Luiza 05/10/2020
Enredo ótimo, mas o desenvolvimento deixou a desejar.
Finalizo Os Imortalistas com a sensação de ter lido um livro com um enredo maravilhoso mas pobremente explorado, o que é triste. Na minha opinião, o primeiro ponto em que a autora pecou foi no uso da terceira pessoa para a narração, deixando um ar de impessoalidade, dificultando uma conexão entre o leitor e os personagens.
O segundo ponto, foi a superficialidade com que foi retratado as emoções, talvez culpa da narração em terceira pessoa também. Eu adoraria ter lido o mesmo livro só que contado por Simon, Klara, Daniel e Varya. Até Gertie e Saul. Teria sido incrível entender o modo como eles viam a vida pelos seus próprios olhos, com certeza acrescentaria muito para a história.
O terceiro ponto foi a divisão dos livro, que é feita em quatro partes, uma para cada irmão. Eu acharia muito mais interessante intercalar os capítulos, mostrando o desenrolar da vida de cada um, e como iam se moldando a partir dos acontecimentos que afetavam a família inteira.
Por fim, eu teria adorado que a Varya mudasse a profecia no final, já que ela também "mudou". Teria sido um final perfeito na minha opinião e muito mais digno do livro.
Mas o livro não tem só coisas para criticar!!! O enredo é realmente fantástico, e traz uma reflexão sobre ancestralidade, "nossa língua é nossa força" e principalmente sobre crenças e onde elas podem nos levar se deixarmos, já que "pensamentos tem asas" e nossas escolhas tem poder. Outra reflexão mais óbvia é sobre as profecias, elas se cumpriram ou os personagens levaram a vida de modo a cumpri-la?
Minha personagem favorita foi a Klara e uma das passagens que gostei foi a seguinte: "Ela sempre pensou no lar como um destino físico, mas talvez o lar, como a lua, a seguirá para onde ela for" - página 141