spoiler visualizarM.K. Greece 25/03/2020
[INTERPRETAÇÃO PLATÔNICA DO LIVRO: GALE BANKS E AS IRMÃS BRONTË]
Interpretação e Reflexão Por: M.K. Greece
Autora do Livro: Gabriela Maya
Rio de Janeiro dia 25 de março de 2020
Mas uma vez de forma humilde e modesta procuro descrever a magnífica experiência de apreciar a escrita da autora Gabriela Maya, fazendo uso de palavras que talvez não sejam capazes de mensurar o seu talento inigualável, além de sua sensibilidade extra-sensorial (que ultrapassa a percepção comum dos sentidos). É uma experiência de leitura completamente diferente, por que a autora Gabriela através do livro: GALE BANKS E AS IRMÃS BRONTË e também de suas outras obras, procura não só descrever e discorrer a sua Ficção Histórica, a qual desenvolve primorosamente, mas homenageia gloriosamente a personagem que escolheu para glorificar. E que glória! Como uma druidesa que faz uso das forças e essências puras da natureza, a autora Gabriela lança o seu feitiço e cria entre nós e os personagens um laço de intimidade profunda, que nos aproxima das figuras em questão de maneira tão surpreendente que não somos mais capazes de dizer que não conhecemos Gale Banks.
Essa escrita mágica nos envolve de forma tão arrebatadora que a nossa percepção sobre Gale Banks e de que ela é nossa parenta ou vizinha de corredor. A autora Gabriela consegue humanizar os personagens de maneira sutil e ao mesmo tempo plena. Em meio a nossa leitura não percebemos esse mecanismo introdutório que cria a materialização da personagem desenvolvendo em nossos cérebros a construção praticamente neurológica dos seus sentimentos, fomentando psiquicamente a projeção da atmosfera social onde os mesmos vivem, a ponto de crermos nessa hipotética existência. Como um barqueiro que conduz a sua barca ao por do sol pelo sopro de um vento acolhedor, a autora Gabriela nos conduz pelas páginas do seu livro em meio a uma viagem muitíssimo agradável. Quando percebemos já estamos envolvidos com a história de tal maneira que não é mais possível recuar. A escrita mágica transforma Gale Banks em uma pessoa da nossa intimidade e esse vínculo se torna tão forte que desejamos saber se ela esta bem e como terminara a sua jornada. Até mesmo torcer esperançosamente pelo seu sucesso.
Como podemos não conhecer essa história? Ao decidir nos contar essa história à autora Gabriela abre o leque do tempo. Ela nos mostra de forma nítida um momento muito importante da história da literatura, que jamais pode ser esquecido. Gabriela nos oferta um grande presente, que é o senso crítico da realidade literária. As irmãs Brontë viveram em uma época difícil, em que as mulheres não podiam decidir o seu próprio destino. Eram vítimas do sistema do patriarcado passando parte da vida vivendo sobre as regras do pai e a outra metade sobre as regras do marido. A mulher desse tempo não podia decidir o seu próprio destino. Com muita luta Charlotte, Emily e Anne em 1845 começam a sua hercúlea jornada para publicar os seus primeiros escritos. Foram desencorajadas a escrever pelo poeta Robert Southey. Mas elas não se deixaram abater e continuaram a sua luta. Encontraram uma pequena editora de Londres, a Aylott & Jones, que aceita publicar seus poemas, mas ele vende apenas 3 cópias.
Tendo ciência sobre o ferrenho machismo que atingia a sociedade literária britânica daquele tempo, as irmãs Brontë assumem pseudônimos masculinos, passando a serem conhecidas pelo título de IRMÃOS BELL. Só depois de fazer uso dessa estratégia que os livros: JANE EYRE (De Charlotte), WUTHERING HEIGHTS (De Emily) e AGNES GREY (De Anne) foram bem recebidos pela crítica, tornando-se um sucesso comercial. Inclusive muitos autores da época acreditaram que as histórias foram realmente escritas por homens. A história das irmãs Brontë não se resume apenas a um relato de uma experiência isolada da história da literatura mundial, mas de fato é o retrato fidedigno dos obstáculos que todos os seres humanos têm de enfrentar quando decidem ir à busca dos seus sonhos, ignorando os tabus e as regras sociais que limitam o nosso desenvolvimento, nos transformando em máquinas que se obrigam a colher frutas pela manhã, vendendo-as a tarde e ao final do dia, com o pouco que conquistou paga os impostos cobrados pela família e pelas autoridades. E a noite ao deitar na cama fria o que resta para nós depois de ofertamos tudo que temos a família e as autoridades?
