Enterre seus mortos

Enterre seus mortos Ana Paula Maia




Resenhas - Enterre Seus Mortos


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Douglas211 19/05/2024

Simples, direto e curioso.
Livro de leitura rápida e direta, a autora não faz rodeios e muito menos questão de desenvolver os personagens nessa obra. O personagem principal, Edgar Wilson, aparentemente é alguém muito simples e lógico, faz o que tem que ser feito e pronto, no entanto tem seus princípios. Já o Tomas é um "Padre" que não pode exercer sua função, mas que se considera fazendo o que foi destinado a fazer e também não tem muitos devaneios sobre.

O roteiro não é espetacular, mas talvez a ideia seja realmente essa: personagens que levam uma vida comum fazendo coisas que passam despercebidas aos olhos das demais pessoas. Também tem a questão da religião que se mostra presente no livro em alguns momentos, mas que ao mesmo tempo parece não ter grande importância. Junto da religião, temos a ineficiência do estado/governo, que é muito característico de nosso país, trazendo até um pouco de humor.

Não sabemos exatamente em que época e local se passa a trama, no entanto pressumimos que é algum local do interior do Brasil, uma cidade não muito grande... o que me deixou um pouco intrigado é que: Apesar do local não parecer grande, a quantidade de corpos e animais é constante, sendo algo até desproporcional com o ambiente apresentado.

Claro que algumas coisas podem ser interpretadas em diferentes camadas e afins, e dependendo do momento que você está passando, pode ser que a questão de vida vs morte traga grandes reflexões e afins. No meu caso, não me impactou pois já li coisas parecidas e sobre esse tema (inclusive o livro me lembrou muito o filme "O abutre").

A sensação ao finalizar a obra é que falta alguma coisa e talvez seja realmente essa o objetivo. Visto que, ambos personagens são sozinhos e realizam suas atividades do dia a dia e não fazem muito mais do que suas obrigações, mesmo achando determinadas coisas certas ou erradas, eles não podem mudar ou fazer muito mais do que isso.

Livro rápido, direto, chucro e curioso. Devo ler mais obras da Ana Paula Maia.
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Little Blue Bird 18/05/2024

?Cada um que procure por seu morto.A gente aqui só armazena?
Tão cru como a vida é muitas das vezes!
Um livro tão curto com tantas camadas, fazer o que precisa ser feito na maioria das vezes é tudo o que podemos fazer.
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Diego.Rates 13/05/2024

Uma leitura única e visceral
Com um estilo que traz referências a diversos gêneros literários compondo uma atmosfera única, essa obra entrega em todos os aspectos. Os personagens são extremamente humanos, mesmo sendo desumanos, e o mundo é extremamente aterrador, mas não distante de nossa realidade, o que promove uma sensação de estranheza peculiar que ajuda a fortalecer a temática e discussões apresentadas na narrativa.

A narrativa é dinâmica, com diversos eventos acontecendo em um ritmo excelente. O aspecto brasileiro da obra é sentido a cada instante, o que torna essa narrativa extremamente especial. Recomendo muito a leitura dessa obra, que vai certamente te trazer muitas reflexões.
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Rute31 12/05/2024

Edgar Wilson trabalha recolhendo animais mortos das estradas. É colega de Tomás, um ex-padre que continua a dar extrema unção e a rezar quando necessário. No fim de mundo onde a história se passa, quase sempre é necessário.

Como um tipo de anti-herói, Edgar Wilson recolhe animais e tem o dia a dia marcado pela morte. Então ele encontra o corpo de uma mulher pendurado no mato e decide que não vai deixar que ela fique lá, porque os mortos merecem algum descanso. Mas logo depois encontra mais um corpo, e começa uma verdadeira saga, ao lado de Tomás, para enterrar esses mortos.

