Carolina.Natividad 19/12/2021
Vou ressaltar dois pontos principais da minha percepção lendo este livro
Primeiro ponto: amei os personagens. Eu realmente me apaixonei pela Lucy e também pelo Josh. Entendi a importância da manutenção do "clichezão" inimigos que se apaixonam, e claro que essa tensão sexual deles durante a primeira parte todinha do livro deixa a maioria dos leitores cada vez mais imerso na história. Eu mesma não conseguia largar o livro. No entanto, três acontecimentos não foram bem colocados, seja por ser desnecessário ou por não terem um fechamento, na minha opinião, satisfatório. Primeiro acontecimento: o desafio da entrevista, totalmente não satisfatório o desfecho, porque a questão toda era a Lucy conseguir a vaga, eu queria ver ela vencer não porque o Josh precisava necessariamente ser derrotado, mas porque eu queria que ela tivesse essa conquista diante dele e dos outros candidatos igualmente. Segundo acontecimento: o casamento. Totalmente desnecessário a questão envolvendo Josh e o irmão, nossa, pra que? Eu sei que incrementou bastante o sentido que a história foi tomando, mas acho que a personagem Mindy foi muito mal construída, não tem explicações contundentes sobre aquela conversa dela com a Lucy, ficou muito forçado ela falando tudo aquilo pra "movimentar" os acontecimentos do livro. Acho que faria mais sentido se a Lucy descobrisse de uma forma mais externa, algo do tipo ela ouvir outras pessoas conversando, sei lá. E por último: a fazenda Sky Diamond (que por sinal eu amei a relação com o nome da Lucy). Por qual motivo não mostraram a fazenda???? Teria sido perfeito uma imersão na vida da Lucy, convívio com os pais e acolhimento do Josh na fazenda, ou desenvoltura de alguma reviravolta, por lá. Eu tava que nem ele, apaixonada pela ideia dessa fazenda de morangos, e ansiando por chegar lá, mas não aconteceu. O que me faz pensar na história toda construída mais em torno do Josh do que da Lucy, preferia que fosse o contrário. Mas isso são minhas preferências últimas, eu gostei muito da leitura, mesmo assim.
Segundo ponto: geralmente muita gente ama livros de romance nos quais os inimigos se apaixonam. E existem muitos que são muito bem construídos, o que não é o caso desse. Mas, ainda sim, me preocupo também com a ideia que isso pode nos passar acerca de aceitar e se sujeitar, na vida real, a viver certas situações, principalmente em relacionamentos héteros, em nome da ideia de amar e ser amado. A forma como o Josh tratava ela no início foi muito mal construída, fica faltando alguma coisa pra sustentar a declaração de amor no final do livro. Eu penso que alimentar esse tipo de paixão, por outra pessoa que te maltrate muito, é algo terrivelmente perigoso.
Ainda sim, foi uma leitura deliciosa e eu gostei bastante.