Luiza Helena (@balaiodebabados) 11/12/2018Originalmente postada em https://balaiodebabados.blogspot.com.br/"Nós somos duas peças quebradas. Talvez juntos, podemos encontrar um conserto.*"
The Glass Butterfly é o terceiro livro da série Haunted Hearts Legacy e conta a história de Nick Thornton. Apesar de não ter sido de acordo com minhas expectativas, a leitura foi boa mas com algumas ressalvas.
Nicolas Thornton é um homem assombrado pela morte da mulher e do filho, carregando dentro de si a culpa do destino dos dois. Ao chegar no castelo onde Felicity reside, a convivência com a criadora de borboleta e suas sobrinhas vai trazendo uma alegria em sua vida que ele achou que nunca mais sentiria. Por baixo de toda sua tristeza, existe um homem dedicado, leal, sedutor e apaixonante.
"O olho de um artista encontra beleza até em coisas quebradas.*"
Felicity Lonsdale é uma mulher que vive reclusa em seu castelo com suas duas sobrinhas. Também com um passado trágico e que lhe deixou uma cicatriz, sua insegurança e segredos que ela guarda para outras pessoas, a fizeram construir toda uma parede em volta de si e seu coração. Aos poucos, Nick vai derrubando e descobrindo a mulher resiliente e encantadora que ela é.
"Eu simplesmente sinto que às vezes nós humanos somos esquecidos. Trocados aspectos mais brilhantes e mais bonitos de Sua obra.*"
Esse livro tem uma carga dramática maior que os outros dois livros. Felicity e Nick são personagens com tragédias em seus passados e atribuíram a si essa culpa. Juntos, eles vão aprendendo a se perdoar, mas é um longo caminho até essa aceitação. A química entre os dois é bem palpável desde o primeiro encontro. Gosto muito como a Howard trabalha uma sensualidade nas conversas trocadas entre os dois.
Outro ponto legal na história é Felicity ser mais velha que Nick. De início, quando Felicity se apresenta uma viúva de um pouco mais de 40 anos, Nick não vê nenhum problema em se ver atraído por ela. Na real, Felicity é uns dois anos mais velha que Nick e ainda assim isso não se torna um empecilho no romance dos dois.
"Um pássaro ferido conhece seu próprio tipo.*"
Os personagens secundários tiveram bastante espaço e participação na história. O “vilão” Donal Landrigan é um homem de atitudes de dar asco. Pra mim, ele foi a personificação de todos os homens que abusaram de Felicity no seu passado e a autora soube passar bem o quanto insegurança e medo vem à tona na personagem nas suas interações com Donal.
Aislinn é uma garota muito madura e sensata para somente seus treze anos. Em algumas de suas conversas com sua tia, ela acaba sendo a voz da razão para a mulher em relação a Nick e o sentimento que floresceu entre ambos. De início, Lianna parece ser uma criança bem mimada e birrenta, mas ela ainda vive na inocência e só quer que as pessoas que amam sejam felizes.
"Não se protege o coração construindo uma parede ao redor dele. Nossos corações são como flores ... eles devem ser alimentados com amor e luz para sobreviver.*"
Clooney é uma espécie de figura paterna para Felicity. É bem bonita a relação dos dois, sendo mais amigos que empregadora/empregado. Apesar da idade avançada, Clooney está sempre pronto para defender e proteger Felicity e as meninas.
Animais de estimação também tem bastante destaque na história. O buldogue Johnny Boy, melhor amigo de Nick e que o acompanhou em sua jornada; a gata Dinah que gosta de ser mimada e adotou o cachorro Nutmeg como cria. Muito engraçado a narração comentando o quanto Nutmeg crê que é um gato.
Um detalhe que me fez tirar uma estrela da história foi o andar em círculos que os personagens se encontravam e isso me desanimou um pouco. Felicity entrava em um loop infinito entre contar e não contar seus segredos a Nick. Entendo que, pelo seu passado e a vida das suas sobrinhas em jogo, é difícil ela confiar num cara que apareceu do nada em sua casa. Muitas vezes Nick demonstrou com ações que ela pode sim confiar nele e ela até decidia contar seus segredos, mas no último instante sua insegurança falava mais alto e ela desistia. Isso perdura por boa parte do livro e, particularmente, me estressou em certos momentos.
"O amor estava encenando sem expectativa*"
Diferente dos outros livros, o lance do sobrenatural ficou um pouco de lado, devido o fardo do casal principal. Confesso que esperava mais sobre fantasmas como foi explorado nos outros livros (de alguma forma, os fantasmas estavam ligados a um dos principais), porém não foi algo que atrapalhou a leitura.
Assim como nos outros livros, a diagramação segue com um desenho que tenha relação com a história; aqui sendo borboletas. Diferente dos outros dois, o livro foi dividido em duas partes somente, cada uma iniciando com um trecho de poemas. A reta final é cheia de emoções, tanto de deixar o coração apertado quanto a suspirar.
The Glass Butterfly foi um livro cheio de emoções, mostrando que todos têm o direito de ter uma segunda chance no amor. O último livro da série se chama The Artisan of Light, contando a história de Emilia. Espero que minhas suspeitas para quem seja seu par estejam corretas.
*Traduções feitas por mim
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