Lições de Abismo

Lições de Abismo Gustavo Corção




Resenhas - Lições de Abismo


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Maíra 01/04/2024

Livro denso. Fiquei com essa sensação tanto pelo mergulho no olhar de alguém que está ativamente observando e narrando os seus últimos tempos de vida quanto pelas tantas referências incluídas muitas vezes sem citação direta - o que pode interferir no entendimento de algumas partes. Em muitos momentos gostei muito da leitura, mas em outros também me deu certa preguiça de seguir. De modo geral, gostei de ter lido.
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Vinicius José 13/03/2024

Um autêntico clássico brasileiro
Lido em fevereiro, curiosamente após ter lido Dostoiévski. Lições de Abismo merece estar no hall dos clássicos brasileiros! Corção é fantástico! Sua escrita é única; de calibre sem-igual; ela é autêntica, brasileira, autobiográfica e penetrante. Gostei das referências literárias, gostei dos seus relatos de infância com suas saudosas alegrias de ler seus Júlios Vernes, como também gostei de como ele vê o abismo, o José Maria. O abismo que encerra as suas memórias e que também as revive com intensidade, que o faz retomar as questões primordiais ignoradas; que o faz lembrar de que tem alma.

O livro é sobre um professor de filosofia, o José Maria, que descobre que se encontra no limiar da vida; em seus últimos meses. Ele então, passa a divagar profundamente sobre a sua existência e as questões subentendidas.

A história se encerra numa espécie de morte teatral, ao público e com um final um tanto melancólico. Os capítulos finais narram uma espécie de trajetória de conversão da personagem. O livro em si é uma romance ficcional em primeira pessoa aonde no desenrolar dos capítulos o protagonista navega nas questões primeiras, abafadas no fundo de sua alma por todos esses anos, interrompendo com o andar horizontal e supérfluo da vida para alcançar as grandes razões de sua existência, para preencher os espaços vazios de sua alma. Em dado momento, não me recordo o capítulo, ele mesmo faz uma pausa e se pergunta "será que descobri eu que tenho uma alma?" (ou algo próximo disso). No final ele busca encerrar as divagações, enfrentar a nostalgia do passado, mostrar seu sorriso ao mundo e o mais importante: encontrar o refúgio na cruz.

Enfim, vale uma menção honrosa ao dialogo final dele com o doutor, aonde ambos se ajudaram e se completaram. O livro é realmente fenomenal e o autor muito meritório dos grandes elogios que ouvi ao seu respeito. Corção é, sem dúvidas, um dos maiores da literatura nacional, disparadamente um dos maiores. Repito aqui o que disse outra vez: ele é autêntico; e digo mais, ele é católico, ele é cristão, é brasileiro e é humano, um humano profundamente consciente de sua humanidade, de seus deveres, de seus traumas e de seus apegos. É alguém de muita cultura e esse livro, para eu finalizar enfim, é filosófico, magnífico e muito simples, digno para a leitura de todos os brasileiros. Leiam Corção.
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Elisa Côrte Real 03/02/2024

Lições de abismo é o único romance do escritor brasileiro Gustavo Corção, considerado por muitos críticos literários como a sua obra-prima. Sobre ele, disse o poeta Menotti del Picchia: ?Creio, sem temor de exagerar, ter lido o maior livro de ficção que já se escreveu no Brasil?. O romance também foi responsável pela seguinte declaração de Oswald de Andrade sobre Corção: ?Depois de Machado de Assis aparece agora um mestre do romance brasileiro?. O romance conta os últimos dias de vida do professor José Maria, diagnosticado com uma doença terminal que lhe deixou com cerca de três meses para, como ele mesmo diz, preparar a própria morte. Recluso em seu quarto, na companhia de poucos livros e alguns botões de rosa, José Maria recapitula a vida e elabora sérias reflexões sobre a morte e o porvir.
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Lourng 12/12/2023

Como dizia Taylor, deve ser exaustivo torcer pelo anti-herói
Clube do Livro NSE #6
Gostei bastante do início do livro, estava achando a leitura fluída, mas do meio para o final tive dificuldades para continuar lendo. Curti muito a ideia do livro ser o diário do personagem principal, porém não o achei carismático. Acredito que essa era a intenção, tendo em vista que, na minha opinião, ele seja uma espécie de ?anti-herói?. No mais, fico feliz de ter conseguido finalizar a última indicação do Clube do Livro deste ano.
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Mandi 01/10/2023

