spoiler visualizarDebs.Lima 13/01/2024
Bem escrito, mas não faz meu tipo
Esse livro que contém 3 contos: A cor que caiu do céu, O horror em Redhook e Ele, em ordem de minha preferência. Trabalham bastante o horror imaginativo, o que mais atordoa é aquilo que não se pode descrever.
O ponto do alto das histórias são sempre a escrita do autor, fluída, descritiva com ótimas escolhas de palavras para causar estranheza. Dá pra ver muito da construção social do autor em como o enredo se dá, e como guia as ações dos personagens, isso também é muito legal de se observar.
A cor que caiu do céu é muito bem escrito e dá a impressão de que sempre está na eminência de algo acontecer, sempre no clímax, e isso é muito incrível. O autor trabalha bem a insanidade da família protagonista da história e o horror que causa à todos no entorno, trabalha muito com o que não se pode imaginar: você não vê, não identifica, não ouve, mas tá consciente de tudo aquilo e não consegue sair daquele horror. Foi o único dos 3 contos que não apareceu o cunho racista do autor.
Horror em Redhook trás muito da ideia de o culto, cultura e folclore do estrangeiro ser algo demoníaco, bem condizente com o período histórico do autor, também bem escrito. Nesse conto também é trabalhado a questão do que, o que não se é crível, que foge das regras da natureza, entra como trauma ou sonho.
##### CONTÉM POSSÍVEL SPOILER NESSE PARAGRÁGRAFO ####
Ele foi o conto mais curto e o que menos me prendeu, o que mais demorei pra ler. Ele retrata a experiência de contato com o ser cósmico, sobrenatural, pelo que entendi um necromante capaz de criar a imagem de outros tempos, o tempo dos mortos com que teve contato. E esse necromante é um ser disforme, cuja visão, contato, ouvi-lo causa muito horror, parece inimaginável e assim causando insanidade.