Clio0 13/01/2012
Foi uma boa promessa, pena que não se cumpriu.
A maioria dos autores gosta de pegar temas sensacionalistas porque é fácil fazer o leitor sentir empatia pela história, pelos personagens... na minha opinião, esses deveriam ser os primeiros a irem para o paredão quando a revolução triunfasse! É óbvio agora que eu sempre caio nessas, mas essa daqui foi uma surpresa.
O enredo é sobre uma mulher idosa que morre de câncer, mas termina ficando na Terra – como um anjo ou um fantasma – para ajudar a família que já enfrentava diversos problemas de relacionamento. Conhece essa história? Eu também.
Mas a autora consegue um bom trabalho inicial mostrando os sentimentos dos personagens, tanto os bons quanto os ruins, e faz um ótimo exemplo de como podemos ser mesquinhos quando somos magoados. Nesse ponto, dá para bater palmas sobre as reações da protagonista ao perceber o que sua família está pensando após sua morte.
Essa descrição de sentimentos e as reações que provocam é um ponto forte no livro e se mantém pela história inteira. Infelizmente, em alguns pontos, a narrativa se desequilibra, especialmente após a metade quando os acontecimentos começam a tomar rumo para um final feliz.
Quero deixar claro que o problema não é o final feliz, mas sim a forma como tudo foi resolvido às pressas para que ele ocorresse.
Sem qualquer explicação de como, Kate, a fantasma, desenvolve poderosos poderes sobrenaturais. Ainda, com a ajuda de seu neto de apenas sete anos e com sérios problemas emocionais, consegue através meia dúzia de conversas absolutamente sem significado com ele, modificar seu comportamento e convencer a família a se reunir.
Ou seja, a descrição de sentimentos é boa, mas a coerência de atos e fatos não bate. Os personagens não têm desenvolvimento suficiente para que os acontecimentos se passassem dessa forma. É como ler uma história em que faltaram trechos.