Pacheco 17/08/2023
"- Querida - disse -, não vá."
"Baby Don't Go" é o exemplo perfeito de como se é possível escrever sobre um assunto pesado sem romantizar ou perder a fluidez. Em todas as suas mais de 270 páginas - contando do físico -, a autora nos traz uma história em que, desde o inicio, é trabalhado um tema que pode causar gatilhos.
A verdade, inclusive, é que se se demorei tanto para dar uma chance foi justamente por medo de não conseguir ler. Mas quando, depois de anos, resolvi tentar, acabei presa nesse universo sem achar a saída. E sabe de uma coisa? Eu não faço a menor questão de encontrar.
Isso porque a Andy tem uma escrita envolvente.
Não vou mentir e dizer que já não fui com muita sede ao pote, que saber dos outros livros do Andyverso com o mínimo de ligação possível com esse já não aumentou minhas expectativas e isso pode, sim, influenciar minha animação do momento, porque dizer a verdade já prova um ponto: eu esperava muito desse livro e senti que fui atendida. Que recebi exatamente o que queria.
Tá, um casal aí que fanfiquei na minha cabeça não, mas eu já sabia que o par de certo alguém tá mais para outra pessoa, do que a pessoa que eu queria.
Mas, em quesito história mesmo, foi mais até do que eu esperava.
A princípio fui fisgada pela premissa e o desejo de conhecer esse tal Andyverso, mas quando dei por mim, estava curiosa para saber o que aconteceria na página seguinte, e na outra, e assim por diante. O modo com que ela foi trabalhando, nos entregando aos poucos mais informações, transformando em um musical que me fazia querer ouvir cada música citada para me sentir ainda mais imersa e fazendo com que cada personagem chamasse a minha atenção, foi arrebatador. Em um instante eu era alguém curiosa, em outro já me questionava sobre as minhas atitudes, porque estava apaixonada por um demônio, torcendo por ele com alguém que não devia e desconfiando até da minha própria sombra.
Não vou dizer que a resolução me surpreendeu por completo, porque cometi o erro de ler um quote na internet que acabou me entregando uma informação que me fez saber de uma coisa antes da hora. Em compensação, na hora da revelação recebi informações que não fazia ideia, mas conectou com coisas que eu conhecia do Andyverso e me senti o próprio meme da cabeça explodindo, com algo se conectando, os olhos brilhando e um desejo enorme de ler mais e mais da Andy.
Acho que essa é a resenha mais diferente de todas que já fiz, porque geralmente tenho muito que dá para falar sem estragar a experiência de novos futuros leitores e muito romance para comentar, mas aqui não é assim.
E eu amei isso!
Eu, que sou conhecida pelas pessoas ao meu redor por ser leitora de romances clichês (ou +18), me vi apaixonada por uma história onde o romance está longe de ser o foco. Eu diria que, oficialmente, ele nem existe aqui, só em nossas mentes fanfiqueiras. Mas talvez, se existisse - pelo menos nesse primeiro livro - ele não seria metade do que foi. E amém que foi tudo o que foi!
Quanto aos personagens, não vou falar de nenhum em particular, diferente do que costumo fazer, porque minha opinião não seria tão neutra assim. Teria o que senti lendo, óbvio, mas também do que já tinha acumulado de acompanhar as redes sociais da Andy e tudo que era falado. Mas, posso dar meu top 3 em ordem, após finalizar o livro: em primeiro lugar, Damon; em segundo, Harry e por fim; em terceiro, Hope.
Quanto ao livro, dou cinco estrelas, favoritado e recomendo com gosto para todos. Veria fácil se fosse adaptado para TV um dia.
Mas, é importante lembrar que esse livro trata de um assunto sensível e não é recomendado que, quem possa ter esse tema como gatilho, se force a ler. Sério, preservem sua saúde, e não avancem além do que conseguem.
E principalmente, se assim como a Hope, vocês estiverem sofrendo, precisando de ajuda, não hesitem em procurar! A vida de vocês importa, VOCÊS importam e mesmo que haja dias em que não pareça, as coisas vão melhorar.