Alan kleber 15/03/2024
"Haviamos sido vítimas do desejo de destruição de outras pessoas!"
Olga Lengyel foi uma sobrevivente do Holocausto e autora do livro "Os Fornos de Hitler". Nascida em 1908 na Hungria, Lengyel era uma médica que vivia em Cluj (então parte da Hungria, agora na Romênia) quando os nazistas invadiram o país. Ela e sua família foram deportadas para Auschwitz em 1944, onde seu marido, seus pais e seus dois filhos foram assassinados. Olga Lengyel sobreviveu aos horrores dos campos de concentração nazistas, testemunhando as atrocidades cometidas contra milhões de pessoas durante o Holocausto.
Desde as primeiras páginas, somos levados a um mergulho nos abismos da desumanidade perpetrada pelo regime nazista. Lengyel descreve com vívidos detalhes a implacável máquina de morte nazista, que transformou a perseguição e o extermínio em uma indústria eficiente e metódica. Dos campos de concentração como Auschwitz aos centros de extermínio como Birkenau, cada etapa do processo era parte de uma engrenagem perversa que ceifou milhões de vidas em nome de uma ideologia de ódio e supremacia racial.
O Holocausto se destaca não apenas pelo número impressionante de vítimas, mas também pela sua brutalidade sem precedentes. Lengyel nos faz testemunhar a total desumanização das vítimas, que foram reduzidas a meros números em um sistema que não conhecia limites morais. Judeus, ciganos, homossexuais, pessoas com deficiência e outras minorias foram alvos do ódio nazista, em uma tentativa insana de criar uma sociedade homogênea e purificada.
A engrenagem perversa de identificação, perseguição, deportação, confinamento e extermínio, que não poupava nem mesmo as crianças, reflete a profundidade da desumanização e crueldade do regime nazista.
Ao longo do livro, somos confrontados com a eficiência terrível da máquina de extermínio nazista, que não apenas ceifou vidas em números insondáveis, mas também buscava aniquilar culturas, identidades e memórias de grupos inteiros.
Além da escala industrial e do planejamento meticuloso, o Holocausto foi singular pela total desumanização de suas vítimas e pela ausência de limites morais na perseguição e extermínio. A propaganda intensiva e o totalitarismo do regime nazista também desempenharam um papel crucial na disseminação do ódio e na justificação das atrocidades cometidas.
Ao ler "Os Fornos de Hitler", somos confrontados não apenas com as atrocidades do Holocausto, mas também com a necessidade urgente de compreender sua singularidade e suas lições para a humanidade. A escala, brutalidade e desumanização o tornam uma tragédia sem paralelos na história.
Este livro é um testemunho da resiliência do espírito humano em face da adversidade mais extrema e uma homenagem às vítimas que perderam suas vidas para o ódio e a ignorância. Uma leitura essencial para todos que buscam compreender a profundidade da depravação humana.
"Éramos 6 mil mulheres marchando naquela estrada coberta pela neve. A cada dezenas de metros, víamos cadáveres com os crânios rachados.
Outros grupos de prisioneiras haviam nos precedido. Concluímos que os guardas da SS haviam se tornado mais brutais do que nunca. Não procuramos saber os motivos: estávamos habituadas a ver assassinatos sem razão perpetrados por esses homens que decairam como bestas-feras.
Vi que estavamos de fato marchando para a morte.
Não quero acreditar que depois desse relato alguém ainda possa duvidar do que aconteceu.
O maior presente que a vida pode nos dar - a liberdade!."