Pedante, maçante e arrogante.
Comecei a leitura muito empolgada! Ouvi falar tão bem do livro que logo no primeiro dia li quase 20%, devorando vorazmente e amando a escrita do autor. Uma coisa, no entanto, ficou clara muito cedo: eu não tinha bagagem para ler esse livro. Não conhecia as obras que o autor usava como referência. A Morte de Ivan Ilitch, Parsifal, Elegias de Duino... Então fiz um esforço, li a obra de Tolstói e a de Rilke, até mesmo assisti quatro horas de ópera para entender Parsifal e, depois disso, pensei que estaria mais preparada para continuar a leitura. Me enganei terrivelmente, e foi quando me dei conta que minha bagagem literária e cultural talvez fosse uma parte do problema, mas a imensa presunção do autor era a maior parte dele.

O livro se torna um eterno "dropping names", com o autor usando as páginas para anunciar "Vejam só como eu sou inteligente, quantos autores importantes eu já li, quantos idiomas sei falar". Algumas páginas são uma coleção de 5 ou 6 nomes de obras/autores que não possuem valor real nenhum na experiência do leitor, apenas no ego de Corção, e como prova, vale lembrar que o autor não se preocupa por 1 minuto em colocar qualquer nota em seu texto, tentando torná-lo o mais inacessível possível. "Você não fala francês? Que pena, problema seu. Você não fala inglês? Procure outro livro, esse não é pra você.", ou ao menos é isso que somos levados a entender. O mais curioso é a escolha do tema que faz a trama girar: a morte. Possivelmente o tema mais universal que existe, uma das poucas coisas que absolutamente todo ser humano possui em comum, independente de crença, nacionalidade, status social, cultural e etc. E mesmo escolhendo esse tema, seu texto não conversa universalmente com os leitores, é claro que eu falo apenas por mim quando digo que não consegui tirar nada do livro, mas mesmo falando apenas por mim já reforça o ponto de que a obra não se comunica como deveria. É pura arrogância encoberta por belas linhas e divagações. Sem mencionar os trechos misóginos tão sutilmente deixados "aqui e acolá".

Nem tudo sobre o livro é tão horrível, seria mentira dizer que a escrita do autor é menos do que poética, ou que várias partes do texto não nos fazem refletir sobre experiência pessoais e emoções que não conhecíamos até Corção usar suas próprias palavras para descrever.

Poderia sim, ter sido uma obra genial, infelizmente a maior preocupação do autor foi demonstrar o quão brilhante ELE é, e não sua obra.
Lucas.Wijk 14/12/2023minha estante
Concordo 100%. Autor extremamente pedante. Morri de raiva dos trechos em francês sem notas de tradução ou referência. Tenta trazer questionamentos existenciais, principalmente por narrar pela visão de um personagem próximo da morte e acaba colidindo em um monte de certezas arrogantes. Mas é inegável que a escrita do Corção é lindíssima!




Nathalia599 28/08/2023

Uma leitura maravilhosa que requer tempo para saborear, para pensar. E tomar notas. E voltar sobre as páginas, sem pressa!
Corção desenha nesta obra é a necessidade de conhecer-se.

Uma das minhas cenas favoritas quando José Maria, diz que ?a mulher é o espelho do homem?, e assim é: a diferença complementar entre os respectivos sexos e psicologias permite a cada esposo a completação da sua autoimagem??
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Lucas.Wijk 31/05/2023

Livro interessante, com reflexões que casam muito com as que venho tendo na fase dos trinta anos. Escrita lindíssima e marcante.

O maior problema, para mim, é que achei o autor muito pedante. Apesar de ter algumas ideias que se alinham com as minhas, é carregado de certezas típicas do pensamento cristão conservador. Achei até meio bizarro como que, com tamanha carga cultural e filosófica de José Maria (e de Corção, obviamente, já que o livro é claramente uma manifestação de suas próprias reflexões), ele dá essa guinada para a crença católica.

E que raiva eu tenho de autores que fazem citações e narram trechos em outras línguas, mas não colocam notas de tradução!!

