spoiler visualizarGra' 31/05/2024
"É um ferimento de alma, Yrene."
Eu pensei muito se leria esse livro ou não. Eu terminei Império de Tempestades e o que eu mais queria era ler Reino de Cinzas. Se tem uma coisa que eu ODEIO é ter que ler um livro ou uma saga de livros só para poder ler outro livro (tipo ter que ler ACOTAR para poder ler Trono de Vidro). Eu nem ia ler esse daqui, mas eu vi muita gente falando que era importante, então eu cedi e decidi ler.
E eu... Eu gostei do livro.
Eu achei a história muito interessante, tanto da parte do Chaol quanto da Nesryn. Confesso que no começo eu achava as partes da Nesryn meio chatinhas, mas depois eu fui me apegando mais a personagem.
Além de interessante, também achei a história importante. Pode ser que você leia e acabe não gostando do livro, mas ele com certeza é importante para a história já que várias coisas são reveladas.
Minha única reclamação é ter achado a história meio parada. Por mais que muita coisa aconteça, eu senti falta da ação. Senti falta de um tiro, porrada e bomba, sabe? Tem seus momentos, mas, comparado a Império de Tempestades, é meio fraco. Tudo bem que o Chaol nem conseguia andar e que eles passaram quase o livro todo no mesmo lugar, mas eu senti falta de um conflito.
Eu gostei muito dos novos personagens, e até passei a gostar mais dos "velhos" personagens, como a Nesryn, o Chaol e até a própria Yrene.
Eu achei incrível como eu desconfiei de todos os personagens durante o livro todo. Eu meio que tenho trauma de traição e costumo sempre desconfiar de todo mundo. No final eu não acertei quem era o possuído pelo Valg ?.
Eu passei a gostar muito das personagens da Yrene e da Nesryn (e do Sartaq ??). Eu amo muito ver o destaque feminino em livros, e ver as meninas descobrindo mais sobre si mesmas, ver elas se tornando mais confiantes de si é algo que eu gosto muito. A Yrene com certeza virou uma das minhas personagens favoritas dessa saga.
O que geralmente atrapalha os livros da Sarah J Maas é a escrita dela. Por ser em terceira pessoa, ela acaba sendo meio confusa, pelo menos pra mim. Em vários momentos eu não sei nem mais quem está narrando, pois ela tem um costume muito grande de simplismente mudar o ponto de vista do nada. Ela também tem o hábito de escrever demais, descrever demais, o que pode deixar a história cansativa e maçante, tanto que eu só consigo ler os livros da autora enquanto ouço um audiobook, senão eu acabo abandonando o livro. Acho que isso precisa melhorar.
Agora, eu queira muito deixar uma parte específica para ele, nosso tão querido e tão odiado Chaol Westfall.
Eu vi muita gente pulando esse livro e também vi muita gente falando que não gostou. O principal motivo para isso é meio óbvio: o Chaol.
Muita gente, se não a maioria dos fãs de TOG, não gosta do Chaol. E confesso que, até Rainha das Sombras, eu também não gostava dele. Na verdade, meu relacionamento com o Chaol sempre foi uma montanha russa. Eu gostava dele, mas aí ele agia de forma babaca, mas depois eu perdoava, aí ele me irritava de novo... Enfim, o ponto aqui é que muita gente não gosta dele, e eu entendo o porquê. Por isso mesmo que eu acho esse livro importante. A história é importante, mas entender mais sobre o personagem também é.
Esse livro obviamente não me fez amar o Chaol do dia pra noite. Eu passei muita, muita raiva com ele durante o livro todo. Eu ficava irritada quando ele ficava bravo do nada e se isolava ou acabava sendo babaca com as pessoas. Mas acho que o ponto do livro não é fazer com que o leitor goste ou ame o Chaol, mas sim fazer o leitor entender o próprio. Sendo sincera, quando eu fico irritada eu também não sou lá a pessoa mais legal do mundo, e também tenho a tendência a me isolar.
Também nós é mostrado como estava a cabeça do Chaol, que no caso estava bem bosta. Entender mais sobre os pensamentos do Chaol, ver mais sobre o porquê dele agir de tal forma, do porquê ele pensar de tal forma me fez simpatizar mais com o personagem. No final, da pra ver que ele é apenas um humano. Ver o quanto ele sentia raiva de si mesmo, o quanto ele se odiava, o quanto ele se culpava por tudo faz você ter uma certa empatia com o mesmo.
Eu particularmente não sei se gosto do Chaol ou não. Como eu disse, o mesmo me irritou bastante durante o livro todo. Mas é mesmo mais no sentido de entender o personagem e simpatizar com ele.
Em geral, é sim um livro bom. Eu recomendo ele, não só por conta do Chaol mas também para entender mais da história.