robbie, da eterna espera para que possam ficar juntos.

Briony também cresce e na parte seguinte do livro vamos vê-la tentando consertar seus erros do passado. Mas existe possibilidade de reparar o mal que fez?

Mais que arrependimento, Briony me parece ser movida pelo seu desejo de escritora de restaurar a ordem entre seus ‘personagens’ – Cecilia e Robbie – e alcançar uma espécie de final feliz. A reparação que ela é capaz de dar aos dois fica muito aquém do necessário por conta de circunstância que ela mesma não tinha como controlar, mas mesmo que tivesse sido possível, o fato é que Briony destruiu a vida dos dois e plantou as sementes que implodirão sua própria família no futuro.

Briony é uma personagem extremamente complexa, que eu amo odiar...

O filme de Joe Wright adapta essa história de maneira soberba. A trilha sonora é uma das melhores que já ouvi, os atores são fantásticos, fotografia, cenários, tudo está muito bom. O diretor fez jus à obra e devo dizer que esse é um dos meus filmes favoritos.

Reparação é uma excelente história, que rende muito pano para um debate sobre ética e moral, sobre mentiras, concessões sociais, aparências. Vale à pena conhecer.

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2014/11/para-ler-reparacao.html
Nanci 24/11/2014minha estante
Reparação é perfeito e inesquecível. Quanto à pergunta, não sei a resposta...




steph (@devaneiosdepapel) 07/07/2015

Reparação - Ian McEwan
[Resenha originalmente postada no blog Devaneios de Papel]

Já tinha ouvido falar bastante sobre este livro, do conceituado autor Ian McEwan. Sabia que ele tratava de arrependimento, culpa, amor e inocência. Fiquei naquela de "compro, não compro" por meses até encontrá-lo em um bom preço, e aí, quando chegou em casa, levei mais algum tempo para começar a ler. Acho que fiz certo, pois é um livro que requer do leitor alguns momentos de reflexão, sem pressa.

Briony é a personagem principal, uma menina de 13 anos que sonha em ser escritora. Como eu e ela temos este fator em comum, foi muito fácil me identificar com ela. Briony é sonhadora e esperta, mas mesmo assim, tem aquela ingenuidade das crianças, e esta ingenuidade é que a leva a cometer um crime e carregar a culpa por muitos e muitos anos.

Eu pensava que só a cena da fonte que seria a responsável pelos mal entendidos que fazem Briony se sentir culpada ao decorrer dos anos, mas não; são diversos acontecimentos que convergem para um enorme problema. Peças que se encaixam, e como temos uma visão do todo, é impossível não ficar um pouco apavorado pensando: "não, Briony, não é isso que você está pensando!". Eu fiquei louca de raiva quando vi a bola de neve que estava se formando, queria entrar no livro e dar uns tapas em cada personagem, haha. A gente se sente muito impotente, e acho que esta foi a intenção do autor.

O livro é dividido em três partes. Na primeira, o autor nos conta todos os acontecimentos da fatídica tarde de verão de 1935; na segunda, temos uma visão da guerra e na terceira, a conclusão e as consequências do que ocorreu na primeira parte.
Gostei muito do início do livro, mesmo não sendo muito fã de romances históricos. Este aqui não se passa há tantos anos, mas há descrições de roupas, arquitetura e costumes bem típicos da época. A narrativa é em terceira pessoa e o autor alterna os pontos de vista ao longo do livro, trazendo mais dinamismo e deixando a obra mais rica.

Lá pela metade da história, na segunda parte, eu travei um pouco. Isso porque somos levados meio de supetão ao auge da Segunda Guerra, e é um período muito dramático e pesado. Fiquei angustiada o tempo todo. Este desenvolvimento foi muito útil para preparar o leitor para o que viria a seguir, na conclusão da obra.

A terceira e última parte ainda trata bastante da guerra, porém de um ponto de vista um pouco diferente. Sofri bem mais, até cheguei a ficar com os olhos marejados. Não considero spoiler o que vou dizer agora, mas o que mais me emocionou foi pelo ponto de vista ser da Briony. Ela tem uma função importante durante a guerra e é muito triste vê-la tentando dar o seu melhor, todo o seu desespero em meio a uma situação que foge ao seu controle. Acredito que boa parte das frases de impacto são ditas durante esta terceira parte.

Ian foi bem ousado no desfecho de Reparação. Fugiu do clichê e trouxe um quê de realidade bem chocante. Tudo o que eu esperava que fosse acontecer, aconteceu o oposto. A mensagem que ficou comigo foi a de que nem sempre somos capazes de contornar e apagar nossos erros, mas o fato de termos consciência e nos arrependermos pode ser suficiente para que pelo menos tenhamos paz.

Não posso deixar de falar sobre os outros personagens apresentados na obra, que são tão tridimensionais quanto Briony: Robbie, Cecelia, Leon, Emily, Lola e tantos outros que foram muito bem escritos e verossímeis. Cada um deles tem um passado, dúvidas, anseios e defeitos. Até aqueles que pouco apareceram, soaram para mim como pessoas reais.

