Bruna.Adenice 24/05/2024
Gostei. Merece o hype que tem
Estou há anos querendo ler esse livro. Porém, não gosto de ler quando está no auge do hype, para não criar muitas expectativas e se frustrar. Contudo, no caso de "É assim que acaba" cheguei a conclusão que era melhor eu ler logo, afinal esse livro vive num hype eterno e imagine agora, que virou filme.
Enfim, resolvi conhecer a história e, por incrível que pareça, NÃO peguei nenhum spoiler, mesmo tendo ouvido falar sobre ele em n lugares. Um milagre, hein!!
Sem mais delongas, a história conta um pouco da adolescência e vida adulta de Lily. Conhecemos momentos da personagem em diferentes épocas, narradas por ela mesma. Como já era de se esperar, a narrativa é cativante e impecável. Padrão CoHo de se escrever.
Na adolescência, Lily vive em meio a situações conturbadas no meio familiar envolvendo seus pais. Há de se considerar que essa parte da obra contém gatilhos. Até quem não vivenciou tal situação, assim como eu, sente-se afetado pelo enredo, principalmente levando em consideração que é algo tão comum.
Em meio aos problemas familiares, Lily conhece o jovem morador de rua Atlas, com quem terá uma forte conexão e, mesmo assim, acaba perdendo contato com ele, devida a algumas circunstâncias.
Pois bem, muitas coisas acontecem no decorrer dos anos e, já adulta, Lily conhece e tem forte ligação com Ryle, um jovem médico cirurgião. O elo entre eles é imediato. Porém, os gatilhos da adolescência que envolvia os pais voltam a aparecer aqui, em sua relação com Ryle, o que a faz refletir sobre muitas coisas em sua vida. De quebra, ainda reencontra Atlas, o que faz ainda mais coisas acontecerem.
O livro tem uma premissa muito boa, aborda temas fortes e atuais e tem um desenvolvimento impecável. De cara, o leitor se conecta aos personagens. Aliás, justamente por causa dessa conexão que sentimos certa decepção quando algumas coisas acontecem envolvendo um personagem X.
Gostei muito da relação entre a protagonista Lily com a mãe, especialmente porque em boa parte das obras que mostram adolescentes, os retratam como mal educados e os pais como os "tóxicos, vilões". Aqui, temos o contrário.
Ah, também achei bem bonita a relação entre Lily e sua melhor amiga e cunhada. Uma amizade bem bonita.
A meu ver a obra merece todo o hype que tem. Tem uma narrativa interessante e personagens bem construídos. É interessante também que aborda temas sensíveis, mas fundamentais de serem debatidos.
Sobre o livro: Sou do time de pessoas que consideram que temos tempos certos para fazer cada leitura, que não somos menos inteligentes por ler um livro como esse e não somente os clássicos. Gente, convenhamos... dificilmente alguém se insere no meio literário por meio de clássicos. Crianças e adolescentes leem outros livros e, ao se adaptarem à leitura, acabam indo atrás de outras experiências. Por que estou dizendo isso? Pois vejo muitos "cults" desqualificando a importância desse livro para o cenário atual, que o público adolescente "não sabe escolher leituras", que livros "indicados no YouTube e TikTok não merecem créditos". Oras, o livro está há ANOS no topo. Se fosse tão desprezível igual alguns cults dizem, já teria caído no ostracismo.
Então, o fato é: A Obra é boa. Pode não ser para o seu público ou faixa etária. Mas uma obra que vende horrores é é comentada em n lugares , vai ser adaptada para o cinema não pode ser taxada de inferior, simplesmente porque os alecrins dourados querem rotular o que o coleguinha deve, ou não, ler.
Portanto, leia e tire as SUAS conclusões. As vezes você vai amar. As vezes, não. E está tudo certo . O importante é ter variadas experiências literárias e não viver em uma bolha.