Nesse caminho, dão de cara com operações ilegais e um comércio bizarro no necrotério, enquanto Tomás revela o motivo pelo qual deixou de ser padre. É um livro que ficaria muito bom adaptado pra uma série, o que não surpreende, já que Ana Paula Maia é roteirista.
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Mateus Borges 03/05/2024

Com certeza é o pior livro da Ana Paula Maia.
Depois dos avassaladores ?Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos? e ?Carvão Animal?, Ana Paula Maia escreve no automático uma historia arrastada, sem propósito e fazendo de seu personagem Edgar Wilson um completo de um sem sal.
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Gabriel Perez Torres 10/04/2024

Brasil Profundo: Ana Paula Maia e a Realidade dos Interiores
Em um momento histórico onde a busca pela compreensão do “Brasil Profundo” se intensifica, a obra de Ana Paula Maia emerge como uma lente crítica e aguda sobre a realidade de interiores do país, muitas vezes esquecidos ou marginalizados pela narrativa nacional predominante. Seu livro “Enterre Seus Mortos” constitui uma peça literária essencial para essa compreensão, oferecendo uma visão desobstruída sobre as camadas mais profundas da sociedade brasileira.

Ana Paula Maia ambienta suas histórias em cenários que são, por si só, personagens ricos e complexos, revelando a face oculta de um Brasil que pulsa fora dos grandes centros urbanos. O enredo de “Enterre Seus Mortos”, centrado na figura de Edgar Wilson, um trabalhador responsável por recolher animais mortos em estradas e processá-los em um moedor gigante, é uma metáfora visceral da condição humana e da fragilidade da vida. Ao mesmo tempo, evidencia a desconexão entre o progresso e a preservação da dignidade humana e animal.

A narrativa não se limita a um mero relato do cotidiano árduo de seu protagonista, mas se aprofunda nas nuances psicológicas e sociais que envolvem seu universo. O Brasil retratado por Maia é um lugar de contradições, onde a violência e a morte são tão presentes quanto o desejo de redenção e significado. A autora não oferece respostas fáceis nem consolo; em vez disso, desafia o leitor a encarar a realidade em sua crueza, sem filtros.

O trabalho de Maia é crucial neste momento de reflexão sobre o Brasil profundo porque oferece uma voz aos que estão à margem, aos esquecidos, aos que lutam diariamente por sobrevivência em condições adversas. Seu realismo, embora áspero, é necessário e revelador, expondo a complexidade de questões sociais, econômicas e ambientais que afligem o país.

A escolha de cenários e personagens distantes dos habituais epicentros literários brasileiros permite que Maia explore temas universais – como morte, solidão, esperança e desespero – sob uma ótica genuinamente nacional, mas sem nunca cair no regionalismo restritivo. “Enterre Seus Mortos” é uma obra que transcende suas páginas, convidando a uma reflexão profunda sobre a natureza humana e a sociedade.

Em conclusão, Ana Paula Maia não apenas ambienta melhor a realidade de muitos interiores do Brasil, mas também eleva a literatura nacional a um patamar de urgência e relevância. Suas histórias, pungentes e imersivas, são indispensáveis para quem busca compreender as diversas faces do país, fazendo de seu trabalho um marco literário no debate sobre o Brasil profundo.
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Marcelo Pretti 07/04/2024

Não se sabe quase nada dos personagens? eles não tem muita emoção, e eu entendo? eles lidam com a podridão do mundo real e pouco conhecido por nós? as palavras são frias e cruas, sem floreio ou beleza? é um livro curto, mas que joga na nossa cara o tempo todo que só há beleza em quanto vivemos? na morte somos apenas um monte de matéria podre? e ainda nos damos conta que até isso pode ser violado e desrespeitado!
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Rogerio_dosanjos 07/04/2024

Enterre seus mortos traz um Brasil cru, frio cruel e abandonado, onde nada mais funciona como deveria, é uma reflexão abilidosa dos caminhos que nosso país pode chegar através dessa narrativa distópica e ao mesmo tempo tão próxima da realidade.
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@Jeh_Amorinha 04/04/2024

Da próxima vez, enterre seus mortos
Não se engane. É um livro curto, mas pesado, denso e com muitas reflexões sobre a sociedade, vida, morte e religião.
A autora criou Edgar Wilson, um homem calado, bom ouvinte, pouco curioso e que faz o seu trabalho de forma exemplar (o famoso faz o que precisa ser feito), mas isso não o faz uma pessoa ignorante ou rasa, muito pelo contrário. Ele reflete sobre a vida e a morte e possui ideias bem ácidas sobre religião - e eu me identifiquei muito.
O desfecho é brutal, mas pode ser interpretado de maneira literal ou metafórica e essa é a beleza desse livro.
Uma grande lição de morte. Ou de vida. Ou de ambos.
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claroviski 28/03/2024