Foi muito gostoso acompanhar a trajetória de Briony; desde sua infância até a fase adulta. Acredito que o autor soube captar muito bem como é a mente de uma pessoa criativa, o tempo todo tendo ideias, imaginando cenários, desenvolvendo histórias. No final há uma metalinguagem sensacional, que a princípio me confundiu um pouco, mas depois fez todo o sentido. Mostra como o escritor é, de certa forma, um tipo de deus.

site: http://www.devaneiosdepapel.com.br/2015/07/resenha-reparacao.html
Luana 07/07/2015minha estante
Também gostei bastante desse livro! E sua última frase disse tudo: "mostra como o escritor é, de certa forma, um tipo de deus." Confesso que quando acabei me deu uma raivinha porque eu pensei "sério mesmo que é isso? Sério? Ou será que entendi tudo errado?", mas depois eu entendi que a Briony apenas fez o que qualquer outra pessoa arrependida teria feito. :/


steph (@devaneiosdepapel) 07/07/2015minha estante
Também fiquei com raiva no final, voltei e reli algumas linhas, pra ver se tinha entendido direito. Aí depois me dei conta e gostei do final. Concordo, na verdade não tinha muito o que a Briony fazer, né... Foi triste, mas gostei bastante desse livro. Dizem que o filme é tão triste quanto.




Ju 13/09/2022

O melhor do ano
“Uma palavra encerrava tudo o que ele sentia e explicava por que recordaria com insistência aquele momento depois. Liberdade. “

Eu me apeguei a essa história como talvez não tenha me apegado a nenhuma outra. Grifei, escrevi nas páginas, e no fim como recompensa ganhei uma mente inquieta e um coração partido.

Conversei muito com os personagens, me infiltrei naquela casa, na guerra e nos sentimentos expostos de forma tão intima e inquieta, e agora tudo o que leio parece ridículo diante de uma obra como essa. A forma como ele brinca com as palavras é hipnótica, atiça a curiosidade do leitor e entrega mais sentimentos do que qualquer pessoa espera. Anseio por mais livros de Ian McEwan.

Eu não posso deixar aqui um breve resumo da história, pois minha mente se perturbaria pensando nos “ses” de todas as questões expostas nela. Todas as escolhas erradas, as conclusões fantasiosas, a culpa avassaladora e o amor prematuramente impedido, criaram uma atmosfera peculiar e imersiva, eu não sei como ele faz isso, mas deu muito certo.

Com toda a certeza Reparação já pode ser considerado um clássico.
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Bells 26/10/2022

Obra prima
“Como pode uma romancista realizar uma reparação se, com seu poder absoluto de decidir como a história termina, ela é também Deus? Não há ninguém, nenhuma entidade ou ser mais elevado, a que ela possa apelar, ou com que possa reconciliar-se, ou que possa perdoá-la. Não há nada fora dela. Na sua imaginação ela determina os limites e as condições. Não há reparação possível para Deus nem para os romancistas, nem mesmo para os romancistas ateus. Desde o início a tarefa era inviável, e era justamente essa a questão. A tentativa era tudo.”
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isa farinacio 05/12/2023

Agora tô de férias e posso ler mais!
Mt bomm, é daqueles que te fazem querer parar tudo até terminar de ler
Gostei bastante de o livro trazer várias perspectivas e não focar num personagem só, e dos vários cenários
Recomendo ler quando vc tiver tempo de ficar só lendo o dia todo e não parar no meio por um mês igual eu (não foi minha culpa, a faculdade q inventou que a gnt tinha q ter prova ?)
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Angy 26/12/2022

Existe mesmo uma reparação para tanto mal causado?
Ao meu modo de interpretação, não, não há Reparação, vidas foram destruídas pelo egoísmo de uma garota egocêntrica, que passou sua vida fugindo da realidade, não por culpa, mas por pura covardia, Bryone é uma personagem absurdamente bem construída, é quase inevitável não odiá-la pelo que fez, por sua maldade, já havia assistido o filme que agora está disponível na Netflix, e achei muito bom, é o tipo de filme que te faz querer saber mais e mais daqueles personagens, e o livro é simplesmente incrível, mesmo com o desfecho que a história teve, é o tipo de leitura que me fez ficar pensando por horas, tentando digerir aquele final com aquele plot.
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EuGabes 28/01/2024

É possível perdoar o imperdoável? O autor pode ser Deus em seu próprio mundo e reparar os danos da sua vida? Reparação é uma ótima leitura que começa devagar e vai esquentando aos poucos, o final é arrebatador e o filme também é excelente, recomendo as duas mídias.
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claris 08/08/2021

fiquei sem palavras
não sei muito bem como descrever esse livro pq é muito foda, tive que ler as últimas 50 páginas três vezes para ter certeza que eu tinha entendido tudo
autor fodido d+, as descrições do livro são simplesmente impecáveis parece que você ta dentro da cabeça dos personagens
e eu também adorei a construção do livro, o modo que a mesma situação é repassada pelos diferentes pontos de vista
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Ariadne 03/05/2020

Belo e triste
"Reparação" é um livro maravilhoso, belamente escrito e que consegue manter o leitor entretido em sua história mesmo que ele já tenha visto o filme, que foi o meu caso.

Ian McEwan, com certeza, é um dos melhores escritores da atualidade porque reúne em seus livros, especialmente em "Reparação", ótimas descrições e personagens complexos e em uma narrativa envolvente e deliciosa de ser lida.
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Sue 20/02/2020

Um clássico é um clássico
Nada como um clássico. Aos bravos que se desafiam a ir além dos best sellers vai se encantar com esse. Vai falar das profundezas da natureza humana sem poupar qualquer idade e o mais interessantes sob o ponto de vista de todos os principais envolvidos na tragédia principal do livro. Uma mentira contada mil vezes vira uma verdade, muda a vida das pessoas para sempre, mais do que mentira tem perna curta, ela encurta a vida das pessoas. Um dos melhores livros que já li. Quem tiver oportunidade veja o filme Desejo e Reparação inspirado nesse livro que também é excelente.
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