Resenhas -

Gabriela3420 08/10/2020

A festa de Babette
Martine e Philippa são duas irmãs puritanas, filhas de um pastor protestante, que vivem na costa da Noruega que acolheram uma mulher francesa chamada Babette quando esta bateu à sua porta em uma noite chuvosa de 1871 clamando por abrigo em troca de prestação de serviços domésticos. Doze anos depois, Babette é agraciada com um prêmio de loteria no valor de 10 mil francos, em sinal de agradecimento às irmãs e pela ocasião da comemoração do centenário de nascimento do pai delas, Babette decide oferecer um jantar tipicamente francês. Um jantar que vai operar grandes mudanças na pacata e austera vida dos seus convidados.
.
Este singelo conto que contrapõe dogmas religiosos aos pequenos prazeres da vida, nos dá também uma lição de que existem vários caminhos que levam a comunhão religiosa, inclusive o da gastronomia. Babette, uma mulher arriscou a vida em nome da causa da Comuna de Paris, mostra com muita sensibilidade todo o seu talento como artista ao oferecer esse banquete francês suntuoso.
.
Amei esse pequeno grande conto! É não só uma ode à gastronomia como também à arte como forma de conectar pessoas. Babette é uma mulher extremamente corajosa e generosa, uma personagem que com certeza ficará marcada na minha memória por muito tempo.
.
Recomendo também o filme que é bem fiel ao conto, e que inclusive ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1988.

@otiobacca 23/01/2022

***Escreverei mais que o normal para um conto, pois já conheço a história, tendo assistido ao filme de 1987 e é, sem dúvida, uma das histórias que mais marcaram minha vida.***


Raramente se consegue encontrar um conto com mensagens tão lindas e singelas como em "A festa de Babette". Amor, apreço, gratidão, auto-sacrifício que conseguem tocar o coração.

O conto gira em torno de duas irmãs puritanas, filhas de um pastor luterano, numa aldeia longínqua da Noruega. As duas tiveram amores em sua juventude, mas que passaram em virtude dos ensinamentos do pai e seus costumes recatados. Após o falecimento do pai e líder, as duas seguem com os trabalhos da pequena congregação, mantendo o voto de pobreza, oferecendo a maior parte de seus parcos recursos aos pobres e doentes. Até que chega em uma noite chuvosa de 1981, Babette e uma carta de um dos amores passados, pedindo que ajudassem àquela mulher. Após doze anos servindo às irmãs de forma gratuita, Babette recebe a notícia de que foi sorteada na loteria francesa, cujo bilhete era renovado anualmente por um amigo, no valor de 10 mil francos. O prêmio é oferecido na mesma época em que o líder fundador da congregação completaria 100 anos e como agradecimento Babette celebra um completo jantar francês para 12 pessoas. É quando os satisfeitos convidados deixam suas rugas do passado de lado e entram num clima de perfeita harmonia.

Neste pequeno conto, temos uma grande lição. Ao negarem os pequenos prazeres da vida em prol da crença religiosa, as irmãs e a pequena congregação esquecem também são oferecidos momentos de comunhão e graça.

"A graça chegou até elas na forma de uma festa, a festa de Babette, uma refeição desperdiçando uma vida inteira sobre aqueles que não a haviam merecido e que mal possuíam a faculdade para recebê-la." -Philip Yancey

Sou apaixonado por gastronomia e, não só por isso, me sinto profundamente emocionado e conectado com a história. Coragem, generosidade e sacrifício.

Ahh Babette, como gostaria de ser um de teus comensais.
"Um artista nunca é pobre."

Renata 13/04/2023

A festa de Babette
?Estarei com você todos os dias que me sejam concedidos. Até o fim de minha vida.?
Que leitura boa!!!Super recomendo está leitura.

Fabiana 02/08/2020

Apesar de ser curto, é um conto envolvente e significativo. Difícil escrever algo sobre esse livro sem dar spoiler.
O mais importante é a mensagem passada que mostra uma Babette desapegada às coisas materiais e grata às pessoas que a acolheram. O que faz com que, por outro lado, mostre o lado desconfiado e cheio de preconceitos das acolhedoras.
Mais do que isso, se exposto, será dado spoiler. Recomendo, portanto, a leitura que é curta, no entanto, traz diversos ensinamentos.
Um texto que vale a pena ser lido e demonstra que muitas coisas na vida valem muito mais que o dinheiro e compensam eternamente pelo prazer que pode proporcionar a quem gosta de fazer o bem.

Marcelo.Alencar 15/11/2022

Livro simples e emocionante.
Num pequeno povoado na Noruega, surge uma francesa misteriosa. É Babette. Fugitiva do massacre à Comuna de Paris em 1871, ela bate na porta de duas senhoras puritanas, filhas de um profeta protestante, em busca de uma oportunidade. Ainda que com certa desconfiança no começo, Babette logo é recebida como cozinheira dessa pequena família em troca de abrigo.
A narrativa segue e a estrangeira conquista aquela comunidade de forma a transformar todos aqueles dogmas irracionais numa relação de amizade onde a intimidade tanto tolhida se desprende em graça, permitindo uma descoberta individual em cada personagem.

