Rafinha 09/05/2024As estrelas são pelo Khai e pelo QuanNo início achei que o livro ia ser tão bom ou melhor que o primeiro, já havia gostado da Esme logo de cara, mas depois dela chegar no país, tudo foi por água abaixo.
Primeiro já começa o problema da mãe dele sequer avisar ele com antecedência sobre o noivado e piora quando a Esme chega e sai mudando as coisas dele de lugar sem ao menos perguntar se pode ou conhecer o cara direito (isso não é coisa de gente neurotípica, é coisa de gente sem noção). A Esme é bem sem-noção e um tanto imatura, mas levei em consideração algumas coisas que ela fazia porque ela não sabia que o Khai é autista e é aí que a coisa piora.
Quando o Khai conta pra ela que ele é autista e fala da sensibilidade com toques dele e tem toda a cena do corte de cabelo, eu achei que ela, por mais que não soubesse o que era, iria procurar entender, pesquisar ou perguntar pra alguém da família dele sobre. Só que ela não FAZ NADA, ele fala pra ele e eu sinto que ela não se importa. Eu esperava que a autora desenvolvesse dentro do relacionamento dos dois, uma pessoa tentando entender o que é o autismo e entender como a mente do Khai funciona pra que o relacionamento dos dois funcionasse, mas a Esme simplesmente não se importa e só sabe falar sobre os sentimentos dela sem tentar sequer entender o Khai. Na verdade, parece que todo mundo dentro desse livro, excerto o Quan e o Michael, esquecem que o Khai é autista e é um show de horrores ler a forma como as pessoas falam dele.
A autora também coloca como se o Khai estivesse errado e a Esme certa, mas a Esme nunca e em momento algum procurou entender o Khai e como a mente dele funciona. Ela espera que ele fale um "Eu te amo" quando ele ainda nem entende que pode sentir amor, mesmo ele diversas vezes demonstrando com ATOS que ama ela de todas as formas possíveis. Fora que, grande parte dos problemas deles seriam resolvidos se ela parasse um pouco e fosse pesquisar O MÍNIMO, a autora fala que ela é tão estudiosa e não faz essa mona entrar no google e pesquisar a palavra autismo.
Além disso, não faz o menor sentido ela achar impossível casar com o Khai sem ele falar "eu te amo", mas achar super normal casar com O IRMÃO dele. De novo, ela não pensa no que o Khai pode sentir/achar, mesmo ele FAZENDO DE TUDO por ela enquanto ela só reclama dele.
Outro ponto que me irrita muito é a enrolação e falta de desenvolvimento das outras tramas do livro, como o fato da Esme ter UMA FILHA ou do pai dela, que simplesmente são deixados de lado até os capítulos finais, aparecendo em uma cena rápida só pra não dizer que a autora não fez nada.
Os pontos positivos são:
1. A autora sabe escrever personagens autistas de uma maneira não esteriotipada, mostrando, inclusive, como um pode ser diferente do outro.
2. O relacionamento entre o Quan e o Khai é bonito de ver, mesmo que o Quan tenha ideias moralmente duvidosas pra fazer o irmão dele entender as coisas.
3. Michael aparecendo em alguns momentos, me lembrou bastante do primeiro livro e me trouxe bastante nostalgia.
4. Cultura vietnamita mostrada corretamente.
Esperava bem mais do livro visto que a autora teve todo o cuidado quando escreveu o livro do Michael e da Stella, onde o Michael é um parceiro extremamente atencioso e cuidadoso,com um relacionamento saudável e com boa comunicação. Contudo, com Esme e Khai eu não sentir nenhum respeito da parte dela ou qualquer atenção, enquanto ele fazia de tudo pra deixar ela feliz e bem. Neste final, acho que a Esme deveria ter feito o ato de amor e não o Khai.