Resenhas - Nunca Pare No Acostamento

Li 16/02/2018

Uma placa, um portal
Nunca pare no acostamento traz a história de Ana, uma dona-de-casa bem comum. Ela faz doces para vender, tem dois filhos adolescentes e um marido infiel. Em todos os sentidos.
Após colocar a vida da própria Ana em risco, Marco a obriga a fugir e a mulher comum começa uma vertiginosa aventura em busca de uma cura para a iminência de sua morte.
As sacadas existenciais de Ana vão aparecendo. Porém, isso só acontece lá pelos 30 ou 40% da leitura (é um e-book), por isso eu tive que insistir.
Tenho o irritante fantasma da vontade de abondonar um livro que não me prenda nas primeiras páginas. E isso é tão volúvel! Luto contra este defeito de caráter!
Daí, que o livro começa a ficar realmente interessante da metade para frente. Antes disso, a falta de sentido e nenhuma explicação sobre o que está acontecendo me entediam, como se eu estivesse dentro de um ventilador vendo milhares de peças voando em volta da cabeça.
Quando as coisas começam a se encaixar, aí entra meu interesse (hum, cada livro um autoconhecimento! ).
Você segue os questionamentos de Ana. O que ela quer realmente? Quem ela é?
Porque você também é uma pessoa comum e vive sua vida normal, a probabilidade de alguém aparecer com uma história louca sobre meteoros e radiação para te fazer sair da zona comum e correr atrás da sua vida de uma vez é mínima.
Gosto dessas sacadas de Ana. Gosto de viajar na mente dela.
Nunca pare no acostamento é instigante, mas não é uma leitura densa. Apesar do argumento ser complexo, a forma como a autora aborda toda essa loucura de ficção científica é realmente leve. Você lê num tapa!
Ao final, você percebe que a história de Ana fica em aberto. O livro acaba, mas você sabe que a história continua, mesmo que você não estará lendo.