?Não, nunca vou ser pobre. Já lhes disse que sou uma grande artista. Uma grande artista, madames, nunca é pobre. Temos algo, madames, a respeito do qual as outras pessoas não fazem a menor ideia.?

Debora.Mezzavilla 16/03/2020

Dá pra ler numa noite de chuva!
Apesar de curtinho, é um livro envolvente. Só lendo pra entender. Recomendo!

Monique @librioteca 27/07/2023

Um conto encantador e reflexivo...
Um texto inteligente e emotivo sobre a felicidade que reside nas coisas simples, como um jantar entre amigos. Generosidade, lealdade, memória, gratidão e talento convergem nesse festim extraordinário que é um presente para os convidados de Babette seja no banquete... ou nas linhas dessa história.

Lorena 05/09/2021

Tradição sob ameaça
Enquanto Babette só compreenda que a vida que vale a pena é aquela que leva sua arte às últimas consequências, uma tradicional e soturna comunidade luterana do interior da Noruega sente suas estruturas sob ameaça.

Não era esse o propósito dos personagens - acredito. Mas a história conta justamente como a presença de três estrangeiros subverte, rápida mas intensamente, a ordem tradicional e os votos de pobreza e silêncio de duas irmãs órfãs.

Fabi 31/01/2023

Um conto e tanto
Se tem uma coisa maravilhosa desta narrativa é a graciosidade com que a autora escreve. Um texto erudito, culto, um eleito aos olhos com o mais perfeito uso da língua em sua mais fina obra de arte.
Sim, é isso o que este conto é, uma obra de arte.
A história é simples, personagens e lugares se mesclam em sua existência, a trama é bem desenvolvida e o final um deleite.

Janarybd 27/09/2019

MINUTO LEITURA: A Festa de Babette
Era uma noite chuvosa na pequenina cidade de Berlevaag, situada na Noruega, no ano de 1871, quando duas irmãs recebem à sua porta, uma mulher abatida pelas agruras da guerra civil francesa. Com ela, apenas uma carta de recomendação, na verdade, um pedido de um antigo conhecido das duas senhoras, que suplicava abrigo para a recém-chegada que após muito sofrimento conseguiu fugir da morte e agora precisava de um lugar seguro para se estabelecer. Sem falar uma só palavra na língua local, a mulher, chamada Babette é acolhida na condição de governanta e cozinheira.

E assim se desenrola a história da “Festa de Babette”, que na verdade é um conto publicado pela dinamarquesa Karen Blixen em 1958. Possivelmente com uma vida mais sofrida do que a personagem principal de sua história, Karen Blixen, publicou seu primeiro livro aos 41 anos após a morte do segundo marido e do fracasso da plantação de café da família. Foi então que alcançou o sucesso como escritora, sendo nomeada ao Prêmio Nobel de Literatura por diversas vezes, mas infelizmente sem conquistar a premiação. Apesar disso, até hoje é reconhecida como umas das personalidades mais importantes na história da Dinamarca.

Sua escrita é leve, graciosa e mesmo ao falar das dificuldades da vida, mantém uma suavidade gostosa de ler. Cuidadosa na escolha das palavras, “A Festa de Babatte” possui um texto sucinto e bem objetivo, onde as ideias apresentadas não se perdem em longas descrições. Mesmo assim é uma obra bonita, forte e que exercita nossa reflexão com temas como promessa, família, ego, religião, espiritualidade e vida. O conto possui personagens bem construídos que vão levando a história até o ápice com um jantar, onde compreendemos o sentido da verdadeira festa de Babette. Essa é uma leitura de interpretação abrangente, que permite a cada leitor uma conclusão diferente.


site: https://soundcloud.com/user-567764695

Elyene 18/10/2020

The big picture
Uma história, creio eu, sobre "the big picture". Sobre não viver relações em carne, mas em alma. Sobre dar um passo para trás e reavaliar suas lembranças. Sobre abraçar o desconhecido e desafiar seus preconceitos. Sobre perceber que viver o divino não se trata somente de penitências. Sobre acreditar que viver sua verdade é uma riqueza que vale mais do que qualquer dinheiro.

Tábata Kotowiski 31/12/2021

Estava procurando por uma leitura para fechar o ano e acabei dando de cara com Babette. Uma ótima história sobre religião, comida mas principalmente humildade, perseverança e paciência. Perfeito pra fechar o ano.

Ed Carvalho 20/01/2024

Obrigado pela sugestão BibliON
O app BibliON sugeriu este livro para o desafio "livro que virou filme", de janeiro de 2024 e eu aderi à obra. É um livro singelo, breve, simples, que nos transporta para um lugar distante e silencioso e nos faz pensar um pouco sobre os valores que temos. Babette é uma personagem inesquecível, assim como as irmãs, filhas do Deão.

Carolina Corrêa 28/09/2020

Leitura rápida e envolvente
O clímax envolvente e a escrita simples permitem uma leitura rápida deste conto clássico.
Traz uma bela mensagem, cheia de sensibilidade.

Fabi 16/04/2024

Boa reflexão
Uma boa reflexão sobre o prazer de se fazer o que gosta, relações humanas, falta de diálogo, isolamento e comunhão. O texto é enxuto sem deixar de dizer nada. Vários personagens importantes são bem descritos e a leitura flui muito bem.