De qualquer forma, o livro é bom. É bem provável que eu volte a lê-lo em algum outro momento da vida.
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Carla 13/11/2022

Este livro foi escrito pra mim!
Utilizo-me das palavras de Corção para descrever esta obra: ?quando acontece que um livro traga força de uma resposta, uma profunda reorganização se opera em nossa vida, da corpo às sombras que eu pressentia, e responde a coisas que eu nem sabia perguntar. E produz em mim um forte abalo com o mais estranho dos efeitos; faz-me ser o que sou. Devolve-me a mim mesmo. E a primeira frase que ocorre é está: ?O livro que eu queria ter escrito?. Mas a frase mais exata, mais aberta, mais generosa e mais grata é está: ?O livro que foi escrito pra mim??.

Obrigada, Corção!??


Leiam!
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Paula.Juca 16/10/2022

Um mergulho em si
Esse livro é um convite a todos nós de repensar a forma que vivemos e mais ainda a forma em que havemos de partir deste mundo. É preciso muita coragem para mergulhar no abismo de nossas misérias e entender o que nos levou a ele. E é no encontro com o Verdadeiro que essa experiência se dá e é só Ele capaz de nos fazer ascender do abismo, mesmo diante da morte ou abandono.

Leia Gustavo Corçao, é uma luz nos nossos dias
Gessy 16/10/2022minha estante
Pretendo tentar ler novamente Gustavo, achei um pouco difícil.


Paula.Juca 22/10/2022minha estante
Comece pelo livro Claro Escuro, é menos denso e dá pra sentir o escritor, sua bagagem e sua escrita. Não é uma leitura que agradará a todos, porque ele dialoga com nossas misérias e nem todo mundo quer ter esse encontro consigo mesmo.


Gessy 25/10/2022minha estante
Obrigada, Paulinha.




kiki.marino 03/05/2022

A morte não oferece escolhas. É MORRER OU MORRER!
"Sinto-me muito diminuído; e sobretudo muito exposto. Não posso fechar a porta, porque a fechadura ainda não foi consertada. A cada momento podem entrar. Estou morrendo numa praça pública, como um atropelado, à vista
de todos. Tão diferente do que imaginara!
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Milena12 02/09/2021

Memento Mori
Li este livro como material de estudo da Escola de Literatura do pessoal d?@aformacaodoimaginario (no Instagram, recomendo).

Para começo de conversa me senti muito comovida e até mesmo identificada com o personagem José Maria, pelas suas injúrias melancólicas e seu isolamento ao saber que está prestes a morrer de leucemia (não é spoiler). Todos nós sabemos que o nosso fim será a morte, mas a surpresa com que o personagem leva este acontecimento na sua vida nos faz mentalizar o que deixamos para trás se nós vermos na mesma situação.

O começo demorei a ler, não nego. Mas das páginas cento e alguma coisa (pois não me lembro), não consegui me desligar do livro.

Recomendo à todos, e boa leitura.
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Valmor 04/07/2021

Corção um autor quase esquecido nos mostra nesse seu único romance, uma obra profunda, poética e filosófica.
Narrado em forma de diário, a partir da descoberta de um câncer terminal. O autor em cada capítulo aborda diversos temas em suas reflexões, como a iminência da morte, a descoberta do outro, a busca pela redenção, os vícios e virtudes do brasileiro.
Um excelente romance nacional.
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The Bill 27/04/2021

Obra de arte
Gustavo Corção escreveu um romance, um romance profundamente filosófico, e mais profundamente brasileiro.
A vida de José Maria encanta, emociona, mas, o mais importante, levanta a questão do outro, da vivência, do homem-que-está-morrendo.
Em sua obra, verdadeiras Lições de Abismo, nos ensina a olhar para a vida, da forma que ela é, esse abismo.
Uma das melhores partes, em minha opinião, é a descoberta do outro. Mas essa descoberta em um bêbado, cambaleante que cruza o caminho de José Maria, e em seus olhos vê a riqueza do outro.
Como seríamos mais felizes se soubéssemos olhar a riqueza que está dentro dos outros.
A verdade é que essa obra leva-nos a refletir sobre a vida e a morte, sobre a fé e p ceticismo, sobre as altas montanhas e sobre os abismos vertiginosos.
José Maria, como cada um de nós um dia, fez sua viagem ao centro da Terra. Não tão fundo como o doutor Lindenbrock, mas que não pode-se esquecer ou deixar de lado.
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Estêvão Marcelino 13/11/2020

Minha triste dominante
"A mim o que mais fere, o que mais dói são os equívocos que vejo no mundo. Essa é a minha triste dominante: uma exasperação do senso do ridículo."

Gustavo Corção
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