A autora Gabriela, nos oferta um rico presente de conscientização e a nossa forma de agradecer é lendo cada página como alguém que saboreia o mais refinado e suculento dos doces. Através de sua história a autora Gabriela nos permite perceber os dilemas e enfrentamentos travados por seus personagens, que acabam por refletir as reais dificuldades humanas. É justamente esse toque de representatividade que a autora inseriu sobre a sua obra que nos dá a forte sensação de crer que essa é a nossa história. A autora Gabriela nos apresenta esse rico relato através da personagem fictícia Gale Banks. Uma jovem linda, encantadora, inteligente, astuta e rica, herdeira da Família Banks, donos de uma rede bancária. Gale foi criada em meio ao círculo da alta sociedade londrina. A história se passa entre o período de transição de poder entre os monarcas Guilherme IV (1830 a 1837) e Alexandrina Vitória (1837 a 1901). Vivendo na Inglaterra, o país mais rico de toda Europa e sendo de uma família aristocrática a jovem Gale não tinha consciência das dificuldades que o povo do seu próprio país enfrentava.
Porem apesar disso, ela desaprovava o seu círculo social por considerar as pessoas muito artificiais, que vivem apenas para preservação da imagem, sem se importar com as verdadeiras virtudes. Por isso ela se tornou apaixonada pelos campos do condado de Devon onde fica a propriedade rural de sua família, as terras da bela e formidável Magnólia Fields, que era coberto por belas flores de mesmo nome. Ali a vida parecia ser mais simples e as pessoas eram mais afáveis e simpáticas. Gale foi criada por seu pai com as liberdades de um homem, por que sua esposa perdeu os dois primeiros filhos e a filha querida foi o único descendente que lhe restou. Herdeira de uma fortuna incalculável, a jovem Gale tinha muitos pretendentes e gostava de flertar com rapazes atléticos. E o seu preferido era o jovem Frank, rapaz alto e forte, a qual ela comparava ao porte do próprio Hércules e para piorar essa descrição encantadora, ele era um oficial da marinha britânica.
Montada em sua égua Savana a jovem Gale passa a cavalgar com o belo e encantador Frank pelas ruínas da fortaleza celta de Hillsborough e no passo desse galope os dois se apaixonam. Porem o senhor Banks é contrário a essa aproximação e força o rapaz a se afastar, obrigando Gale a aceitar o cortejo de William, um pretendente indesejado que tem hábitos sinistros. Gale e Frank lutam por esse amor, mas o destino os afasta. As dores da morte e as aflições da doença que cai sobre a casa dos Banks, separa essas duas almas gêmeas. E pra piorar, a marinha britânica obriga Frank a partir para Nova Gales e Gale foge do casamento com William, procurando refugio na casa dos parentes de sua mãe, sendo acolhida pelo reverendo Patrick Brontë que vivia na vila de Haworth, em Bradford, onde lá ela conhece suas primas e ao lado delas vive experiências transformadoras a qual jamais poderia imaginar viver um dia. MAS UMA VEZ DEIXOU A TODOS OS LEITORES (RAS) O MEU HONESTO TESTEMUNHO SOBRE A RIQUEZA DESSA OBRA E DA HISTÓRIA QUE ELA NOS RELATA. GALE E AS IRMÃS BRONTË TEM UM PRESENTE PARA VOCÊ LEITOR (RA) E PARA DESCOBRIR O QUE É VOCÊ PRECISA LER CADA UMA DESSAS PÁGINAS, ABRINDO OS VÉUS DA SUA MENTE PARA O ENCANTO DESSA HISTÓRIA.
[CONSIDERAÇÃO FINAL]
Gabriela, depois de ler suas duas primeiras obras o que eu ainda poderia lhe dizer de bom? Será que como um tecelão eu já teci todos os elogios sobre sua escrita? É um verdadeiro deleite poder apreciar cada passo do desenvolvimento das histórias a qual você encantadoramente nos conta. É sim um encanto ler cada página do seu livro, por que além de instruir, divides conosco o teu bem querer e isso é o que tu nos reserva de melhor. Diante dos seus livros somos como moscas que ficam freneticamente rodeando o pão açucarado. E uma vez que provamos o doce desse açúcar, nos tornamos devotados a esse prazer, tanto que voltamos todos os dias para ver qual será o próximo pão açucarado que saíra do teu caloroso forno de criações apoteóticas. Finalizando a minha consideração cito a você uma frase de Lúcio Aneu Sêneca: “DAR UM LIVRO É, ALÉM DE UMA GENTILEZA, UM ELOGIO”. Obrigado Gabriela por ter me presenteado com o teu primeiro livro, pois graças a ele pude conhecer a sua escrita e me sentir agraciado por contemplar a tua obra prima.
site: https://www.livrariaforadacaixa.com.br/gale-banks-e-as-irmas-bronte