Edgar Wilson
Eu não sei como, diferente de tantas críticas que já ouvi sobre esse livro, eu gostei dele. Quando você começar a ler, você vai perceber que ele não é um livro no qual você adora os personagens e quer salvá-los, ele é simplesmente a história de um lugar aparentemente inóspito.
Em Enterre seus Mortos, nós acompanhamos Edgar Wilson que é um coletor de corpos de animais mortos que estão atrapalhando a estrada ou outros ambientes da cidade fictícia. É um fato estranho que acontece no lugar, tantas mortes de animais e ninguém questionando sobre isso, apenas se livrando dos corpos. E acho que esse é o interessante do livro, o lugar é inóspito, as pessoas são frias, pouco empáticas, nada curiosas. Nada é tão bem explicado ou detalhado do porquê aquele lugar é assim e o porque os animais morrem tanto e o porquê mais do que animais começam a morrer. E, pra mim, isso não é exatamente ruim, só é um mundo estranho no qual o normal não é dar respostas à ninguém, nem a seus personagens e nem a seus leitores.
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Natália 20/03/2024

O livro descreve a rotina de um homem que retira animais mortos na estrada do interior do Brasil e que em certo momento se depara com humanos e a partir então precisa lidar com essa situação.

A história é bem crua e visceral, muito rica em ambientação e detalhes que parecem um filme, a escrita da autora é impecável. A única questão que tive é que parece mais um conto, algumas coisas ficam em aberto de uma forma meio apressada.
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Ei Maybrick 23/02/2024

Descobri porque é um livro de terror?
Quando recolhedor de corpos de animais encontrou um corpo humano não imaginava que o seu senso de responsabilidade dever com um desconhecido fosse tão forte. Melhor, não imaginei que seria o único a se importar com isso.

É assustador pensando uma realidade onde pessoas após a sua morte tem o seu corpo tratado como um resto de carro abandonado, Chegando o horror que vemos descritas nessas páginas.

Gostaria muito de ter sido avisada de que os livros da autora estão intrinsecamente conectado, Temos personagens de livros anteriores serem mencionados e historias recordadas. Não que isso interfira no andamento da história atual, mas Dá uma certa satisfação acompanhar os fatos Na ordem correta.

Por fim, mais apavorante é a realidade ? Em cada palavra escrita, em cada destino E até mesmo a falta dele. Você pode até escolher o que deseja após a sua morte, mas não depende de você.
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Diogo518 15/02/2024

Uma secura narrativa bizarra pra descrever a história de um herói que é só ?um homem simples, que cumpre tarefas?. Recolher animais mortos no interior do Brasil e enfrentar a morte todos os dias, em um contexto de violência em que os animais já valem pouco, mas ainda assim mais que os homens: essa é a vida de um Edgar Wilson que precisa lidar com uma pedreira que atira fragmentos de calcário sobre uma cidade e com o recolhimento de dois corpos humanos tão indignos que insistem em não ser enterrados. O livro é duro, embrulha o estômago em muitos trechos, e dá a ver um interior evangélico, sem fé, desencantado e atravessado pela brutalidade.
Ricardo 19/03/2024minha estante
Acabei de comprar, mas tenho uma lista enorme de livros para ler antes dele. Mas ultimamente ando dando muita prioridade para autoras(es) nacionais, porque eu sei que o próprio brasileiro não valoriza a própria arte criada nas terras tupiniquins. Mas tenho fé que um dia este cenário mude.




FlavioHenrique23 10/02/2024

"Enterre Seus Mortos" é um livro fascinante que mergulha nas complexidades da vida e da morte, explorando temas como violência, poder e redenção. A escrita de Ana Paula Maia é visceral e envolvente, levando os leitores a uma jornada emocionante através das páginas. Com personagens ricos e uma trama envolvente, o livro cativa desde a primeira página até o surpreendente desfecho. Recomendo fortemente para aqueles que apreciam uma narrativa intensa e impactante.
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Mari 10/02/2024

Todo nascimento é também um pouco de morte.
[10/02/2024]

Gosto da curiosidade que histórias pré e pós-apocalípticas nos despertam, esse não saber que tipo de coisas o personagem narrador já fez e viu pra estar aonde está. A dupla Edgar e Tomás funcionou bem demais. Senti que teria uma reviravolta a qualquer momento. Não veio, mas também não diminuiu a experiência da leitura.
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